As varejistas como a J.C. Penney e a Macy’s são consideradas
“âncoras” que mantêm os shoppings lotados e o tráfego de visitantes fluindo.
Elas são tão importantes para o ecossistema que inquilinos
menores podem se recusar a abrir lojas se não houver a promessa de que as
âncoras permanecerão: muitos contratos de aluguel incluem as chamadas cláusulas
de co-locação, que permitem fechar um comércio e sair ou pagar menos se esses
inquilinos-chave forem embora.
Agora, muitos proprietários estão pressionando para eliminar
ou restringir as cláusulas de fuga após o fechamento em massa de grandes lojas
de departamentos. Isto significa menos flexibilidade para os inquilinos que
ficam.
“A maioria das varejistas de um shopping realmente depende
de uma âncora para sobreviver”, disse Andy Graiser, copresidente da A&G
Realty Partners, uma consultoria imobiliária comercial. “Certas varejistas vão
ficar em risco se certas âncoras forem embora.”
Pressão
Nos últimos anos, centenas de lojas de departamentos foram
fechadas. Foi o resultado de falências (Gordmans e Bon-Ton Stores),
reestruturação de cadeias com dificuldades (Sears Holdings e J.C. Penney) e da
retirada de operadores relativamente saudáveis que buscam diminuir o número de
lojas (Macy’s, que está fechando as lojas com desempenho abaixo da média).
Embora um grande número de varejistas ainda esteja migrando
para shoppings de primeira linha com renda alta, que representam cerca de um
terço dos centros fechados, as propriedades de nível mais baixo muitas vezes
têm problemas para substituir os comércios perdidos, recorrendo às vezes a
inquilinos não tradicionais como centros de atendimento de urgências.
Os proprietários agora estão pressionando para eliminar as
provisões de co-locação quando os contratos de aluguel são renovados, disse
Ivan Friedman, diretor da RCS Real Estate Advisors, uma empresa de consultoria
de Nova York. Isso não acontecia alguns anos atrás.
Isto terá consequências, como menos renovações de contratos
de aluguel, disse Kent Percy, diretor administrativo da empresa de consultoria
AlixPartners.
Opções
Os inquilinos têm outras opções. Eles estão negociando
contratos de aluguel mais curtos e aluguéis mais baixos. Como último recurso,
eles podem pedir recuperação judicial, o que lhes permitiria abandonar os
contratos sem ser penalizados. Mesmo assim, os proprietários vão continuar sob
pressão, disse Friedman, da RCS.
“Todo mundo está fechando lojas, todo mundo está recebendo
aluguéis mais baixos quando renova os contratos”, disse ele. E, com o excesso
de varejo nos EUA estimado em 25 por cento, mesmo depois das mudanças
anteriores, “isso vai continuar”.
Taxa de vacância em shoppings regionais dos Estados Unidos
continua subindo
Fonte: Lauren Coleman-Lochner e Eliza Ronalds-Hannon, da
Bloomberg
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