Com quedas consecutivas de
movimento e fechamento de lojas, os shoppings lançam mão, cada vez mais, das
chamadas pop up stores. Os espaços que reúnem temporariamente marcas e serviços
se tornaram o caminho natural em tempos de crise.
O RioSul lançou este ano o Rio
Soul, com corredores dedicados a lojas temporárias em uma espécie de coworking.
Até o dia 17 de janeiro, 350 metros quadrados de área do shopping localizado em
Botafogo (zona sul carioca) serão ocupados pelo Coletivo Carandaí 25, que reúne
22 marcas selecionadas pela estilista Tati Accioli.
Multiplataforma
Além das novas coleções de grifes
iniciantes e de novos empreendedores, o ambiente oferece atividades diversas.
Consultoria de moda e pocket shows estão na programação, além da
comercialização de salgados e doces da Casa Carandaí.
“A gente observa o que vem a ser
o shopping do futuro em termos de comportamento do consumidor. E observa que o
cliente quer muito mais que a experiência de compra. É preciso ter ações
frequentes para entregar ao consumidor experiências diferenciadas. Esse tipo de
loja, seja pop up ou não, vai ser muito incentivada devido ao viés criativo e
interessante”, aposta a gerente de Marketing do RioSul, Fabiana de Luna.
Outros complexos comerciais
também investem no modelo. O Rio Design Barra, na zona oeste, trouxe a Malha,
compilação de 30 artistas e designers engajados na chamada moda sustentável. O
espaço reuniu desde oficinas de customização de jeans até workshop sobre
upcycling – técnica de produção de bijuterias a partir de peças de lixo
eletrônico.
“Hoje as pop up transcendem o
conceito de venda e englobam a experiência”, defende o gerente nacional de
Marketing da Ancar Ivanhoe, Diego Marcondes, que administra o Rio Design Barra.
A empresa tem 23 shoppings em
todo o país e as seis unidades no Rio recorreram aos ambientes temporários –
foram 21 pop up stores no ano passado. O mesmo Rio Design Barra teve a edição
do FleshBeck Crew, com oficinas de grafite e exposições de arte de rua,
enquanto o Botafogo Praia Shopping abriu a Retoke e o Shopping Nova América, em
Del Castilho (zona norte) apostou na Universidade da Correria, com startups
expondo produtos.
O fato é que o modelo também caiu
como uma luva para os tempos difíceis que os shoppings enfrentam. Dados da
Associação Brasileira de Lojistas de Shopping apontam que as vendas nos
empreendimentos de todo o país recuaram 3,2%. Além disso, só em 2016, 18,1 mil
lojas de shoppings fecharam no Brasil.
“Acho que a gente passa melhor
por qualquer crise se tem conteúdo interessante e diferenciado. A pop up store
é uma alternativa para a crise e também para o posicionamento do shopping como
centro de lazer”, defende Fabiana, do RioSul.
Impacto
A Ancar Ivanhoe, agora, pretende
mensurar o impacto das lojas temporárias no movimento dos shoppings. A empresa
quer se valer do chamado mobile marketing e pegar dados a partir da interação
do consumidor com a ferramenta WiFi 2.0 e de cadastramento para construir uma
plataforma big data. O objetivo é traçar o perfil de compra, localização e
tempo de permanência dos clientes em tempo real.
Nenhum comentário:
Postar um comentário