Os shopping centers, um dos maiores símbolos do capitalismo
americano, estão em franca decadência no país.
20% a 25% dos shopping centers nos Estados Unidos devem
fechar no espaço de 5 anos, de acordo com um relatório recente do banco Credit
Suisse.
Se confirmado, isso significaria o fechamento de 240 a 300
dos cerca de 1.200 shoppings existentes hoje no país.
Os números são do CoStar Group, fornecidos pelo Conselho
Internacional de Shopping Centers, e se referem apenas aos grandes shoppings
fechados.
O declínio do movimento de pessoas nesses espaços já dura
alguns anos e segundo o relatório, é um fenômeno estrutural.
Um dos problemas é o fechamento acelerado de lojas: só neste
ano já foram 3.600, um número que deve chegar a 8.640 no balanço do ano,
segundo estimativa do banco.
Se confirmado, seria mais de 4 vezes o total de 2016. O
nível mais alto de fechamento de lojas registrado até agora foi em 2008, com
6.163.
Um dos motivos é a concorrência do mercado eletrônico, cada
vez mais competitivo em preço, agilidade e oferta de produtos.
A estimativa do Credit Suisse é que a parcela do comércio
eletrônico nas vendas do vestuário pule dos 17% atuais para 37% em 2030.
Outro fator é a ascensão dos outlets, que estão ganhando
mercado e não costumam ficar em shoppings.
No Brasil, os 20 shopping centers abertos no ano passado
operam com uma vacância média de 55% – ou seja, mais da metade das lojas estão
vagas.
2016 foi a primeira vez em pelo menos 12 anos em que os
shoppings brasileiros fecharam mais lojas do que abriram.
Mas como o Brasil viveu uma profunda recessão que só agora
está dando sinais de melhora, é cedo para dizer até que ponto os shoppings têm
futuro por aqui.
Fonte: João Pedro Caleiro, Exame
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