Apesar do fim da recessão dos dois anos anteriores (quando o
Produto Interno Bruto recuou), o crescimento baixo de 2017 não foi sentido diretamente
pela maior parte dos brasileiros.
De acordo com dados oficiais do governo, até 2020 o Brasil
vai crescer apenas para recuperar as perdas do período de recessão. Isso
significa que o país só voltará a crescer efetivamente a partir de 2021, tendo
perdido seis anos para correr atrás da recuperação.
Em 2018 ainda teremos eleição, o que aumenta ainda mais as
incertezas políticas e econômicas. Um cenário tão complicado como esse
dificulta a situação de vários setores, principalmente os que atuam com investimentos
de longo prazo, como o imobiliário.
Receio da população em investimentos de longo prazo
Comprar um apartamento é um projeto de longo prazo e, em
tempos de crise, isso afugenta o interesse das pessoas de se lançarem neste
tipo de empreendimentos. Mas é importante notar que “país em crise” não é um
termo absoluto para todas as áreas. Por isso é recomendado que as pessoas
acompanhem o noticiário econômico mais à fundo antes de tomar qualquer decisão.
Por exemplo: a queda gradativa da Taxa Selic anunciada nos
últimos anos faz com que o momento seja relativamente propício para a compra do
imóvel, já que os custos das atividades econômicas ficam mais baratos. Além
disso, mais pessoas decidem tirar o dinheiro da poupança para buscar outros
tipos de investimentos, já que ela passa a render menos. Isso leva a um aumento
na demanda e as construtoras tiram da gaveta novas opções de plantas para
vendas.
Mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida
Outro fator que impacta diretamente o mercado imobiliário
diz respeito às mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal.
Algumas regras foram modificadas para ampliar o acesso a ele como, por exemplo,
a ampliação do limite da renda dos que aderem ao programa: desde o fim do ano
passado esse limite subiu de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil.
Dinheiro da poupança na compra de imóveis
Como ainda não temos os comparativos de 2018 fechados, é
possível entender o cenário a partir de dados dos últimos anos. Um recente
boletim de crédito do Banco Central aponta que, em março de 2017, o volume de
empréstimos com recursos retirados da poupança para aquisição e construção de
imóveis chegou a R$ 4,01 bilhões, o que representa um crescimento de 36% na
comparação com fevereiro daquele ano.
Por outro lado, isto é uma queda de 9,2% se comparado com o
mesmo mês de 2016. Diante destes números podemos concluir que há um interesse
do cidadão em investir em novos imóveis, o que ajuda a aquecer o mercado.
Mudanças no FGTS
Estimativas de empresas especializadas em comércio apontam
que a poupança é, historicamente, o segundo caminho mais utilizado pelos
brasileiros para financiar imóveis, enquanto o primeiro é o Fundo de Garantia
por Tempo de Serviço, mais conhecido como FGTS. Trata-se de um dinheiro
depositado na conta do trabalhar pela própria empresa onde ele trabalha e que
pode ser retirado em situações muito pontuais, como para comprar um apartamento
ou em caso de doenças.
Na intenção de reaquecer a economia, o governo liberou o
saque das contas inativas do FGTS no fim de 2016 e muitas pessoas optaram por
pegar esse dinheiro e quitar imóveis ou mesmo dar entrada em algum novo. Na
época, o governo alegou que as contas tinham R$ 30 bilhões disponíveis para
sacar, sendo que 86% delas tinham menos de um salário mínimo de saldo.
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