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domingo, 28 de junho de 2015

Cidade na Sicília está distribuindo casas de graça

Uma cidade na região da Sicília, Itália, está oferecendo uma proposta difícil de ser recusada: casas de graça ou por preços simbólicos. Muitas propriedades do pequeno município de Gangi foram abandonadas há gerações e, para reabitar a cidadezinha que começou a perder moradores no final do século XIX, o governo local decidiu agir como um corretor de imóveis.

As casas oferecidas na pitoresca cidade localizada nas montanhas de Madonie devem ser restauradas e tornadas habitáveis em até quatro anos pelos novos donos. A oferta já atraiu dezenas de compradores interessados em casas de verão e o renascimento do turismo local trouxe novas oportunidades aos construtores e comerciantes da região.

“Para a nossa mentalidade siciliana, Gangi sempre foi considerada uma cidade muito longe do mar” para ser atrativa para os turistas, afirmou Giuseppe Farrarello, prefeito da cidade, ao jornal The New York Times. A iniciativa de habitação, disse ele, “coloca em movimento o mecanismo que era impensável anteriormente para uma cidade no centro da Sicília” onde cidades encolheram diante das diminutas perspectivas econômicas da região.

Gangi tinha uma população de aproximadamente 16.000 pessoas em 1950, afirmou o prefeito. Atualmente, o número gira em torno de 7.000 habitantes. As ondas de emigração começaram no final do século XIX, movidas pelas baixas perspectivas econômicas e pelo sonho de uma vida melhor na América, afirma Marcello Sarja, diretor de um museu de imigração na Sicília.

Na década de 1890, segundo os registros da Ilha Ellis, a principal entrada de imigrantes nos Estados Unidos, 1.700 moradores de Gangi desembarcaram em Nova York entre 1892 e 1924. Entre os anos de 1930 e 1940, a Argentina acabou se tornando o destino preferido.

Muitas famílias deixaram para trás as casas típicas da cidade, conhecidas como pagglialore. As estruturas, que se assemelham a torres, abrigavam jumentos e cavalos no piso térreo. Galinhas e cabras eram mantidas no andar médio, enquanto a família do agricultor vivia no piso superior. Essas propriedades agora estão entre as que a cidade tornou disponíveis para compra.

Até agora, mais de 100 casas já foram doadas ou compradas por preços extremamente baixos.

A comunidade conseguiu também facilitar o processo de apropriação das propriedades, extremamente burocrático na Itália, e facilitar ainda mais a vida dos novos moradores de Gangi.

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Crise faz aumentar calote no programa “Minha Casa Minha Vida”

O Minha Casa Minha Vida, maior programa habitacional do país, tem registrado uma alta da inadimplência, reflexo da queda na renda do trabalhador e do aumento do desemprego. Segundo dados do Ministério das Cidades, os atrasos acima de 90 dias, período a partir do qual o cliente é considerado inadimplente pelo sistema bancário, atingiram, em março, 21,8% dos financiamentos concedidos na faixa 1 do programa, destinada às famílias com renda mensal de até 1,6 mil reais. Em abril de 2014, eram 17,5%. Nas faixas 2 e 3, que inclui famílias com renda de até 5 mil reais, a inadimplência também subiu de 1,9% para 2,2% nesse intervalo. Os números foram publicados pelo jornalFolha de S. Paulo, nesta segunda-feira.

O grupo da faixa 1 paga prestações mensais entre 25 e 80 reais mensais por um período de dez anos, valor que corresponde a 5% do imóvel. Nesse caso, o valor não pago pelo mutuário é bancado pelo Tesouro Nacional. Já nas faixas 2 e 3 as perdas são assumidas pelo banco que concedeu o empréstimo, como em qualquer financiamento imobiliário.

A alta dos atrasos entre mutuários levou a Caixa a suspender, em fevereiro, o programa Minha Casa Melhor, que disponibilizava uma linha para compra de móveis e eletrodomésticos com prestações de pouco mais de 100 reais. “As pessoas de menor renda são mais suscetíveis a mudanças na economia. Com o aumento do desemprego e a inflação elevada, a tendência é mais inadimplência até essas pessoas conseguirem ajustar o orçamento”, afirmou o presidente do Secovi-SP (sindicato de habitação), Flavio Amary.


Para Lauro Gonzalez, coordenador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o cenário econômico favorece a inadimplência, pois as famílias gastam mais água, luz e condomínio. Há também a perda de renda com emprego e inflação. Gonzalez aponta ainda falhas no programa. “Quando se cobra um valor muito inferior à capacidade de pagamento, a pessoa enxerga aquela obrigação como um compromisso menos importante”, diz sobre o valor cobrado na faixa 1.