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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Por R$ 50 mil, empresa pode contornar falta de água com poço

Companhia especializada na construção de poços artesianos diz que procura por serviço cresceu 90% em relação ao ano passado

 
Muitas empresas estão tendo seus negócios prejudicados pelos cortes no fornecimento de água no estado de São Paulo. Para minimizar essas perdas, alguns empresários estão investindo na construção de poços artesianos para abastecer suas instalações. As obras demoram de 60 a 90 dias e custam cerca de R$ 50 mil. Confira a seguir o que é preciso fazer para recorrer a esta opção.
 
É possível encontrar água em qualquer terreno, mas não se pode determinar a quantidade e nem a qualidade do recurso, afirma Flávia Maia, gerente ambiental da São Paulo Poços Artesianos. “Nós realizamos um estudo prévio do solo que ajuda a estimar estas variáveis. Mas acontece de não acharmos a água necessária para atender a demanda do cliente, não é algo totalmente exato”, explica.
 
Após a realização deste estudo, que leva em torno de 15 dias, é preciso obter uma licença de perfuração junto ao Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), órgão do governo estadual responsável pela gestão dos recursos hídricos do estado de São Paulo. Se o pedido for aprovado, o documento sai em até dois meses. Uma vez emitida a licença, a empresa leva mais 15 dias para realizar a obra e montar a estrutura para a retirada da água. Um pacote incluindo todas estas etapas sai por cerca de R$ 50 mil.
 
“São poucas as restrições para a obra. Nós trabalhamos com o poço tubular profundo, que pega água a pelo menos 60 metros abaixo da terra. Acima deste nível é área explorada pela Sabesp, então é ilegal. Além disso, o futuro poço não pode estar em uma região com solo contaminado. Caso esteja, será preciso obter primeiro um parecer técnico da Cetesb, e o processo também fica um pouco mais demorado”, esclarece.
 
Depois de construído o poço, será necessário fazer uma manutenção periódica das instalações a cada seis ou doze meses. Cada procedimento custa de R$ 2,5 e R$ 3,5 mil. Além disso, caso a água seja usada para consumo humano (tanto para beber quanto para saneamento), é preciso passar por um monitoramento periódico da Vigilância Sanitária, a um custo adicional de R$ 1,5 mil por mês.
 
“A procura pelos nossos serviços cresceu cerca de 90% em relação ao ano passado por causa da falta de chuvas. Hoje, nossos maiores clientes são os condomínios, mas também tivemos um aumento de 50% na procura por parte de empresas, especialmente as que usam água para processos industriais, como as do setor de bioquímica e laboratórios”, afirma Flávia.

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