A rede de farmácias Raia Drogasil anunciou no fim da tarde
desta terça-feira que comprou a rede de farmácias Onofre, controlada pela
americana CVS no Brasil.
As conversas entre as duas companhias começaram poucos dias
antes do Natal, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. A CVS chegou a oferecer
a rede para companhias brasileiras. No pregão desta terça-feira, as ações da
Raia Drogasil subiram 3,3% na B3.
O negócio uniu a maior rede de farmácias do país a uma
companhia focada em São Paulo, que vinha investindo pesado na operação online
nos últimos anos.
Com 50 unidades, sendo 47 em São Paulo, a Onofre era a
primeira investida da CVS fora dos Estados Unidos. A gigante americana faturou
cerca de 200 bilhões de dólares no ano passado. A Onofre foi comprada pela CVS
em 2013, por cerca de 700 milhões de reais. Mas a empresa ficou pequena para o
tamanho dos desafios no mercado brasileiro.
Fundada em 1934 no Rio de Janeiro, a Onofre foi administrada
pela família fundadora, a Arede, até a venda. Sob comando americano, enquanto
as concorrentes disputavam os bons pontos disponíveis para abrir centenas de
lojas, a Onofre passou por uma reestruturação nos últimos anos. Revisou processos,
trocou equipe, mudou o interior e a marca das lojas e reforçou seu foco em
vendas online e oferta de serviços — nos EUA, as unidades da CVS aplicam até
vacinas. Em 2018, metade das vendas da varejista passaram a vir da internet.
A compra foi cercada por polêmicas. A CVS a questionou o
valor do acordo, de 670 milhões de reais por 80% da rede. Quando algumas
parcelas deixaram de ser pagas, em 2016, a família Arede entrou com um processo
de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil–Canadá contra a CVS. A Onofre nunca
confirmou a arbitragem.
Enquanto isso, o mercado de farmácia crescia alucinadamente,
puxado pela Raia Drogasil. De 2012 para cá, as receitas do setor aumentaram
62%. A Raia Drogasil passou de 864 para 1.825 lojas no período, e viu suas receitas
passarem de 6 para 15,5 bilhões de reais em 2018, alta de 12%. O lucro no ano
passado foi de 548,6 milhões de reais, crescimento de 7%. A participação de
mercado da Raia Drogasil é de 12,9%. A segunda colocada do setor é a Pacheco
São Paulo, que dobrou de tamanho em cinco anos, para 10 bilhões de reais.
Fonte: Exame
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