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sábado, 18 de outubro de 2014

Qual é a cara de uma boa área comum?

Especialistas do mercado imobiliário paulistano contam como desenvolvem os itens de lazer nos novos empreendimentos
 
Nem sempre belas ilustrações dos itens de lazer nos materiais de venda dos lançamentos se traduzem em espaços efetivamente funcionais para os moradores. Com restrições impostas pelos terrenos, pelos tipos de produtos e até pela legislação, os incorporadores consideram os desejos dos potenciais moradores e as necessidades de uso como parâmetros para o desenvolvimento dos condomínios.
 
O salão de festas e a academia, por exemplo, são essenciais em todos os novos edifícios da capital e, com características distintas, não podem entrar em conflito nos projetos. Segundo profissionais do mercado, eles costumam ser dispostos de forma que não tenham comunicação ou acesso diretos entre si – o que nem sempre é fácil de se obter, já que ambos muitas vezes ocupam áreas no térreo, no interior da torre.
 
A setorização dos itens é uma estratégia comum para se organizar os usos, segundo a arquiteta e gerente de desenvolvimento de produtos da incorporadora You, Inc, Thaís Todescato Fornazari. “Ela é muito importante. A academia tem de ficar próxima da piscina e dos banheiros”, explica. A regra de agregação valeria também para os itens dedicados às crianças e para os espaços socais.
 
A característica dos itens, por outro lado, impõe medidas. Na opinião de Thaís, um bom salão de festas tem de oferecer aos condôminos, além de infraestrutura de banheiros, uma copa equipada com geladeira, fogão e micro-ondas. “E é interessante ter uma pequena praça externa, além de integração com o espaço gourmet, que deve ter estrutura para ser usado de forma independente”, diz. Já a proximidade do salão com a churrasqueira comum e com a entrada principal do empreendimento são bastante desejáveis.
 
As áreas para exercício físico ganharam espaço nos últimos anos, especialmente nos condomínios de uso adulto. Os novos edifícios têm, como regra, equipamentos multifuncionais para musculação, aparelhos para abdominais e, eventualmente, materiais para a prática de yoga, mas muitos parecem pecar pela falta de esteiras rolantes e de bicicletas ergométricas.
 
Alguns profissionais, como a arquiteta Patrícia Anastassiadis, responsável por todos os projetos da AlfaMDL, desenvolvem áreas de fitness só com o apoio de empresas especializadas. Ela diz também que o espaço da academia depende muito do projeto. “Se eu tiver um empreendimento com um fitness muito grande, vou ter de tirar espaço das demais áreas no térreo.”
 
Outros itens dedicados aos exercícios físicos e que merecem atenção são as quadras. A gerente de projetos da Kallas, Gabriela Sayd, diz que os espaços para a prática de tênis e squash não podem ser desenvolvidos fora das dimensões oficiais.
 
No entanto, as quadras poliesportivas acabam sofrendo as consequências de falta de espaço nos terrenos e, por isso, muitas vezes não têm padrões – na falta de uma área adequada, até as miniquadras são uma opção. Gabriela acredita que espaços com 30 metros por 20 metros já sejam muito bem adequados para o uso recreativo. “Além disso, a quadra tem de estar afastada das unidades por causa do barulho e, se for coberta, ter um pé-direito de, pelo menos 8 m.”
 
Espécie de moda no mercado, as piscinas de raia cobertas, próprias para treino, devem ter 25 metros de comprimento para serem confortáveis, na opinião do gerente de incorporação da Huma. Felipe De Gerone. Além das aberturas para a entrada de luz, ele ainda considera essencial uma área com acesso externo, dotada de espreguiçadeiras, para que as pessoas possam tomar sol.
 
As piscinas recreativas são também importantes e, na avaliação de profissionais do mercado, devem ficar isoladas do espaço destinado aos treinos e das piscinas para crianças.
 
Entre as atrações de lazer, as incorporadoras devem manter a sensação de espaço. O gerente de engenharia e incorporação da WZarzur, Rogério Atala, diz que, em corredores, pelo menos 1,20 metro são necessários para garantir o conforto dos usuários. “Na parte externa, não há uma regra específica, mas temos de tomar cuidado para não criar labirintos. É bom, por exemplo, que o salão de jogos fique perto da quadra e do playground”, diz Atala. Praças de convívio são também essenciais, segundo os especialistas.
 
ITEM A ITEM
 
Academia
O fitness deve estar na porção mais reservada das áreas comuns, próximo da piscina e dos banheiros, mas distante dos espaços destinados a eventos
 
Salão de festas
De preferência, o salão de festas deve estar localizado perto da entrada do condomínio para evitar a circulação de visitantes na área comum. Banheiros e uma copa são itens essenciais, e uma área externa para os visitantes é sempre bem-vinda. Além disso, é conveniente que ele fique ligado ou próximo do espaço gourmet
 
Espaço Gourmet
Ainda que fiquem ao lado do salão de festas ou muito próximos a ele, o espaço gourmet e a área de churrasqueira devem contar com total infraestrutura para funcionarem de forma totalmente independente. Nesse quesito, destacam-se acessos autônomos e banheiros exclusivos
 
Piscinas
Uma piscina para treino e uma recreativa são sempre interessantes, assim como as piscinas infantis no caso de empreendimentos perfil familiar. Além disso, áreas para banho de sol não podem ser esquecidas
 
Quadra
O condomínio deve ter espaços para o lazer das crianças, como as quadras poliesportivas. Mesmo pequenas, especialmente quando estão próximas do salão de jogos e do playground, elas evitam que a garotada passe a usar espaços inadequados
 
Fonte: Gustavo Coltri 

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