Coeficiente de atrito e facilidade de manutenção são os
principais aspectos que determinam a escolha de um piso antiderrapante
A aplicação de pisos antiderrapantes é essencial para
garantir a segurança dos usuários em áreas externas, superfícies expostas à
presença de água, óleo ou outras substâncias, além de trechos de aclive ou
declive. Mas entre diversas opções, é preciso estar atento às especificações e
aos cuidados com a aplicação para evitar problemas posteriores.
Segundo Marco Antônio de Carvalho, engenheiro civil da
Dinâmica Engenharia, o primeiro passo é conhecer bem o ambiente onde o piso
será aplicado. “Na hora de comprar, você tem que especificar um piso
antiderrapante para área externa ou piso antiderrapante para área externa molhável
e solicitar os laudos dos fabricantes”, afirma.
Levon Hovaghimian, diretor da Associação Nacional de Pisos e
Revestimentos de Alto Desempenho (Anapre), informa que, além de ambientes mais
sujeitos à umidade, os pisos antiderrapantes são comumente aplicados em áreas
como:
Indústrias: áreas produtivas secas e principalmente
molhadas;
Áreas comerciais: escolas, escritórios, edifícios,
hospitais, hotéis e restaurantes que dispõem de escadarias, rampas, corredores
etc., onde muitas vezes pode haver a presença de água e o risco de acidentes;
Estacionamentos: onde nos deparamos com a movimentação de
pedestres e automóveis com presença de água de chuva, tornando o local em
questão ainda mais crítico.
Neste sentido, a informação mais importante no momento de
escolher um piso antiderrapante é o coeficiente de atrito, que é o parâmetro
utilizado para medir a resistência ao escorregamento apresentada pelo material:
quanto maior o atrito, menor o escorregamento.
Coeficiente de atrito
A norma técnica da ABNT que determina as especificações do
coeficiente de atrito em placas cerâmicas é a NBR 13.818. De acordo com o
documento, são considerados revestimentos antiderrapantes as placas de cerâmica
que apresentam coeficiente de atrito maior ou igual a 0,4 – informação que deve
constar na embalagem do produto – assim como materiais rústicos não-polidos.
Mas quando o assunto é proporcionar características
antiderrapantes, Marco Antônio chama a atenção para um problema: a dificuldade
de manutenção. O ponto é que, na medida em que é maior o coeficiente de atrito,
mais áspera se torna a superfície do revestimento, fazendo com que seja mais
complicada a sua limpeza. Nesses casos em que o piso fica com aspecto de
encardido, o engenheiro alerta que o uso de produtos à base de ácidos pode
tirar o esmalte e manchar o revestimento. “Esse era um problema que existia
muito”, conta.
É, por isso que, para aliar a questão da segurança com a
característica da manutenção, é recomendável levar em consideração os valores a
seguir antes de decidir a compra de um tipo de piso antiderrapante:
Pisos com coeficiente de atrito menor que 0,4: indicado para
instalações normais, que não demandam maiores cuidados com segurança;
Pisos com coeficiente de atrito entre 0,4 a 0,7: recomendado
para locais onde se requer resistência ao escorregamento;
Pisos com coeficiente de atrito maior que 0,7: recomendado
para locais onde o risco de escorregamento é muito intenso (superfícies
próximas a piscinas, rampas, degraus, banheiros, áreas externas, ambientes
públicos, áreas industriais, ambientes hospitalares e laboratórios).
O ideal é que, em conjunto com a adoção de pisos
antiderrapantes, devem ser estudados procedimentos de limpeza e drenagem mais
rigorosos para remoção de materiais sólidos e líquidos que evitem sua
concentração na superfície. “Mesmo com a adoção de pisos antiderrapantes e de
calçados apropriados, não existe segurança plena no caso de acúmulo de agentes
que propiciem situações de risco tais como óleos, líquidos e partículas finas”,
pontua André Figueiró, que também é diretor da Anapre.
Tipos de pisos antiderrapantes
Atualmente, apesar do dilema do coeficiente de atrito,
existem diversos pisos com função antiderrapante que também oferecem facilidade
de manutenção. “Hoje a gente tem mais opções no mercado”, comemora Marco
Antônio. Entre os principais tipos de pisos antiderrapantes, destacam-se:
Porcelanatos e pisos de cerâmica: apresentam grande
variedade de texturas, acabamentos e cores. Em geral, têm o preço mais elevado;
Placas cimentícias: produzidas com concreto de alto
rendimento, são uma ótima opção para quem busca um piso com alto grau de
durabilidade. Sua forma mais comum é o cimento queimado. Uma desvantagem é que
esse tipo de piso demanda a aplicação frequente de uma resina protetora, que
evita a absorção de água e gordura;
Pedras: as pedras brutas são muito utilizadas como piso
antiderrapante. Mas como, geralmente, a aplicação ocorre em áreas externas, é
preciso escolher pedras com funções atérmicas (que não absorvem calor), para
não causar desconfortos;
Emborrachados: além de serem antiderrapantes, também
absorvem o impacto e o som;
Ripados: de madeira ou borracha, esses pisos também evitam o
escorregamento por conta da maior distância entre os materiais.
Assentamento
O assentamento de pisos antiderrapantes deve ser realizado
como qualquer revestimento comum, isto é, seguindo as normas técnicas, as
orientações do fabricante e os materiais específicos para cada tipo de placa.
Marco Antônio ressalta, apenas, que no caso da aplicação de superfícies mais
retangulares, de formatos como 15 x 90 cm, 20 x 90 cm e 20 x 120 cm, é preciso
estar atento para a distância da amarração, para não gerar dentes no piso
assentado.
Como esses pisos mais compridos tendem a ser mais curvados
na região central, a recomendação é que a amarração seja feita em torno dos 30%
do comprimento. “Muitas vezes, o que a gente costuma fazer é assentá-lo com
amarração em 50% do comprimento”, diz o engenheiro, que ainda recomenda sempre
consultar o detalhamento dos fabricantes também na hora de assentar.
Fonte: Mapa da Obra
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