A companhia acaba de criar uma nova marca de administradora
de shoppings, batizada de Airaz. A intenção é unificar a gestão dos centros
comerciais que já são operados pelo grupo – e expandir a atuação neste
segmento.
“Queremos dar nome e identidade aos novos processos de
administração de shopping centers do Grupo Zaffari, que passaram a incluir
ferramentas e práticas inéditas no mercado”, disse o gestor da nova empresa
Roberto Manuel Zaffari, por e-mail. Big data, mapas de calor e acompanhamento
das vendas em tempo real são algumas dessas ferramentas.
Fundada em 1935 e com um faturamento de 1,57 bilhão de
dólares só na divisão de varejo, a empresa tem como carro-chefe os
supermercados. São 36 lojas no total, sendo a grande maioria no Rio Grande do
Sul (a rede é a 6ª maior supermercadista do Brasil).
A partir da década de 1990, a companhia começou a apostar no
modelo que tem o hipermercado como loja âncora de um shopping center.
Atualmente o Zaffari tem 13 shoppings divididos em três
bandeiras: Bourbon Shopping, Moinhos Shopping e Porto Alegre CenterLar. Doze
deles fica no Rio Grande do Sul e um na cidade de São Paulo.
A intenção é expandir esse setor. Em janeiro o Zaffari
comprou o shopping San Pelegrino, em Caxias do Sul (RS), e há dois novos
projetos em andamento em Porto Alegre. Com a Airaz, a ideia é unificar a gestão
de todas as bandeiras do grupo.
“Antes da Airaz, os empreendimentos apresentavam-se ao
mercado individualmente. Dessa forma, alguns parceiros comerciais que possuíam
lojas em determinados equipamentos desconheciam os potenciais dos demais, e que
inclusive a administração era a mesma”, afirmou Roberto Manuel Zaffari.
Para os lojistas, a integração vai permitir maior acesso a
tecnologia. Quando inaugurar uma loja, por exemplo, a Airaz ajudará o parceiro
na divulgação “com comunicações multicanais segmentadas aos consumidores do
perfil escolhido, utilizando-se de um banco de dados próprio, o Airaz Big
Data”, explica Zaffari.
O grupo também acompanha a evolução de cada loja através de
um painel de controle de performance. Com isso, busca propor medidas
preventivas para que os parceiros tenham êxito nos negócios.
Outras iniciativas são monitoramento do mapa de calor da
rede Wi-Fi dos empreendimentos; acompanhamento em tempo real da performance de
vendas dos lojistas e um aplicativo (em testes) para abono de estacionamento
por parte do próprio lojista para clientes em compras.
O gestor destaca ainda a publicação de revistas com
promoções das lojas do grupo e parcerias com entidades como o Sebrae para
orientar os lojistas.
A aposta do grupo pode ser uma forma de preparar o terreno
para enfrentar uma possível crise do setor, que vem se desenhando no mercado
externo. Nos Estados Unidos, os shopping centers tem estado cada vez mais
vazios, devido à fuga dos clientes para o e-commerce. Um relatório do Credit
Suisse diz que um quarto dos shoppings norte-americanos fechará até 2022.
Para Roberto Zaffari, o mercado brasileiro está em “período
de ajuste”, mas ainda “há espaço e oportunidades para equipamentos e
localizações qualificadas, em formatos inteligentes e relevantes”.
“Os empreendimentos precisam buscar a renovação de seus
conceitos e soluções. Somente dessa forma continuam conectados com a realidade.
Estamos desenvolvendo projetos nestes sentidos e que acreditamos valorizarão os
entornos e as vidas das pessoas”, afirma.
Fonte: Mariana Desidério, Exame
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