Tombado desde 1992 e desapropriado pela Prefeitura em 2010,
o prédio se tornou a nova sede da Secretaria Municipal de Cultura, que antes
ocupava parte da Galeria Olido, outro imóvel icônico do centro. A reinauguração
foi realizada na terça-feira, 11, embora a mudança completa ainda se estenda
por alguns dias.
Na sede antiga, a secretaria passará a ocupar apenas um
andar, enquanto as demais atividades, o que inclui o gabinete do secretário
André Sturm, ficarão no novo prédio, localizado na Rua Líbero Badaró, a menos
de uma quadra do também histórico Edifício Matarazzo, sede da Prefeitura e de
cinco secretarias municipais. Com a mudança, a gestão diz que economizará R$
1,5 milhão em aluguel por ano.
Iniciadas em 2012, a restauração e a reforma do imóvel chegaram
a ser paralisadas em 2015. Segundo o prefeito, Bruno Covas (PSDB), a
interrupção era por falta de verba, obtida majoritariamente por meio do Fundo
de Desenvolvimento Urbano (Fundurb), totalizando R$ 28,9 milhões. Em 2011, o
custo estimado era de R$ 15 milhões, com entrega para o ano seguinte. “Quando
gente assumiu, foi atrás do que faltava – dos R$ 5 milhões – e, em um ano e
meio, conseguimos entregar esse edifício”, afirmou.
O prédio começará a receber visitas com guia para o público em geral, mediante cadastro, em outubro, como já ocorre na sede da Prefeitura, de acordo com Sturm. “A gente deixou preservado o quinto andar, para que seja o principal ponto de visitação.” A primeira parte da obra inclui a restauração do espaço, a adaptação da estrutura interna e a construção de um bloco nos fundos, que passa a ser interligado à parte mais antiga por nove passarelas. “A gente valoriza o imóvel, dá uso e, como ele é da secretaria, deixa de pagar aluguel. Então são muitos ganhos para a cidade.”
O prédio começará a receber visitas com guia para o público em geral, mediante cadastro, em outubro, como já ocorre na sede da Prefeitura, de acordo com Sturm. “A gente deixou preservado o quinto andar, para que seja o principal ponto de visitação.” A primeira parte da obra inclui a restauração do espaço, a adaptação da estrutura interna e a construção de um bloco nos fundos, que passa a ser interligado à parte mais antiga por nove passarelas. “A gente valoriza o imóvel, dá uso e, como ele é da secretaria, deixa de pagar aluguel. Então são muitos ganhos para a cidade.”
Há ainda uma segunda fase de obras, com previsão de
conclusão para maio e que já está com a licitação aberta, segundo Sturm. Ela
inclui a inauguração de um refeitório para funcionários no terraço, que tem
vista para o Vale do Anhangabaú, o Edifício Martinelli, o Edifício Altino
Arantes e a sede da Prefeitura. Além disso, abarca um auditório e a restauração
da fachada. O projeto da obra é do arquiteto Samuel Kruchin, responsável pela
restauração do Palácio da Justiça e do Cine Marabá. O planejamento inclui ainda
uma praça em um terreno anexo do imóvel, mas sem previsão para implementação.
Edifício Sampaio Moreira tinha 180 salas comerciais
O prédio foi inaugurado em 1924, sendo oficialmente o maior
da cidade até 1929, data de conclusão das obras do Edifício Martinelli, hoje
sede de atividades da Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento. O
projeto é do arquiteto Christiano Stockler, autor da Estação Julio Prestes, e
foi encomendado pelo banqueiro Sampaio Moreira. Originalmente, tinha 180 salas
comerciais, estrutura hoje adaptada para receber a secretaria. Apenas o quinto
andar do prédio teve mantida a configuração original.
No térreo, ainda funciona a Casa Godinho, mercearia mais
antiga que a própria construção, que é considerada como patrimônio imaterial da
cidade desde 2013. O espaço é permissionário da Prefeitura e se manteve aberto
durante a obra. “A nossa perspectiva é que, com a reabertura, atraia mais
gente, até como turismo”, afirma o gerente da mercearia, José Roberto Piovani.
Diariamente, ele conta que cerca de 500 pessoas vão ao
estabelecimento.
Prédio histórico é raridade com elementos art nouveau
De concreto armado, o edifício é eclético, misturando
elementos de art nouveau e neoclássicos, de acordo com a diretora do
Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), Mariana Rolim. “O art nouveau é
pouco comum em São Paulo; quando usado, foi em residenciais.”
Segundo ela, o edifício tem uma inspiração mais
norte-americana e só pode ser avistado do Anhangabaú porque o terreno em frente
também pertenceu a Sampaio Moreira, que o doou ao Município com a condição de
que fosse uma área pública, sem construções.
Na época em que surgiu, o padrão de edifícios era de quatro
a cinco pavimentos, sendo um precursor da verticalização do centro. “É o
primeiro com a lógica do arranha-céu, de ocupar um lote pequeno e subir o
máximo possível. Ele só não é mais alto por causa da questões técnicas da
época.”
Fonte: Priscila Mengue, O Estado de S.Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário