O brasileiro tem uma longa
tradição de investir em imóveis. Quem nunca ouviu um parente recomendar a
compra de uma casa para ter uma renda garantida com aluguel ou a segurança de
ter um bem físico? O fundo imobiliário tem essas vantagens e outras adicionais:
isenção de imposto sobre os rendimentos e maior liquidez.
O que é o fundo?
O Fundo de Investimento
Imobiliário (FII) reúne interessados em investir em imóveis com determinadas
características.
Cada investidor recebe uma
ou mais cotas, que podem ser negociadas no mercado. O fundo possui um gestor,
responsável por selecionar os imóveis e garantir a melhor rentabilidade.
Quais os tipos de fundos?
De tijolo: Compra
diretamente os imóveis. Há subtipos, que correspondem ao empreendimento
investido, como shoppings, hospitais, agências bancárias, prédios comerciais,
centros de distribuição, condomínios residenciais.
De papel: Investem em
títulos financeiros vinculados ao mercado imobiliário, como as LCIs (Letras de
Crédito Imobiliário) e os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Esses
papéis, por sua vez, estão lastreados em algum tipo de recebível (pagamento),
como aluguéis.
Fundos de fundos: Variação
dos fundos de papel. Investem em cotas de outros fundos imobiliários,
aproveitando o rendimento gerado por eles e eventual valorização das cotas.
Quais as vantagens?
Enquanto vender uma casa
pode levar meses, no fundo imobiliário você transforma seu investimento em
dinheiro em questão de dias. Ou seja, a liquidez é maior.
Outra vantagem do fundo é
tributária. O rendimento do aluguel gerado por um imóvel está sujeito ao
Imposto de Renda com tabela progressiva (alíquota sobe conforme o valor
aumenta).
No fundo, o investidor
pessoa física é isento de IR. Há cobrança de imposto de 20% apenas sobre a
eventual valorização das cotas no momento da venda.
Vale a pena?
É uma opção para quem
busca diversificar suas aplicações e ampliar a rentabilidade sem correr grandes
riscos.
Os fundos são uma forma de
se proteger contra a inflação porque os contratos de aluguel estão vinculados a
índices como IGP-M e o IPCA. A rentabilidade média real (já descontada a
inflação) oscila entre 5% e 7% ao ano.
Como investir?
Por uma corretora, do seu
banco ou independente. Há duas formas de comprar cotas de fundos.
Uma delas é a oferta
primária, que corresponde ao lançamento do fundo no mercado ou a uma nova
emissão de um fundo já existente. Você faz uma reserva na corretora e alguns
dias depois o dinheiro é convertido nas cotas que, depois, podem ser vendidas
na Bolsa.
A vantagem é o maior
potencial de valorização das cotas. A desvantagem é a falta de histórico sobre
o fundo, o que aumenta o risco. É recomendável ler a documentação do fundo e
conhecer o gestor.
A outra, mais comum, é
comprar cotas diretamente na Bolsa. Há cerca de 170 fundos listados na B3. A
forma de negociação das cotas é similar à de ações. Basta conhecer o código do
fundo e lançar a ordem com a quantidade de cotas desejada na plataforma da
corretora.
Quais os riscos?
Os principais riscos dos
fundos são o inquilino não pagar o aluguel ou o imóvel ficar vago. Fundos que
investem em apenas um imóvel têm risco maior. “É importante saber quais imóveis
estão na carteira, sua localização e como está o mercado na região para aquele
tipo de imóvel”, disse Gustavo Bueno, chefe da área de fundos imobiliários da
XP Investimentos.
Há também o risco
relacionado às oscilações do mercado. Mudanças nas expectativas econômicas,
como o aumento da taxa de juros, podem fazer as cotas perderem valor.
Por fim, há o risco de
liquidez. Embora ele seja menor que o de um imóvel físico, você pode levar
alguns dias para vender suas cotas ou ter que vendê-las com desconto para
fechar negócio. Segundo Bueno, dos 170 fundos listados, apenas cerca de 30
possuem liquidez diária.
Fonte: Téo Takar, UOL
Foto: Ilustrativa
Fonte: Téo Takar, UOL
Foto: Ilustrativa
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