Grande parte desse movimento prevê a valorização das características
originais do conjunto, tombado em 2005 pelo Estado. Uma das propostas é
"revitalizar" o antigo espaço ocupado pelo Restaurante Fasano no
terraço durante os anos 50 e 60, que chegou a receber celebridades como Nat
King Cole e Marlene Dietrich. Está fechado há cinco anos, desde a saída de uma
empresa de call center.
Outro objetivo é restaurar o calçamento do entorno e todo o
piso térreo. A cúpula de alumínio, que ocupa o terraço, também deve passar por
reparos. Além disso, uma equipe colhe depoimentos para reunir em um livro ou
documentário.
Parte dessa retomada, contudo, já ocorre naturalmente.
Precursor dos shoppings, o espaço hoje mantém uma estrutura comercial e
cultural no térreo semelhante à da abertura, com teatro, cinema, supermercado,
espaços gastronômicos e lojas. Nesse meio tempo, viveu uma fase mais
"financeira", com muitos bancos, e uma breve decadência após ser
atingido por um incêndio, em 1978.
Hoje, o conjunto recebe 8 milhões de visitantes por ano,
além de cerca de cem moradores e centenas de escritórios, que vão de advogados
a estúdio de pilates e Consulado da Bélgica. "Todo mundo conhece. Não
precisa explicar. Já viu se tem algum lugar lá fora escrito 'Conjunto
Nacional'? Não precisa", diz Vilma.
Dentre os funcionários mais antigos está o supervisor José
Manoel Gonçalves, funcionário há 36 dos seus 72 anos, que cuida de 35 mil
correspondências por mês. "A Paulista não tinha esse trânsito, não tinha
metrô, mas aqui foi sempre cheio."
O conjunto foi idealizado pelo argentino José Tjurs, um
ex-taxista e guia turístico que via a Paulista como a futura "Quinta
Avenida" brasileira. Por isso, criou o primeiro espaço comercial da
avenida, na época considerada residencial, diz o arquiteto Antonio Soukef,
autor de Avenida Paulista - Síntese da Metrópole. "Rapidamente passou a
ser uma referência urbana. É um sessentão em plena forma."
Fonte: O Estado de S.
Paulo, Metrópole
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