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quinta-feira, 11 de julho de 2019

Preço alto levará a mais imóveis compactos e com serviços compartilhados

Otimização do espaço, processos digitais e segurança estão entre as principais demandas nas gerações de futuros compradores

Os imóveis do futuro terão mais serviços compartilhados, como lavanderia, coworking e área de lazer, e também deverão consagrar os modelos menores e compactos. Não é, porém, por uma mudança no comportamento e nos interesses das novas gerações que o compartilhamento ganhará espaço no ramo imobiliário, mas sim por uma limitação de renda.

É esta uma das principais conclusões de um estudo realizado pela consultoria Deloitte, em parceria à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), sobre as perspectivas e tendências do consumidor imobiliário para 2040.

“As novas gerações não terão a mesma capacidade de compra das antigas”, disse o economista da área de pesquisas da Deloitte, Giovanni Cordeiro. “A economia e a renda não crescem mais ao mesmo ritmo de décadas passadas e, por outro lado, o custo de materiais e de terrenos urbanos segue subindo. A solução é reduzir o tamanho e aproveitar ao máximo o espaço.”

“As pessoas querem morar em um lugar privilegiado e central”, diz o presidente da Abrainc, Luiz França, “mas não têm dinheiro para um apartamento grande, então o número de imóveis compactos deve crescer.”

O estudo aponta que, ao longo da década de 1960, a economia brasileira cresceu 64% e, na de 1970, 102%. Já nos anos de 2000 e de 2010 esse crescimento foi de 42% e 24%, respectivamente, enquanto o preço do minério de ferro disparou 443% nos primeiros dez anos do milênio.

Para traçar as principais tendências para os imóveis do futuro e o comportamento de seus compradores, a Deloitte compilou estudos nacionais e internacionais e também entrevistou 1.300 brasileiros tanto das gerações mais velhas – de “baby boomers” e a geração X – como das mais jovens, Y e Z, nascidas de 1980 em diante.

Mais processos digitais na busca e fechamento de negócios, menos corretores, maior procura por segurança e também proximidade a centros comerciais estão entre as tendências apontadas. Além do aumento nos espaços compartilhados, veja outros pontos destacados:

Mais processos digitais e menos corretores
Análise de crédito, verificação de documentos e fechamento de contratos são alguns processos que devem passar do presencial para o digital nos próximos anos.

Plataformas virtuais que forneçam mais informações, como histórico de valores de venda em um edifício ou dados de segurança do bairro, são outras possibilidades.

De acordo com a pesquisa da Deloitte, em 2040, 40% dos consumidores deverão estar dispostos a cumprir todo o processo de escolha e compra da casa por internet, enquanto 50% podem abrir mão do corretor.

Casa conectada e modular
A pesquisa detecta uma expectativa dos consumidores pelas tecnologias da “casa inteligente”, com dispositivos de controle ligados ao mundo digital. Mas, de acordo com Cordeiro, da Deloitte, essa é uma demanda que aparece mais com relação aos aparelhos, como eletroeletrônicos que conversam entre si, do que à estrutura, como portas e janelas eletrônicas.

“É uma sociedade que será mais plural, que não se vê tanto tempo na mesma casa, e que não quer que essa tecnologia fique presa àquela estrutura”, diz o economista.

Os espaços também tendem a ser mais modulares, com a possibilidade de customizar ou reformular os cômodos, também para acompanhar perfis de famílias em constante mudança. Casamentos, separações, idas e vindas de viagens longas e acolhimento de pais e sogros, com o envelhecimento da população, são algumas dessas possíveis mudanças.
Segurança e proximidade a serviços

Em uma lista com 24 itens, a segurança foi o mais assinalado pelos entrevistados de todas as gerações quando perguntados sobre o que esperam da localização e infraestrutura no entorno de seu imóvel.

Fácil acesso ao trabalho e a centros comerciais também aparece entre as preferências. Proximidade a um hospital, curiosamente, foi mais mencionada pelos mais jovens: para a geração Z, este foi o 6º item mais citado, enquanto, para a X, ele ficou em 12º na lista de prioridades.

Fonte: Juliana Elias / Exame

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