A dificuldade enfrentada pelos empreendedores de shoppings em 2013 para atrair
lojistas para os novos shoppings ainda é uma realidade. Na média geral, a taxa
de ocupação dos shoppings inaugurados apresenta um crescimento pouco expressivo:
vai de 50% em dezembro de 2013 para 57% em junho de 2014, segundo o levantamento
do IBOPE Inteligência. Em número de lojas, esse crescimento representa
adicional de 370 lojas inauguradas em 36 shoppings.
Pouco mais de um
terço dos shoppings inaugurados no ano passado (39%) apresentam taxa de ocupação
inferior a 50%, ou seja, esses shoppings ainda operam com metade da Área Bruta
Locável (ABL) desocupada. Na maior parte dos casos, as áreas vagas são aquelas
destinadas às lojas satélites e ao cinema.
Os shoppings que ainda registram as menores taxas de ocupação são aqueles
localizados em cidades de pequeno e médio porte (menos de 1 milhão de
habitantes). Nessas localidades, a taxa média de ocupação é de 50%. Já nos
grandes mercados, a taxa média de ocupação dos novos empreendimentos é de 70%.
“O aspecto mais preocupante é que muitos dos shoppings novos estão localizados
em mercados que apresentam baixo potencial de consumo ou estão sobreofertados”,
diz o coordenador de pesquisa na área de shoppings do IBOPE Inteligência, Fabio
Caldas. Isso pode ser constatado pelo Índice de Produtividade das cidades,
métrica que relaciona demanda (potencial de consumo das famílias) e oferta
instalada, calculado pelo IBOPE Inteligência.
De acordo com esse índice,
mercados com índice 100 são considerados “equilibrados”, onde a oferta de
shoppings instalados é suficiente para atender à demanda existente. Cidades com
índice entre 99 e 80 são “áreas concorridas”, mas que podem ainda ter espaço
para novos empreendimentos, dependendo de sua localização e do seu
posicionamento. Abaixo de 80 estão os mercados de “alto risco”, que dificilmente
comportariam um novo empreendimento.
Dos 36 shoppings analisados pelo
Atlas de Shopping, do IBOPE Inteligência, 53% estão localizados em cidades cujo
Índice de Produtividade antes da instalação do shopping era inferior a 80. “Não
é coincidência, portanto, que justamente nesses municípios estejam os shoppings
com as menores taxas de ocupação: cerca de 49%, em média”, comenta Caldas.
Segundo o executivo, mesmo com uma redução significativa das atuais taxas de
vacância, o desempenho de vendas de muitos desses empreendimentos ainda deve
permanecer abaixo das expectativas. “Esses valores indicam claramente que muitos
shoppings terão curvas de maturação muito longas, muitas acima de cinco anos,
antes que os resultados apareçam”, finaliza.
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