Política nacional de habitação vem se desenvolvendo de forma
crescente no país ao longo dos anos
O início da política habitacional no Brasil foi durante o
governo militar com a criação do BNH (Banco Nacional de Habitação). Por mais
críticas que se possa ter ao BNH e ao sistema por ele preconizado é
indiscutível a sua importância, pois foi o único período em que o país teve uma
Política Nacional de Habitação. O Sistema Brasileiro de Habitação (SBH) se
estruturou com recursos gerados pela criação, em 1967, do Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), alimentado pela poupança compulsória de todos os
assalariados brasileiros, que veio se somar aos recursos da poupança
voluntária, que formou o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Apesar de significativa, a produção habitacional não foi
suficiente para sanar as necessidades geradas pelo acelerado processo de
urbanização daquele período. O BNH não resistiu ao fim do período militar e,
com isso, a Caixa Econômica Federal, tornou-se o agente financeiro do SFH e a
regulamentação do crédito habitacional passou para o Conselho Monetário
Nacional. Durante o governo FHC foram criados alguns programas de financiamento
como o Carta de Crédito individual e associativa, que passou a absorver a maior
parte dos recursos do FGTS. No entanto, mais da metade dos recursos destinados
à habitação foram utilizados para a aquisição de imóvel usado. Movimentando
este mercado, o programa não teve impacto, uma vez que não diminui o déficit
habitacional, não gerou empregos, nem se atentou para o segmento de baixa
renda.
Em 1999, iniciou-se o Projeto Moradia, base do programa de
governo na área da política habitacional e urbana do presidente Lula. Ele
partia do pressuposto de que era fundamental a dinamização do mercado
habitacional para a classe média – a ser atendida com recursos do SBPE
(poupança) e do Sistema Financeiro Imobiliário – de modo que este segmento
pudesse deixar de utilizar o FGTS, que seria voltado para as faixas de renda
mais baixas. Propunha medidas para ampliar o mercado habitacional privado,
buscando gerar condições favoráveis para que ele pudesse atender gradativamente
setores médios com renda mais baixa. Desde o Projeto Moradia, o Brasil evolui
muito em termos de política habitacional, desde 2003 até 2009, quando foi
criado o Minha Casa, Minha Vida, envolvendo pessoas de baixa renda, o aumento
do número de habitações existentes até então e novos projetos e planos de
políticas habitacional. O Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) veio em
reação à crise financeira internacional de 2008, foi uma das medidas
anticíclicas para manter o ritmo do crescimento econômico do país, estimulando
o setor da construção civil.
O PMCMV é voltado para população de renda mais baixa,
concedendo expressivos subsídios, principalmente para a faixa de 0 a 3 salários
mínimos. Imóveis antes inacessíveis a esta faixa de renda familiar podem ser
adquiridos com subsídios que representam até 88% do valor do imóvel. A meta do
governo é promover a construção de 1 milhão de casas. A política habitacional
que temos experimentado nos últimos anos tem como premissa a inclusão social.
Vemos vários projetos voltados para a população de menor renda, onde se
concentra a maior parte do déficit habitacional, quer seja através de taxas
menores, ou através de subsídios, ou, ainda, através das construções das
Habitações de Interesse Social. Quem sabe um dia teremos uma política
habitacional como existe em Brunei ou Ontario.
Fonte: Daniele Akamine é bacharel em Direito, Pós-Graduada
em Direito Civil, Direito Penal e Processo Penal
Nenhum comentário:
Postar um comentário