Bruno Araújo, novo ministro das Cidades, deu um panorama da situação de sua pasta em reunião da Política Olho no Olho, ocorrida dia 15/7, na sede do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
“O antigo governo nos deixou restos a pagar gigantescos. O que se fez foi passar um cheque sem fundo para a sociedade brasileira”, ponderou Araújo, referindo-se às promessas feitas pelo governo anterior sem a devida capacidade de pagamento. De acordo com ele, este ano o ministério tem de empenhar R$ 66,5 bilhões, mas tem apenas R$ 8 bilhões em caixa.
O Minha Casa, Minha Vida foi um dos mais afetados no reajuste de contas pelo qual o ministério teve de passar. Dos R$ 16,18 bilhões empenhados, há R$ 6,95 bilhões de recursos disponíveis para o programa.
Dados do ministério dão conta da queda do ritmo do MCMV nos últimos anos. A quantidade de unidades contratadas na faixa 1, em 2013, foi de 399,2 mil; em 2014, caiu para 132,6 mil; em 2015, para 1,18 mil. Até o mês de abril, período que antecedeu o governo interino de Michel Temer, não houve novas contratações.
Mesmo com o conturbado momento econômico do País, o ministro comprometeu-se a dar continuidade ao programa em todas as modalidades. “Eu diria que nossa missão é salvar o Minha Casa, Minha Vida”, pontuou, elencando as diversas medidas que estão para ser adotadas com vistas a dar fôlego ao programa.
Dentre elas, destaca-se a reestruturação da faixa 1,5, cuja operação será destinada ao mercado. “O Minha Casa, Minha Vida não é um programa de governo ou de partido político; é, sim, uma política de Estado, que pertence a toda a sociedade brasileira. Para isso, a participação da iniciativa privada é fundamental”, disse.
Segundo o ministro, primeiramente será feita uma análise do crédito do adquirente, e, depois, o cadastramento para recebimento da unidade. Com isso, o beneficiário terá certeza de que tem perfil para a contratação. Até agora, o critério adotado era o sorteio, para depois o candidato ter seu cadastro avaliado.
Nessa faixa, devem ser contratadas entre 40 mil e 50 mil unidades até o fim deste ano. No total, com todas as demais faixas, o MCMV deve contratar de 300 mil a 400 mil moradias até dezembro.
Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, destacou a importância do setor imobiliário para a retomada do crescimento da economia. “Em 2009, a indústria imobiliária foi decisiva para contornar a crise, graças à implantação do Minha Casa, Minha Vida, que nasceu neste Sindicato”, afirmou, ao ressaltar que, no cenário de hoje, o setor produtivo também está pronto para dar sua contribuição. Fonte: Secovi
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