Empreendimento em São Paulo tem suíte de 230 metros quadrados e 12 vagas na garagem, mas está com um terço dos imóveis desocupados .
A planta chega a quase dois mil metros quadrados de área útil, o equivalente a cerca de 50 apartamentos do programa habitacional "Minha Casa Minha Vida". No imóvel de laje única de maior metragem da cidade de São Paulo, apenas a suíte principal ocupa 230 metros quadrados, espaço superior a apartamentos de classe média.
São 12 vagas à disposição na garagem, além de um terraço com piscina de 15 metros quadrados. Lançado em 2006, o empreendimento Adolpho Carlos Lindenberg ainda não conseguiu vender quatro de seus doze andares, incluindo o maior deles, avaliado em R$ 22,3 milhões.
Construído para ser um marco da capital paulista, o imóvel coleciona inúmeras extravagâncias. Além do tamanho faraônico, possui tratamento acústico das áreas privativas, sistema central de aspiração de ar e travas biométricas nos elevadores. As seis suítes ainda dividem espaço com uma sala de cinema.
O prédio, contudo, está localizado em uma rua fechada do Morumbi, bairro que teve a menor valorização dentre os cinco mais caros da cidade, segundo levantamento da FipeZap. De janeiro de 2008 a dezembro de 2011, o metro quadrado da região subiu 71%, ante 165% do Jardim Paulistano, por exemplo.
A alta no preço do imóvel também ficou aquém da média do mercado. Em 2006, o metro quadrado era vendido por R$ 5.500, enquanto hoje a média está em R$ 11.240, segundo o banco de dados do site 123i, referência no setor. A construtora Adolpho Lindenberg admite, porém, que as negociações estão girando atualmente em R$ 8 mil. Na Vila Nova Conceição, hoje o bairro mais nobre da capital, apartamentos de alto luxo chegaram a se valorizar 160% no mesmo período.
O público deste tipo de empreendimento está em busca de três coisas fundamentais: localização, objeto de desejo e bom investimento. Este último quesito, portanto, deixou a desejar. Mas essa não é uma constante no mercado de altíssimo padrão. Aliás, pelo contrário. A perspectiva de bons lucros voltou a atrair empresas para esse seleto nicho.
"O setor ficou carente desse tipo de produto nos últimos anos, mas agora há outro movimento. Com o juro em queda e a Bolsa em baixa, o imóvel passa a ter grande importância como fonte de renda e patrimônio", afirma Roberto Coelho da Fonseca, diretor de novos negócios da imobiliária Coelho da Fonseca.
A empresa, que desde 1989 possui um departamento de private brokers, tem bons motivos para estar otimista. No ano passado, vendeu em um único final de semana as 14 unidades do empreendimento Vitra, no Itaim Bibi, por até R$ 15 mil o metro quadrado. O prédio, que deve ser entregue em 2013, é revestido de vidro e leva a assinatura do arquiteto Daniel Libeskind, responsável pela revitalização do Marco Zero, em Nova York.
"Esse é um tipo de negócio para especialistas. Tem que saber exatamente o tamanho do apartamento, a localização e o tipo de público", alerta Marcos Goggi, diretor-presidente da imobiliária Vnc Pronto, responsável por um dos prédios mais caros da cidade de São Paulo. Localizado na Vila Nova Conceição, o L' Essence Vnc tem 726 metros quadrados, vendidos em média por R$ 29.500.
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