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sábado, 31 de março de 2012

A cidade, engenheiros, arquitetos e o bom senso agradecem

Pelo projeto do novo estádio do Palmeiras, parte das arquibancadas não será demolida. Como o clube tem somente o alvará de reforma, ela teria que ser “escondida” sob a nova Arena Palestra. Dentro das normas técnicas, a demolição em nada prejudicaria a cidade, ficaria mais barata e daria mais conforto ao estádio. Não é possível que essa situação não seja revista.

Marco Antonio Moura

quarta-feira, 28 de março de 2012

Obra municipal obriga pedestre a atravessar prédio em ruínas em SP

As obras de revitalização do largo da Batata, região histórica de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, não só estão atrasadas em relação ao prazo dado pela própria prefeitura como, nesta semana, passaram a oferecer riscos aos pedestres que andam ali.

No cruzamento da avenida Brigadeiro Faria Lima com a rua Martim Carrasco, os responsáveis pela obra criaram no sábado um túnel que obriga os pedestres a atravessarem por dentro de um prédio semidemolido, em ruínas.

Pela esquina, a poucos metros da estação Faria Lima, circulam muitas pessoas, a maioria a caminho do metrô.

A passagem feita cheira a fezes, pois moradores de rua dormem nela à noite; está repleta de entulho e tem pedaços de concreto pendendo de um buraco no teto. Mas não resta outra opção a quem está a pé --a calçada está em obras.

Na parede de um lado do prédio, uma mensagem improvisada avisa: "Acesso".

"É um cheiro horrível e parece que vai desabar. À noite eu não passaria. Achei muito precário", disse a farmacêutica Ana Lúcia Paiva, 34.

Um dos operários que trabalha na reforma não acredita que o prédio ofereça riscos. "A estrutura é forte", afirmou.

Ele, porém, disse não saber quem pintou a mensagem na entrada do "túnel". "Mas está meio esquisito, não está?"

No local funcionava uma loja de roupas de bebê, segundo Edilson Ferreira, 33, que trabalha numa banca de jornal próxima. Todo o quarteirão de comércio popular foi desapropriado pela prefeitura para ceder lugar a uma praça.

A revitalização da região começou em 2008. Em 2010, a prefeitura disse que a atual etapa --de construção da praça-- terminaria em dezembro de 2011, o que não ocorreu.

Pedro Evangelista, diretor da SPObras, da prefeitura, disse que pedirá "uma revisão" na passagem de pedestres, para diminuir os transtornos.

Ele afirmou ainda que a praça ficará pronta no primeiro semestre de 2013 e que, antes dela, será entregue o terminal de ônibus Pinheiros --incluído no mesmo pacote de intervenções. As obras, disse, levam tempo devido às desapropriações na Justiça.

terça-feira, 27 de março de 2012

Feira da Construção tem piso de pneus e tinta que reflete calor

Exposição começa nesta terça e vai até sábado em SP

Começa nesta terça-feira (27) no Pavilhão de Exposições do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, a Feira da Construção. Destinada a profissionais do setor, o evento apresenta novidades para os visitantes, como um revestimento contra pichação e um piso de pneu reciclado.

A feira reúne mais de 20 mil produtos e 2 mil lançamentos em vários setores. Entre eles está uma tinta especial que reflete até 80% do calor transmitido e reduz a temperatura em até 40%, diminuindo o consumo de energia elétrica. Há também uma linha de pisos residenciais feitos com pneu reciclado – eles são antiderrapantes, têm amortecimento e propriedades acústicas.

Os visitantes também poderão ver uma torneira que possui um sistema de luz que identifica a temperatura da água – além do efeito visual, ela garante mais segurança.

Serviço

O Pavilhão de Exposições do Anhembi fica na Avenida Olavo Fontoura, 1.209, em Santana. A feira vai até sábado (31), e funciona das 10h às 19h. A entrada é exclusiva para profissionais do setor – entretanto, se o visitante comum quiser visitá-la deve fazer uma inscrição no local e pagar R$ 50.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Obras em um terço das cidades da Copa são bancadas com 100% de dinheiro público

“O melhor da Copa do Mundo é que é um evento que consome a menor quantidade de dinheiro público do mundo. O papel do governo não é de investir, mas de ser facilitador e indutor”.

Estas foram as palavras do então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, em discurso proferido em 2007 em Brasília, ao lado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendendo que não haveria motivos para se preocupar com excesso de gastos públicos na organização do Mundial de futebol.

Em dezembro do mesmo ano, o então ministro do Esporte, Orlando Silva, em discurso no Rio de Janeiro, reforçou: "Os estádios para a Copa do Mundo serão construídos com dinheiro privado. Não haverá um centavo de dinheiro público para os estádios”.

QUEM PAGA AS OBRAS DA COPA (em R$ milhões)
Pouco mais de quatro anos depois, constata-se que nada poderia estar mais longe da verdade do que as referidas previsões das duas autoridades.

Segundo relatório de acompanhamento das obras da Copa do TCU (Tribunal de Contas da União) de março deste ano, em quatro das 12 cidades que irão sediar a Copa do Mundo de 2014, todas as obras que estão sendo executadas são ou serão pagas exclusivamente com dinheiro público. São elas: Brasília (DF), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e Rio de Janeiro (RJ).

No que se refere aos estádios que estão sendo construídos ou reformados, apenas três arenas são privadas, e todas contam com empréstimos estatais subsidiados ou incentivos fiscais.

Nas contas do tribunal, apenas 8,81% do dinheiro que está sendo investido nas obras que constam na Matriz de Responsabilidades da Copa tem origem privada. O restante vem dos cofres municipais (5,72%), estaduais ( 17,88%) e federal (67,59%).

A conta chega a um investimento total de R$ 25 bilhões, utilizando dados compilados em novembro de 2011 pelo Ministério do Esporte (última atualização disponível). Deste total, apenas R$ 2,2 bilhões são privados.

O caráter público do financiamento da Copa é ainda mais agudo quando se leva em conta que cerca de 90% do capital privado das obras da Copa é tem origem em empréstimos estatais, a maioria advindos de linhas de financiamento subsidiados do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Entre eles estão os financiamento aos estádios de Corinthians, Atlético Paranaense e Internacional-RS. A conta da Copa do Mundo é nossa.

Fonte: Vinícius Segalla do UOL,em São Paulo

sábado, 24 de março de 2012

Hopi Hari - Nem tudo que é legal é justo

Não concordo com o resultado do novo Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) imposto pelo Ministério Público ao Hopi Hari, situado em Vinhedo, São Paulo, permitindo a reabertura do parque temático, mesmo com algumas atrações interditadas até que sofram adequações de segurança para que voltem a funcionar.

O Ministério Público exigiu a sinalização clara e objetiva acerca da impossibilidade de uso de determinado assento integrante de brinquedo em operação.

Com assim? Na tragédia do mês passado, o parque não soube informar o motivo pelo qual um assento ficou tanto tempo, fora de uso (dez anos). Não seria o caso de obrigar a interdição total de qualquer atração que apresente problemas, mesmo que parciais? Relevante queda no faturamento provocaria ação imediata dos responsáveis para restabelecer as condições normais do equipamento.

Embora tenha detectado que as montanhas-russas Montezum e Vurang funcionam mesmo que alguma trava de segurança esteja aberta, o MP entendeu que esses dois brinquedos não precisam ser interditados, mas determinou que a checagem da trava seja feita duas vezes pelos operadores e que essa informação seja passada ao visitante.

Lembro que a percepção do risco evolui com a maturação da criança, ou seja, sua capacidade de avaliar as situações de risco evolui com idade, além do que, em parques de diversões, nem sempre os responsáveis acompanham as crianças em todos os brinquedos.

O MP exigiu ainda que o Hopi Hari consulte os fabricantes das montanhas-russas sobre a possibilidade de instalar um dispositivo que impeça o início da operação caso as travas não estejam corretamente posicionadas, mas, segundo a promotora, não há lei que obrigue o parque a instalar dispositivo do tipo. “Infelizmente estamos diante de um vácuo legislativo”, afirmou a promotora.

Levando-se em conta que o Ministério Público não pode superar os vácuos legislativos, devemos ficar atentos à realidade, zelar pela segurança e não frequentar o parque, afinal: Vidas são infinitamente mais importantes que a dívida milionária do Hopi Hari e suas necessidades contratuais.

Marco Antonio Moura

quarta-feira, 21 de março de 2012

Análise de viabilidade

Em pequenas empresas, que tendem a sofrer mais com os efeitos do encalhe de unidades, estudo de viabilidade deve considerar dados confiáveis e relacionar velocidade de vendas com fluxo de caixa da obra

Independente do porte da empresa, o estudo de viabilidade é um instrumento indispensável para a tomada de decisão de investimento e fundamental para o sucesso do negócio imobiliário. Mas em pequenas e médias construtoras, a confiabilidade dessa ferramenta é ainda mais crítica, sobretudo considerando-se que problemas como baixa velocidade de vendas e grande estoque remanescente podem causar um buraco perigoso nas receitas e colocar em risco a capacidade de crescimento e sobrevivência da empresa.

“Uma vez adquirido um terreno ou imóvel para o empreendimento, não dá para parar o processo de desenvolvimento. Nessa fase, o negócio imobiliário consome muitos recursos até que seja lançado e passe a gerar receita. Por isso é tão importante conhecer e estudar detalhadamente todos os custos e riscos até este momento”, destaca o engenheiro Marcos Roberto Tamaki, diretor da Unidade de Negócios Imobiliários do CTE (Centro de Tecnologia de Edificações).

O consultor ressalta que a combinação de empreendimento malvendido, alto custo de construção e margem de lucro muito enxuta pode ter um efeito nefasto na saúde financeira de empresas de menor porte, uma vez que elas não têm acesso a instrumentos de crédito e captação de recursos a custos mais baixos, como ocorre com as grandes companhias de capital aberto. Isso acaba deteriorando a capacidade de investimento em novos negócios, principalmente a criação de um banco de terrenos para a construção de empreendimentos futuros. “A empresa pode se tornar financeiramente insustentável, reduzindo sua capacidade de gerar caixa e levando, até mesmo, a iniciar um processo falimentar”, alerta.

“Não podemos errar de forma alguma, por isso, estudamos o mercado 24 horas por dia e buscamos aprender com a observação dos erros dos outros”, revela o sócio-diretor da Leduca Engenharia, Paulo Marques. Responsável pelas análises de viabilidade da construtora fundada em 2008 e que atua no Rio de Janeiro, Marques revela que primeiro contrata um estudo de massa para, a partir daí, avaliar o negócio em potencial e buscar os terrenos situados nas áreas com maior liquidez. Segundo ele, até agora o método tem funcionado muito bem. “Lançamos dois empreendimentos este ano e já não temos nenhuma unidade para vender”, comemora.

Prática semelhante é realizada pela RKM Engenharia, de Belo Horizonte. Ricardo Alfeu, CEO da construtora mineira, conta que além de um estudo criterioso do mercado, por meio de pesquisas financeiras e econômicas, utiliza o conhecimento que a construtora detém sobre o consumidor local. “Somos uma empresa regional, por isso usamos a nossa visão dos hábitos e costumes dos moradores para entender e analisar as oportunidades”, comenta o executivo.

Achatando o risco
As incertezas inerentes ao mercado imobiliário complicam a vida dos empresários no momento de decidir se, como e quanto investir em um novo empreendimento. Não à toa, muitas vezes essa resolução se dá de forma intuitiva, tomando como base apenas a experiência e a sensibilidade do empreendedor em relação ao mercado. Mas não precisa, nem deve, ser assim.

De acordo com Marcos Tamaki, as premissas a serem adotadas nos estudos de viabilidade definem o perfil de risco do negócio imobiliário e, principalmente, de cada investidor. Além da definição do produto e do preço de venda, há muitos fatores que devem ser considerados nessa análise e que juntos, são capazes de reduzir as incertezas.

Entre eles destacam-se aqueles relacionados à posse do imóvel ou terreno sobre o qual será desenvolvido o negócio imobiliário; fatores ligados ao licenciamento ou à aprovação de projeto; a disponibilidade de linhas de crédito e, finalmente, o custo de construção.

Nesse último item, seja por se basearem em dados imprecisos, seja por displicência, muitas empresas calculam mal. Atualmente, uma das maiores dificuldades é dimensionar o custo da mão de obra, especialmente nas grandes cidades, onde esse recurso está muito escasso.

Para chegar a um custo de construção mais próximo da realidade, o ideal, de acordo com Marcos Tamaki, é apoiar-se em um orçamento paramétrico, cujos números provenham de dados de obras já entregues, em andamento ou de produtos padronizados cuja construção é industrializada.

Outros erros que podem levar a análises imprecisas ocorrem durante as definições de produto, preço e velocidade de venda. Nesse ponto, para não colocar em risco o negócio como um todo, é importante que pequenos e médios empreendedores busquem firmar parcerias com boas empresas de vendas que contem com especialistas em definição de produto, além de um grande banco de dados de demanda e preço de venda.

Da mesma forma, é importante que os empresários se lembrem que, no momento do estudo de viabilidade, não há garantia alguma de que os empréstimos para custear os projetos, a obra e, por vezes, a infraestrutura, serão disponibilizados na quantidade e no momento necessários. “Portanto é prudente criar um cenário sem estes recursos para visualizar a máxima exposição de caixa ou o investimento requerido pelo negócio imobiliário”, recomenda Tamaki.

Mas, entre todas as falhas a que as pequenas e médias empresas estão sujeitas na hora de elaborar estudos de viabilidade, a mais comum é não fazer o acompanhamento dinâmico dos estudos de viabilidade do empreendimento. “O estudo de viabilidade não pode ser estático. Todos os parâmetros de receitas e despesas devem ser monitorados periodicamente para checar se o fluxo de caixa do negócio está alinhado com o fluxo planejado no estudo de viabilidade que subsidiou a decisão de investimento”, alerta o consultor do CTE. Isso vale, por exemplo, para as vendas, preços, condições de pagamento, carteira de recebíveis, inadimplência, gastos com marketing, incorporação, terreno, corretagem de venda, custo de construção e liberações de empréstimos à produção e seus juros.

Pontos de análise

- Não deixe de incluir na análise de viabilidade o processo de licenciamento ou aprovação de projeto, bem como os aspectos jurídicos relacionados à posse do imóvel ou terreno

- Dedique especial atenção à definição do produto e do preço de venda. Esses são os principais fatores de sucesso do empreendimento, relacionados diretamente com a demanda. No preço, também, são definidas as condições de pagamento

- Não esqueça de considerar no custo do empreendimento as verbas destinadas às campanhas publicitárias, estandes de vendas ou modelos decorados, que demandam recursos em um período que o empreendimento não foi lançado, ou seja, quando ainda não gera receita para o negócio

- Há diversas linhas de crédito atualmente. Compare as opções existentes

- Estabeleça boas parcerias com empresas especializadas em vendas, que detenham um grande banco de dados de demanda e preço de venda

- Monitore constantemente os parâmetros de receitas e despesas para checar se o fluxo de caixa do negócio e o fluxo projetado no estudo de viabilidade estão de acordo

Um quarto da área construída de São Paulo é vaga de estacionamento, aponta estudo

Não bastassem as ruas, os carros de São Paulo também lotam os edifícios da cidade. De acordo com um levantamento realizado por pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), as vagas de estacionamento ocupam 25% da área construída da capital.

“Num prédio residencial de 185 metros quadrados, por exemplo, seriam em média 100 metros quadrados de apartamento, 35 m de área comum e 50 m de estacionamento”, explica Hamilton de França Leite Júnior, um dos autores do estudo, que examinou registros da construção civil na cidade de São Paulo de 1930 a 2010.

A progressão histórica dos registros reflete a evolução dos hábitos de mobilidade urbana do paulistano. Enquanto na década de 30 as garagens para carros quase não existiam, em 1960 já ocupavam 13% da área dos edifícios comerciais e residenciais. O ápice da proporção entre área total construída e área de garagem foi atingido no ano de 2001: quase 30% do espaço dos prédios na capital era usado como estacionamento. Desde então, o índice começou a regredir e entre 2006 e 2010 se manteve próximo da casa dos 25%.

O estudo foi realizado pelos pesquisadores Hamilton de França Leite Júnior, Claudio Tavares de Alencar e Vanderley Moacir John, do departamento de Engenharia Civil da Escola Politécnica da USP.

Além do excesso de carros, contribui para a elevação da área de garagem a legislação que exige um número mínimo de vagas de estacionamento em empreendimentos comerciais. “Há casos em que se exige uma vaga a cada 35 metros quadrados, o que é um número elevado”, afirma Leite.

Numa comparação com metrópoles dos Estados Unidos, o estudo destaca que, enquanto a legislação de Nova York e São Francisco impõe um limite máximo para a construção de garagens, em cidades como São Paulo e Los Angeles as regras estabelecem um número mínimo de vagas para empreendimentos imobiliários.

terça-feira, 20 de março de 2012

Fundos Imobiliários Podem Ser Tão Populares Quanto Ações, Diz CSHG

Os fundos imobiliários deixaram de ser aquela eterna promessa de aplicação com forte potencial de crescimento e passaram a atrair investidores em busca de uma alternativa mais rentável para compensar os efeitos negativos da queda dos juros sobre as aplicações de renda fixa. Segundo o último balanço da BM&FBovespa, o número de fundos imobiliários com quotas negociadas em bolsa cresceu de 31 para 69 em pouco mais de dois anos. Em 2009, o volume total de negócios com quotas foi de 379 milhões de reais – um giro superado em apenas dois meses neste ano. Já o valor de mercado dos fundos listados alcança 18,5 bilhões de reais. Comparado com o mercado americano de fundos imobiliários, no entanto, o Brasil apenas engatinha.

EXAME.com conversou com Alexandre Machado, André Freitas e João Phelipe Toazza de Oliveira, responsáveis pelos oito fundos imobiliários do Credit Suisse Hedging-Griffo, uma das gestoras pioneiras desse mercado no Brasil. Abaixo, eles explicam por que essas aplicações ainda podem crescer de tal forma que se tornem tão ou mais populares que os fundos de ações:

Os fundos imobiliários podem ser tão ou mais populares no Brasil que as ações. Juntando os fundos que hoje já são negociados na BM&FBovespa com os fundos imobiliários privados, essas aplicações possuem um patrimônio de cerca de 25 bilhões de reais. Pelo atual ritmo de crescimento, é bem possível que sejam 90 bilhões de reais daqui a três anos. Se a conta incluir também os fundos de investimento em participações (FIP), o patrimônio pode ser igual ou até mesmo superar o de ações daqui a cinco anos. Segundo números da Anbima (a associação de bancos e fundos de investimento), os fundos de ações somam 180 bilhões de reais e os FIP, 71 bilhões. Vale lembrar que nem todos os FIP são imobiliários, apenas uma parte deles. Mas parte desses fundos de ações também são exclusivos ou apenas veículos de investimento privado.

Tem dois fatores que devem sustentar o crescimento. O primeiro é o interesse dos brasileiros por investimentos em imóveis, seja diretos ou indiretos. Além disso, os sinais que vêm de fora indicam que um mercado imobiliário maduro inclui um grande desenvolvimento dos fundos. Nos Estados Unidos, por exemplo, os fundos imobiliários representam entre 10% e 15% de toda a indústria de fundos. Seria arriscado para cravar que o Brasil também chegará a percentuais tão elevados, mas pode certamente ser maior do que 5% ou 6% da indústria de fundos.

O grande impulso aos fundos imobiliários é que os juros devem continuar em queda no Brasil. É muito difícil vender esses fundos quando a Selic [taxa básica de juros] está em 15% ao ano. Todo mundo só quer saber de título público em um cenário como esse. Ninguém quer nem precisa correr nenhum risco. Mas atualmente o custo de oportunidade é bem menor, e vai cair ainda mais. É o ambiente necessário para o desenvolvimento dessa indústria.

Outro aspecto importante é que os fundos imobiliários ainda não alcançaram os brasileiros com renda de muitos milhões de reais. Hoje cerca de 80% das quotas estão nas mãos de pessoas físicas. Os investimentos são bastante pulverizados. O CSHG tem o tíquete de investimento mais alto do mercado brasileiro porque exige um investimento mínimo de 100.000 reais em cada oferta pública de quotas. As emissões são destinadas principalmente aos clientes do private banking da CSHG. Cada investidor de nossos fundos coloca em média 300.000 reais por fundo e costuma ter entre 3 milhões e 10 milhões de reais em aplicações financeiras. Só depois que as cotas começam a ser negociadas na bolsa é que o varejo costuma ter acesso aos papéis.

Mas aquele investidor que tem mais de 10 milhões de reais em patrimônio só agora está começando a entrar nesse negócio. Quem gosta de investir no mercado imobiliário geralmente passou a vida comprando imóveis à medida que a riqueza aumentava. Não que essa estratégia esteja errada. Os investidores que agem dessa maneira conseguem construir um portfólio bastante diversificado, com vários imóveis localizados em diferentes regiões.

Depois que a compra do imóvel é fechada, fica difícil migrar para um fundo imobiliário. A venda de um imóvel implica em arcar com custos de corretagem e com o pagamento de Imposto de Renda sobre o ganho de capital. Como a maioria desses imóveis funcionam como uma fonte de renda por muitos anos ou décadas, o sujeito não tem o interesse de perder parte do patrimônio agora com os custos inevitáveis da transação.

Mas para quem está investindo dinheiro novo, os fundos imobiliários são um veículo bem mais inteligente de ingressar no segmento imobiliário. O aplicador pode comprar um fundo de shoppings que possui diversos empreendimentos em carteira e mantém contratos de locação com um número grande de locatários. Isso garante diversificação e redução do risco. Já a compra de uma participação direta em um shopping exige muito dinheiro e é bem mais complicada.

Além disso, há uma enorme vantagem tributária de estar em um fundo. Se o gestor vender a participação em um shopping e comprar em outros, não será necessário pagar IR sobre o ganho de capital no ativo vendido. O fundo CSHG Brasil Shopping fez isso recentemente. Foi vendida uma participação no shopping Plaza Sul, um projeto maduro na zona sul de São Paulo sem possibilidade de expansão e com praticamente 100% de taxa de ocupação.
Com o dinheiro da venda e com uma nova emissão de quotas, foi possível comprar fatias dos shoppings Mooca Plaza Shopping e Shopping Center Penha, ambos também em São Paulo, mas com grandes oportunidades de expansão. O mercado enxergou os benefícios dessa gestão ativa do portfólio. O fato de o fundo poder vender um empreendimento maduro e comprar outros com uma expectativa de expansão nos aluguéis contribuiu para o retorno de 27% alcançado pelo fundo neste ano.

Outra vantagem dos fundos imobiliários é a isenção de IR sobre os aluguéis distribuídos. Alguém que compra imóveis por meio de uma empresa própria vai desembolsar entre 14% e 15% dos ganhos com IR. Já uma pessoa física pode ter de desembolsar 27,5% das receitas com aluguel apenas para quitar as obrigações com a Receita Federal. No fundo, desde que o investidor tenha menos de 10% de participação no capital total, esse rendimento será isento para pessoas físicas.

O investidor também não precisa se preocupar com a depreciação do imóvel. A gestão ativa de muitos fundos permite que o administrador possa vender empreendimentos que já considera mais depreciados para a compra de outros ativos imobiliários mais interessantes.
Uma última vantagem dos fundos é o fácil entendimento do produto. O investidor tem relatórios mensais divulgados ao mercado onde constam as informações relevantes necessárias para a escolha de um fundo. Mesmo os riscos da aplicação são bem explicitados nesses documentos.

Fazer as contas de qual é o valor justo de uma quota também é bem mais simples do que avaliar uma ação, por exemplo. Ganhar dinheiro na bolsa exige um conhecimento maior porque é necessário entender um pouco de análise de balanços ou de valuation.

Um problema dos fundos que já está sendo atacado pela Anbima é a falta de informação sobre a indústria como um todo. Hoje o investidor não sabe, por exemplo, qual é a taxa média de administração dessas aplicações ou qual foi a rentabilidade média de todos os fundos imobiliários negociados em bolsa. Mas isso deve acontecer em breve.

De qualquer forma, já dá para sentir um interesse maior do investidor que tem mais de 10 milhões de reais aplicados diretamente em imóveis. As pessoas estão percebendo que há muita gente séria nesse mercado e que não é preciso fazer a própria gestão do negócio nem ter a escritura da propriedade guardada no cofre. Sempre vão existir alguns fundos mal estruturados que podem gerar algum prejuízo ao investidor. Mas esses podem ser considerados minoria entre todas as aplicações com quotas negociadas na BM&FBovespa.

A chegada dos investidores com mais dinheiro trará um benefício adicional de profissionalizar a precificação das quotas de fundos. Hoje o valor de mercado é muito baseado na distribuição de rendimentos. Então um fundo que tenha uma distribuição atípica de aluguéis em um mês pode ter uma enorme volatilidade nos valores das quotas nos pregões seguintes.

Outra mudança que certamente vai ajudar a amadurecer o mercado de fundos imobiliários é a nova norma da CVM que obriga os fundos a divulgar periodicamente avaliações do valor presente dos imóveis incluídos no fundo. Isso deve tornar a análise do preço-justo das quotas menos baseada apenas nos aluguéis distribuídos a cada mês.

Outro benefício da entrada de investidores mais graúdos será o aumento da liquidez. O baixo número de negócios já foi um problema no mercado de fundos imobiliários. Hoje já há fundos que negociam 300.000 reais em um dia. Para investidor que quer investir 1 milhão de reais em um único fundo sem distorcer os preços, isso ainda pode ser um problema. Será necessário disparar ordens de compra durante vários dias para montar a posição desejada.

Mas um volume de 300.000 reais ao dia já é superior ao de muitas ações negociadas na BM&FBovespa. Isso não é um problema para pequenos investidores. E o grandes sempre terão a oportunidade de comprar quotas nas ofertas públicas de novos papéis, quando será possível comprar uma participação grande sem distorcer os preços.

O CSHG possui oito fundos imobiliários com um valor de mercado total de 2,1 bilhões de reais. Os fundos são totalmente segmentados e investem em shopping centers, escritórios comerciais, condomínios logísticos, shoppings populares ou CRI. Com a percepção do mercado de que os juros cairiam bastante neste ano, as quotas dispararam na bolsa. Esses percentuais variam diariamente, mas os fundos do CSHG negociadas em bolsa pagam ao menos 0,6% ao mês em aluguéis. É uma renda condizente com a atual realidade de juros baixos do país e com a qualidade do portfólio de imóveis desses fundos.

Fonte Exame

Nova cara do parque Playcenter, em SP, é uma tendência no setor

Uma nova tendência é a responsável por fazer com que o Brasil perca um de seus últimos ícones do setor de parques de diversão com brinquedos radicais.

Como a Folha adiantou ontem, o Playcenter vai fechar em julho, após 40 anos em operação. Ele dará lugar a um novo parque voltado para o público infantil.

A atração, que será aberta em 2013, também é do grupo Playcenter e inicia a tendência de parques para crianças acompanhadas de seus pais.

Após o Playcenter fechar, vão restar entre os grandes do setor apenas o Hopi Hari, com a imagem abalada após o acidente fatal em fevereiro, e o Beto Carrero World.

O parque nega que o fechamento esteja relacionado aos últimos acidentes.

O custo da tecnologia, mais baixo em brinquedos para crianças, contribui para o direcionamento. O novo parque terá investimentos de R$ 40 milhões --uma única montanha-russa pode custar isso.

"O novo parque do Playcenter é pioneiro no Brasil. Já há outros com aparelhos voltados a famílias, mas esse será um a céu aberto, especializado nisso", diz Francisco Donatiello Neto, presidente da Associação das Empresas de Parques de Diversões.

Custos com seguros patrimonial e de responsabilidade civil também são mais baixos. "Pelo risco, em atividades radicais o seguro de responsabilidade civil é mais caro", diz Priscila Costa, presidente da comissão de responsabilidade civil da Federação Nacional de Seguros Gerais.

Outros eventos que influenciam o valor dos seguros, segundo a Fenseg, são a maior quantidade de visitantes e o histórico de sinistros.

Comercialmente, o modelo de parque infantil é mais atraente, segundo Juliana Cadiz, que atuou por mais de dez anos na Disney. "Pais com crianças pequenas gastam mais com bicho de pelúcia, camiseta, alimentação."

segunda-feira, 19 de março de 2012

A nova cara da habitação popular

Apartamentos de um, dois e três dormitórios, em uma das áreas mais valorizadas de São Paulo. Ampla varanda, vista privilegiada, espaços já prontos para home offices, paredes removíveis para aumentar os ambientes, preocupação com iluminação natural em todas as unidades, estacionamento para bicicletas e jardins abertos na cobertura. Tudo isso em prédios exclusivos, únicos, assinados pelos arquitetos mais disputados da capital.

Poderia muito bem ser um anúncio de uma imobiliária, um texto publicitário em um daqueles folhetos entregues no semáforo, nos quais o céu é sempre espetacularmente azul. A descrição, no entanto, é a nova maneira de a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) enxergar as unidades habitacionais construídas para população de baixa renda.

Para tentar fugir da estigmatização que sempre acompanhou a moradia social - dos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAPs) às Cohabs, Cingapuras e CDHUs -, a Prefeitura agora está investindo em edifícios pequenos, em áreas nobres, com boa parte dos diferenciais que as construtoras oferecem no mercado de alto padrão de São Paulo.

Na região da Avenida Jornalista Roberto Marinho, na zona sul, onde o metro quadrado já passa dos R$ 9 mil, a Sehab vai começar a construir em até dois meses prédios para moradia social em 35 áreas diferentes - cada edifício foi desenhado com um projeto específico para cada lote, por um pool de grifes da arquitetura que incluiu os escritórios Grupo SP, Una Arquitetos, Marcelo Suzuki, Marcos Boldarini, Ciro Pirondi, Tibiriçá Arquitetos e Paulo Brazil.

Serão 4.300 apartamentos, mas, ao contrário dos velhos e criticados "conjuntões" habitacionais perdidos na periferia, os novos prédios serão erguidos até o fim do ano em áreas menores, alguns com apenas 25 unidades, e os maiores com no máximo 200 apartamentos. Essa nova tendência marca uma ruptura com o modelo tradicional de habitação popular em São Paulo, cidade com 1,1 milhão de pessoas vivendo em unidades de moradia social.

"A moradia popular está sendo pensada para abrigar as famílias desapropriadas para a construção de um túnel e de um parque linear, como parte da Operação Urbana Águas Espraiadas", diz Maria Teresa Diniz, coordenadora de Projetos da Sehab. "Não vamos mandar essas pessoas para a periferia, vamos reintegrá-las na mesma área, o que é ideal para manter os vínculos sociais."

São Paulo já tentou um sem-número de modelos para lidar com o assombroso déficit habitacional da capital - do primeiro grupo de edifícios projetado em 1942 para dar teto a operários da região do Glicério até o período das Cohabs. "Os grandes conjuntos viram guetos, é justamente o que não se deve fazer", diz a arquiteta Cristiane Muniz, sócia do Una Arquitetos, escritório que participou da elaboração dos novos projetos da Avenida Jornalista Roberto Marinho. "Quando você faz um prédio menor, a inserção urbana é muito melhor, porque ele não fica estigmatizado."

Para fugir do estereótipo dos prédios para baixa renda, os novos projetos da região da Roberto Marinho são abertos, com uso misto e área para lojas no térreo. Todos também são vizinhos a empreendimentos de alto padrão, onde as unidades chegam a custar R$ 1,5 milhão. Além disso, os projetos pegaram emprestado vários conceitos que se tornaram corriqueiros nos lançamentos imobiliários, como estacionamento para bicicletas e até mesmo paredes removíveis para o proprietário que quiser ampliar sua sala de estar ou seu quarto.

"Cada um vai ter sua particularidade, um vai ter varanda, o outro jardim aberto, o outro vai ter telecentro", diz Maria Teresa Diniz. "É uma nova forma de pensar a habitação popular, algo que respeita a cidade e as famílias."

Projetos para zona sul rompem com velhos modelos de 'conjuntões' e oferecem diferenciais antes reservados só ao público de alto padrão

Fonte: Rodrigo Brancatelli e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo

Imóveis no 'limbo' viram mico para os proprietários

Processos ficam parados por tanto tempo que, em alguns casos, o dono nem sabe que está sujeito às leis municipais de tombamento

Um dos problemas mais visíveis dos imóveis que ficam no limbo do tombamento é o abandono e a descaracterização. Os processos ficam parados por tanto tempo que, em alguns casos, o proprietário nem sabe que está sujeito às leis de tombamento. Em outros, o próprio poder público "esquece" a importância histórica daquele lugar e patrocina a demolição.

Foi o que aconteceu com a casa de número 118 da Alameda Dino Bueno, no centro de São Paulo. "Congelada" desde 1992 e esquecida, servia de abrigo para usuários de droga e ficava na região nacionalmente conhecida como cracolândia. No mês passado, foi posta abaixo pela Prefeitura, que deveria protegê-la do desaparecimento. A justificativa: estava com a estrutura comprometida e poderia desabar. Na tentativa de reparar o dano ao casarão histórico, a Secretaria Municipal de Cultura publicou dias depois no Diário Oficial da Cidade um projeto para recuperar o imóvel, embora só a fachada ainda esteja de pé.

Não muito longe dali, na altura do número 220 da Alameda Glete, também no centro, um quarteirão inteiro de casas em processo de tombamento também há 20 anos chama a atenção. São duas oficinas mecânicas, um salão de cabeleireiros e um botequim.

O dono do imóvel que abriga uma das oficinas, no número 227, é o advogado Aldo Luís Sollitto, que ganhou o prédio de herança da família na década de 1960. "Tombamento? Não sei disso, não. Para mim é novidade", espantou-se. "Tombar o quê ali? Com a cracolândia eles não se preocupam."

Locatário do imóvel no número 257, o cabeleireiro Raimundo do Carmo também desconhece que trabalha em um imóvel com processo de tombamento aberto. Laranja e azul hoje, vermelha outro dia, a fachada é pintada e mexida sem cerimônia.

Abandono. A antiga garagem de bondes e de trólebus do Brás também está no limbo do tombamento. Construída na Avenida Celso Garcia, foi erguida em 1906 em um terreno onde antes havia cocheira para os burros que puxavam os bondes paulistanos antes da chegada da energia elétrica a esse meio de transporte. Em 1968, a garagem passou a abrigar trólebus, função que exerceu até a privatização da Eletropaulo, na década de 1990, quando ficou sem uso.

O prédio abriga hoje a garagem de uma viação de ônibus mas, segundo a São Paulo Transporte (SPtrans), voltará a abrigar um centro de operação dos trólebus após uma reforma. Essa adaptação, porém, deverá sofrer contratempos, pois precisa passar pelo crivo do Conpresp - que costuma demorar ainda mais para aprovar reformas em imóveis não tombados. A garagem é protegida na esfera estadual.

Perto dali, outro imóvel histórico também aguarda a decisão do Conpresp. Trata-se da antiga fábrica da cervejaria Antarctica, na Mooca, adquirida pela companhia em 1906 e hoje abandonada. A atual dona da marca, a Ambev, afirma que o terreno já foi vendido, mas não revela o novo dono. Moradores temem que seja uma construtora interessada em demoli-la para construir prédios.

Fonte: Nataly Costa e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo

Tombamentos demoram até 20 anos e SP mantém 1.237 imóveis 'congelados'

Conpresp não tem nenhum prazo para resolver os processos, que muitas vezes acabam sem recursos ou estímulos para conservação

São Paulo tem 1.237 imóveis com valor histórico e cultural que pouca gente conhece. Eles fazem parte de um patrimônio no limbo, à espera de tombamento pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico de São Paulo (Conpresp). Alguns estão nessa situação há mais de 20 anos.

De um lado, a espera pelo tombamento definitivo prejudica os proprietários, que ficam de mãos atadas e sem incentivo ou contrapartida da Prefeitura para manter o imóvel. De outro, atinge a população, que perde um pedaço da história paulistana para a burocracia. O abandono acaba sendo o destino natural de prédios congelados, mas sem preservação nenhuma.

Como não existe prazo para que um prédio com processo aberto seja tombado, o tempo de espera é imprevisível. Um exemplo é um conjunto de 41 casas e galpões industriais no Brás, que remontam ao início do século passado. O processo de tombamento foi aberto em 1990, dois anos após o Conpresp iniciar as atividades. Vinte e dois anos depois, o Conselho ainda não decidiu se tomba as casas, hoje em mau estado de conservação.

Para os proprietários, responsáveis ou locatários de prédios "congelados", qualquer pequena reforma precisa de autorização da Prefeitura. O ônus é o mesmo de um prédio tombado - o bônus, não.

"Se tombasse seria muito bom, pois poderíamos recorrer às leis de incentivo à cultura para financiar um projeto de restauro. Mas com o processo em aberto isso não é possível", conta Antônio Carlos Forte, superintendente de obras da Santa Casa, sobre o Hospital Geriátrico D. Pedro II, conhecido como Asilo do Jaçanã, "congelado" desde 2001. "Por outro lado, o hospital é uma estrutura viva. Cada novo equipamento demanda uma pequena reforma, e a autorização demora meses." O caso do asilo - projeto de 1906 assinado por Ramos de Azevedo - também exemplifica como algumas relíquias da arquitetura paulistana ficam desconhecidas da população enquanto o processo não anda.

Muitos paulistanos não sabem, por exemplo, do Mosteiro de Santa Teresa de Ávila, uma construção da década de 1940 repleta de azulejos portugueses e um enorme jardim. No bairro da Saúde, na zona sul da cidade, fica escondido atrás de um muro alto e uma parada de ônibus na Avenida Jabaquara. "O casarão foi construído em 1943, quando as irmãs doaram à Arquidiocese o terreno onde hoje funciona a PUC, em Perdizes", diz a madre superiora, Maria José de Jesus.

O imóvel abriga 23 feiras da Ordem das Carmelitas Descalças, que vivem em clausura. O exterior e uma pequena capela são abertos à visitação das 8h às 10h30 e das 15h às 16h30. Há missas diariamente, às 7h.

Sem valor significativo. Também acontece de o Conpresp manter um imóvel congelado e, anos depois, decidir não tombá-lo. Este mês, 15 casinhas nas Ruas Piauí e Mato Grosso, em Higienópolis, foram consideradas "sem valor significativo de caráter cultural, paisagístico e ambiental" - depois de oito anos completamente "congeladas".

Questionada, a Secretaria de Cultura diz que assuntos analisados pelo Conpresp "não obedecem ordem cronológica", mas têm prioridade áreas "que sofrem pressão por uma modificação mais rápida", quando há "grande mobilização de interessados na preservação" e maior risco de perda do bem que se pretende tombar. No caso de abertura de tombamento, o processo "pode ou não ser deliberado na primeira reunião em que foi pautado".

Fonte: Nataly Costa e Rodrigo Burgarelli - O Estado de S.Paulo

sábado, 17 de março de 2012

Cidades brasileiras ficaram entre as 20 localidades com aluguéis mais altos para estrangeiros em 2011

Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as vinte cidades com os aluguéis mais caros para expatriados no mundo, segundo pesquisa da ECA International citada pela revista The Economist. As duas cidades brasileiras subiram posições de 2010 para 2011: o Rio passou de 16º para 12º lugar, e São Paulo passou do 23º para o 17º lugar. As três cidades com aluguéis mais caros do mundo para expatriados continuam sendo Hong Kong, Tóquio e Moscou, nesta ordem.

A pesquisa da empresa de soluções para profissionais de RH levanta os valores dos aluguéis para propriedades de luxo locadas a estrangeiros em 130 cidades do mundo. A média mundial do aluguel para um apartamento de três quartos sem mobília foi de 3.080 dólares por mês, levando-se em conta imóveis localizados onde os estrangeiros costumam gravitar, geralmente localizados nas áreas mais nobres.

O aluguel médio desse tipo de imóvel no Rio de Janeiro foi de 5.210 dólares em 2011, apresentando uma alta de 20% em reais ou 30% em dólares em relação a 2010. No texto de divulgação da pesquisa, Lauren Smith, gerente geral da ECA International, atribui essa alta ao crescente interesse na cidade em função dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, o que teria resultado numa valorização semelhante até em áreas mais populares.

Já em São Paulo, os imóveis de três quartos ficaram em 17º lugar com um aluguel mensal de 4.547 dólares em média. A alta de 2010 para 2011 foi de 17% em reais e 27% em dólares americanos.

Nas Américas, a média do aluguel mensal foi de 3.010 dólares. As três cidades que ficaram acima do Rio foram Nova York, em quarto lugar no ranking geral com aluguel de pouco mais de 8.000 dólares, Caracas, sexto lugar geral com aluguel de 7.000 dólares, e Bogotá, oitavo lugar com aluguel de quase 6.000 dólares. Nas duas últimas localidades, executivos internacionais geralmente vivem em imóveis de alta segurança, com alugueis caros.

O aluguel para expatriados mais caro do mundo é encontrado em Hong Kong, onde o custo mensal de um apartamento de três quartos sai por 11.813 dólares. Em seguida, vem Tóquio, com aluguel de mais de 9.000 dólares, e Moscou, com aluguel de pouco mais de 8.000 dólares.

Fundo com Banco do Brasil e Odebrecht é o dono do Itaquerão, informa vice do Corinthians

Um fundo imobiliário criado pelo Banco do Brasil será o verdadeiro dono do Itaquerão. A informação consta de documento assinado pelo vice- presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg, e enviado ao Ministério Público do Estado.

O Arena Fundo de Investimento tem dois sócios iniciais, a Odebrecht e o Banco do Brasil. “Tecnicamente, o Corinthians só será dono do estádio quando terminar de pagar a dívida de R$ 740 milhões, em 12 anos (incluindo juros e taxas de risco no total de R$340 milhões)”, revelou uma fonte ao UOL Esporte .

Nesse caso, a despesa anual do Corinthians ficaria acima de R$ 60 milhões ou cerca de R$ 5 milhões mensais, informou o mesmo analista.

A proposta de empréstimo enviada ao BNDES contempla também uma carência de até três anos para ser iniciado o pagamento.

Para agilizar o processo de aprovação das garantias oferecidas, os bancos envolvidos teriam exigido a consignação da renda do clube para evitar calote das parcelas, mas o clube não teria concordado.

Outra informação importante cerca o batismo da nova arena, que deverá abrir a Copa 2014: o direito de batismo do estádio (naming rights) faz parte do fundo de investimento e não seria vendido separadamente, segundo um analista que leu o documento assinado por Rosemberg, antes de ser enviado ao MPE.

O MPE e o Ministério Público Federal investigam os detalhes das operações de isenção tributária assinadas pelo governo federal, estadual e municipal. O inquérito do MPE deve ser concluído em abril. O MPF expediu ofícios para ouvir os envolvidos também.

A maior parte dos investimentos necessários à conclusão do Itaquerão virá dos certificados de incentivo ao desenvolvimento (CIDs). Sem os juros, a remoção dos dutos e os assentos móveis, o custo oficial do estádio ficará em R$ 820 milhões.

Os títulos da prefeitura têm valor de face de R$ 420 milhões. O BNDES oferece até R$ 400 milhões de empréstimo a todas as sedes necessitadas.

Desde maio de 2011, Odebrecht e Corinthians tentam montar uma proposta de empréstimo junto ao BNDES, mas a dificuldade tem sido grande quanto à oferta das garantias reais exigidas pelo banco estatal.

Para receber R$ 400 milhões, o BNDES exige R$ 520 milhões de garantias reais de empresas (como a Odebrecht) que não operam na Bolsa de Valores de São Paulo. Para empresas que operam na Bovespa, as garantias são iguais ao valor emprestado.

Sem dinheiro oficial até agora, a Odebrecht tenta o segundo empréstimo particular no sistema financeiro para cumprir os prazos de entrega da obra. O Banco do Brasil aparece como intermediário da operação, que pode ser concluída nos próximos dias, no formato de empréstimo-ponte, junto ao próprio BNDES.

Uma fonte ligada ao sistema financeiro garantiu nesta sexta-feira que o BB “pode intermediar a operação toda junto ao BNDES e ter um ganho extra com taxa de risco de até 3,57% ”.

Alegando sigilo comercial, a assessoria do Banco do Brasil, em Brasília, afirmou que os diretores da instituição não comentariam os detalhes do empréstimo principal nem a tentativa de empréstimo-ponte junto ao BNDES, para reforçar o caixa da Odebrecht.

O vice-presidente do clube, Luis Paulo Rosemberg, não retornou as ligações feitas pela reportagem.

Túnel de vento obriga técnicos a mudar cálculos para cobertura do Itaquerão

Rajadas de Itaquera, simuladas em túnel de vento na Alemanha, obrigam engenheiros a ajustar os cálculos de estrutura para a cobertura do novo estádio do Corinthians, em obras na Zona Leste de São Paulo e que deverá abrir a Copa 2014. Os técnicos alemães foram contratados especialmente para calcular a estrutura de fixação da cobertura do Itaquerão, que tem formato de asas.

“Os cálculos estão sendo refeitos para que a cobertura suporte a vibração e “não alce voo”, explicou o engenheiro Joerg Spangenberg, do escritório alemão Werner Sobeck, em São Paulo.

. “Não temos muito vento no Brasil, mas como a cobertura é uma asa, precisamos garantir que fique fixa, sem vibração nas rajadas da Zona Leste”, confirmou o engenheiro.

Segundo Spangerberg, a estrutura em aço mescla leveza e resistência, seguindo a escola alemã de construção ultraleve, que causa menos impacto ambiental. O projeto prevê a cobertura de um espaço de cerca de 120 metros de extensão:

“Quanto menor o peso menos impacto, mas a fixação da estrutura tão leve exige ajustes em túnel de vento. As rajadas são nosso primeiro desafio nessa obra e gostamos de enfrentar e vencer esses desafios”, disse o técnico.

Na verdade, o escritório alemão tem vários desafios até a conclusão das obras do Itaquerão. O vento em rajadas pode ser controlado em laboratório. Mas ainda há a questão dos custos e calendário apertado para a conclusão de todo o projeto.

O ritmo é acelerado no canteiro de Itaquera, que avança para a conclusão de 30% dos trabalhos previstos até a entrega final. Inicialmente, discutiu-se que a cobertura seria retrátil mas os custos seriam muito altos para o orçamento previsto.

“Estrutura retrátil é muito bem recebida pelos torcedores do mundo todo. É uma festa quando o teto se abre ou se fecha durante a chuva. Chegou-se a pensar em estrutura móvel, mas os custos eram altos”, explicou Spangenberg. O engenheiro disse ainda que por enquanto, os prazos estão sendo mantidos, “mas que a correria vai começar daqui a pouco”, sem querer detalhar as etapas da construção.

A cobertura dos estádios para a Copa custam cerca de 20% do valor total da obra, ou cerca de R$ 180 milhões para ao caso da arena corintiana.

O padrão Fifa estabelecido para estádios que sediam jogos internacionais exige que as coberturas sejam mais arejadas. Além do Corinthians, outras cinco arenas usarão estruturas mistas para instalação de membranas sintéticas ou um tipo de tecido especial.

“O Corinthians terá uma cobertura de telha rugosa. A parte de baixo da estrutura (como se fosse um forro) será mista”, disse Spangenberg. “Além da vibração provocada pelas rajadas de vento, temos ainda o desafio da resistência e do efeito acústico”.

A durabilidade da estrutura deve chegar a 40 anos, prevê Spangenberg: “temos uma referência de durabilidade de 35 anos, no mínimo. Mas queremos 40 anos para que a obra seja sustentável ao longo dos anos, com baixa manutenção”.

A obra do Itaquerão vem sendo bancada pela Odebrecht até que o BNDES aprove a operação de empréstimo de R$ 400 milhões. O pedido de crédito está sob análise do banco estatal há dois meses. No total o custo do Itaquerão será de cerca de R$820 milhões fora despesas bancárias. Cerca de R$ 420 milhões serão captados por um fundo especial, que negociará títulos de isenção fiscal ( IPTU e ISS) emitidos pela Prefeitura de São Paulo (certificados de incentivo ao desenvolvimento).

"Minha Casa" mantém ritmo lento para baixa renda

As contratações do programa Minha Casa, Minha Vida estão dentro da meta do governo federal, mas a proporção de moradias para a primeira faixa de renda familiar (até R$ 1,6 mil) ainda está baixa considerando a intenção do governo de contratar 1,2 milhão de casas para esse público até 2014 - equivalente a 60% do total de 2 milhões de casa da segunda fase do programa.

De janeiro de 2011 a fevereiro deste ano, foram contratadas 555.787 moradias, o que representa 28% da meta para os quatro anos. Desse total, 151.748 são para a faixa mais baixa de renda, o que equivale a 27% das contratações. Considerando o objetivo de assinar 1,2 milhão de contratos para esse grupo, apenas 12,6% da meta foi atingida até agora.

O número também é menor que o volume de projetos - cerca de 200 mil - para essa faixa de renda que a Caixa Econômica Federal já tinha em lista de espera de aprovação antes das mudanças de regras para a segunda fase. A informação de que havia esse estoque foi dada no meio do ano passado pela Secretaria de Habitação do Ministério das Cidades, e ele incluía os imóveis que ainda não estavam enquadrados nas exigências de aumento de área, acessibilidade e uso de energia solar para aquecimento de água.

Para seguir as novas regras, o reajuste dado pelo governo para a segunda fase do programa deve dificultar novas contratações, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O subsídio do governo varia de acordo com o Estado, mas em São Paulo, por exemplo, o valor máximo por habitação é de R$ 65 mil.

De acordo com o vice-presidente da entidade José Carlos Martins, é possível que haja um novo período de estagnação das contratações para a faixa mais baixa de renda. "A maior parte das contratações para a faixa 1 ainda é de projeto antigo. Para os novos projetos, vamos depender da ajuda dos Estados nas cidades maiores", diz José Carlos Martins, vice-presidente da CBIC.

O diretor de Habitação da Caixa, Teotonio Rezende, no entanto, afirma que o ritmo de apresentação das propostas hoje garante o cumprimento da meta no ano. "O estoque de novos projetos e o ritmo de novas propostas dão segurança quanto ao cumprimento da meta da faixa 1 para 2012, que é de 300 mil unidades habitacionais", respondeu por e-mail. Em janeiro, o presidente da Caixa, Jorge Hereda, informou que a meta total de contratações para 2012 é de 600 mil moradias.

Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), Sérgio Watanabe, o que preocupa são as contratações nas capitais. Segundo balanço da Caixa, foram contratadas 107.463 habitações nas capitais, 19% do total. "Vamos continuar com dificuldade de atender a cidade de São Paulo. Dependemos dos incentivos do governo do Estado", diz.

O executivo se refere a convênios como o de São Paulo, onde o governo estadual complementará com R$ 20 mil o valor da moradia. Ontem foi assinado um termo de cooperação entre a Caixa e os governos federal e paulista para a construção de 3.029 moradias na região metropolitana. O valor do investimento é de R$ 225,3 milhões, sendo R$ 163,1 milhões da União, R$ 54,7 milhões do Estado e R$ 7,5 milhões de contrapartida de entidades e associações beneficiadas. A meta total do convênio entre São Paulo e o Minha Casa é de 100 mil moradias até 2014.

"Vejo muita dificuldade em viabilizar os investimentos, mesmo com essa ajuda do Estado", diz Watanabe. Segundo ele, considerando o déficit habitacional em São Paulo, o Estado deveria conseguir contratar 140 mil casas para a faixa mais baixa de renda até 2014. Na primeira fase do programa, encerrada no fim de 2010, a capital paulista deveria contratar até 40 mil habitações, mas foram assinados apenas 3 mil contratos. "Quando se olha o número geral do programa, a impressão é que estamos indo bem, mas nos locais onde o déficit habitacional é maior, as contratações estão devagar", diz ele.

Para Martins, da CBIC, a necessidade de ajuda dos governos acaba reduzindo o ritmo dos investimentos. "Temos movimentos de vários governos além de São Paulo, mas ficamos na dependência deles", diz o executivo.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Com média de 50 por jogo, RR ganha R$ 100 mi do governo para reformar estádio

Uma obra de reforma e ampliação do estádio Flamarion Vasconcelos, na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, está sendo executada pelo governo estadual com recursos do governo federal a um custo previsto de R$ 100 milhões.

Este é o valor estimado para transformar o Canarinho, como é conhecido o estádio com capacidade para 8.000 pessoas construído em 1975, em uma arena moderna para 10 mil pessoas e enquadrada nos padrões de qualidade da Fifa, para que o estádio possa concorrer a ser sede de treino e aclimatação de uma das 31 seleções que virão disputar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Há 158 municípios no país disputando para receber as equipes.

Depois da Copa, o equipamento ficará à disposição do futebol roraimense, cujo campeonato estadual é disputado por seis equipes profissionais, tem uma média de público de 50 torcedores por partida e não cobra ingresso para os jogos. A disputa é subsidiada por governos municipais e pelo Estado.

No dia 22 de junho de 1996, quando ainda havia cobrança pelos ingressos, uma partida entre Rio Negro e Progresso atraiu um público total de um pagante. O servidor federal Abraão Pereira de Souza proporcionou uma renda de R$ 5. Cada clube ficou com R$ 1. As informações são da Federação Roraimense de Futebol.

Se as dimensões da arena já parecem desproporcionais à realidade do futebol de Roraima, o que dizer do projeto inicial do governo do Estado, que firmou um convênio em 2010 com o Ministério do Esporte para transformar o Canarinho em uma arena multiuso para 22.500 pessoas (quase 10% da população de Boa Vista), a um custo inicialmente previsto de R$ 257 milhões?

Era esta a intenção do governo local, e com esses objetivos o então ministro do Esporte, Orlando Silva, assinou o convênio da pasta com o Estado. Mas, graças a uma intervenção do procurador da República Rodrigo Golivio Pereira, que definiu o tal projeto como uma "ofensa à moralidade", a empreitada ganhou contornos menos vultuosos.

O contrato inicial foi desfeito. Um novo convênio, de pouco mais que R$ 99 milhões, foi assinado no mês passado. "O redimensionamento do projeto foi importante, mas não nos satisfaz. Mantemos aberto o inquérito civil que acompanha a destinação dos recursos e apura se há necessidade de investimentos da ordem de R$ 100 milhões", avisa o procurador.

O dinheiro para realizar toda a façanha ainda não está disponível. Até agora, a Caixa Econômica Federal liberou - via convênio firmado entre o Estado de Roraima e o Ministério do Esporte - R$ 28,95 milhões. O Estado entra com uma contrapartida de R$ 8,8 milhões.

Este é o orçamento da primeira das três fases da obra, em execução há dois meses, que consiste em modernizar as arquibancadas já existentes, mexer no solo e trocar o gramado do campo, reformar os vestiários e construir uma pista de atletismo. A capacidade da arena será reduzida dos atuais 8.000 lugares para pouco mais de 5.000, em virtude da instalação de cadeiras individuais com assento rebatível.

O dinheiro federal foi obtido em 2010, graças a uma emenda ao Orçamento da União de autoria do senador Romero Jucá (PMDB/RR), ex-líder do governo no Senado, que a apresentou junto com toda a bancada parlamentar de Roraima. A intenção dos políticos é, ano a ano, ir propondo emendas ao Orçamento que destinem recursos para a obra do Canarinho.

Em 2011, quando o plano ainda era erguer uma arena de R$ 257 milhões, Jucá e seus colegas propuseram uma emenda para levar R$ 160 milhões dos cofres federais para o canteiro de Boa Vista. Não passou. "Vamos seguir propondo as emendas, e assim iremos obtendo os recursos para a obra", planeja o senador.

Nas segunda e terceira etapas, serão realizadas melhorias urbanísticas ao redor do estádio e um novo setor de arquibancadas será erguido, atingindo a capacidade de 10 mil espectadores. A previsão é que os trabalhos terminem em 2015.

Para o secretário de Gestão Integrada do Governo de Roraima, que diz considerar o Canarinho como um filho, Orlando Júnior, não há desproporcionalidade entre as dimensões da obra e as necessidades de Boa Vista e do futebol roraimense: "Mesmo que nenhuma seleção venha para Boa Vista na Copa, o objetivo deste investimento é resgatar um patrimônio do Estado e o próprio futebol roraimense, que precisa aparecer, pelo menos, no cenário regional".

O custo da reforma do Canarinho será de R$ 10 mil por assento, proporção igual ou superior às de cinco dos 12 estádios que estão sendo construídos ou reformados para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014, que contarão com restaurantes, sistemas de telecomunicações de última geração e até túnel de ligação com um centro de convenções, como é o caso do Estádio Nacional Mané Garrinhcha, em Brasília.

segunda-feira, 12 de março de 2012

BB quer quintuplicar carteira imobiliária em 5 anos

Disposto a ser o segundo maior ofertador de crédito imobiliário do país, o Banco do Brasil está deflagrando uma ofensiva com a qual pretende quintuplicar sua carteira no setor até 2014, segundo um diretor da instituição.

Para atingir a meta, o banco passou a ofertar empréstimos para famílias com renda mensal inferior a 5 mil reais. É uma novidade para o banco, que só entrou no setor em 2008 oferecendo empréstimos imobiliários apenas a clientes das chamadas classes A e B.

"Agora vamos atacar mais a base da pirâmide," disse à Reuters Gueitiro Matsuo Genso, no comando da recém-criada diretoria de Crédito Imobiliário do BB. Para ele, só entre correntistas de banco, a mudança cria um público potencial adicional de 50 milhões de pessoas.

De um lado, o banco está passando a concorrer diretamente com a Caixa Econômica Federal, a líder de financiamento habitacional do país, com três quartos de market share.

O exemplo mais nítido nesse sentido foi a entrada em janeiro no segmento de renda mais baixa dentro do programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), até então exclusividade da Caixa. O plano é fechar 40 mil nesta faixa já neste ano. "Já temos um volume de propostas suficiente para atingir nossa meta deste ano," disse Genso.

A meta de financiamentos do BB nas três faixas do MCMV é de 137 mil financiamentos neste ano, e 412 mil unidades até o fim de 2014, quando espera que sua carteira imobiliária total tenha subido dos atuais 8 bilhões para 40 bilhões de reais.

Além do MCMV, o BB passou a operar financiamento imobiliário com recursos do FGTS, alternativa também antes restrita apenas à Caixa. Em paralelo, passou a usar parte da chamada poupança rural também para financiar a compra da casa própria.

Tendo taxas competitivas devido a essas fontes de financiamento, o banco quer se sobressair em relação à concorrência e ter maior agilidade nas aprovações de propostas.

O banco vem costurando acordos com grandes construtoras e corretoras de imóveis que, espera, sejam as principais originadoras de negócios.

"Quando a proposta chegar à agência, já terá grande parte da documentação pronta," disse Genso, explicando que a meta é que as aprovações aconteçam num prazo de até oito dias úteis ou 12 corridos.

Além disso, o banco montou no centro da capital paulista uma estrutura que batizou como "Fábrica de financiamentos," que integra as soluções envolvidas no processo de aprovação de crédito.

Por último, o BB prepara uma campanha de massificação para as classes populares, incluindo 'feirões da casa própria', em modelo semelhante ao da Caixa, e propaganda na mídia. (Reuters)

sexta-feira, 9 de março de 2012

Vendas de imóveis residenciais novos em SP caem 21% em 2011 segundo levantamento do SECOVI-SP

As vendas de imóveis residenciais novos na cidade de São Paulo apresentaram queda de 21% no ano passado sobre 2010, passando de 35,9 mil unidades para 28,3 mil unidades, segundo levantamento divulgado hoje pelo Secovi-SP, o Sindicato da Habitação. A média anual de 2004 a 2011 foi de 30,2 mil unidades.

No ano passado, foram lançadas 37,65 mil unidades no mercado paulistano. A oferta final de unidades novas no fim do ano foi de 19,7 mil unidades, ante 16,5 mil unidades de dezembro de 2010.

Em relação ao total de imóveis novos vendidos na capital paulista, o montante chegou a R$ 13,3 bilhões, 0,7% acima dos R$ 13,2 bilhões de 2010, segundo levantamento.

A velocidade de vendas anual foi de 57,2%, parcela próxima à média histórica de 60,2% do período de 2004 a 2011.

A maior parte da comercialização de imóveis novos se concentrou no segmento de dois dormitórios, que respondeu por 47% do total, seguido pelo de três dormitórios, com a fatia de 30%.

O mercado de escritórios comerciais também teve expansão na cidade de São Paulo. Foram lançados 7,3 mil conjuntos no ano passado, 25,9% acima do volume registrado em 2010.
(Fonte/ChiaraQuintão/Valor)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Imóvel do 'Minha Casa, Minha Vida' ficará com mulher após divórcio

A presidente Dilma Rousseff assinou uma medida provisória determinando que, em caso de divórcio ou dissolução de união civil estável, a propriedade da casa financiada pelo programa Minha Casa, Minha Vida ficará com a mulher. A decisão deverá ser publicada ainda nesta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, em edição extra do Diário Oficial da União.

Dilma anunciará a decisão durante pronunciamento na cadeia nacional de rádio e TV nesta quinta-feira, às 18h50, o qual vai dedicar ao Dia da Mulher. As mudanças nas regras do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida foram antecipadas pelo porta-voz da Presidência da República, Thomas Traumann.

As novas regras valem para famílias beneficiadas pelo programa que têm renda de até três salários mínimos, faixa na qual o governo subsidia 95% do financiamento.

A medida provisória, segundo Traumann, prevê apenas uma exceção: quando o casal tiver filhos e a guarda for exclusiva do pai. Neste caso, a propriedade da casa ficará com o pai. Até a edição dessas novas regras, não havia nenhum dispositivo que determinasse quem deveria ser o proprietário em casos de divórcio.

Nesta quarta (7), o governo anunciou que no ano passado foram aplicados R$ 10 bilhões no programa, que visa a construção de 2 milhões de casas para a população de baixa renda. Nesta segunda fase do programa, iniciada no ano passado, o governo diz que já contratou 929.043 moradias.

O programa é uma parceria da União com estados, prefeituras, empresas e movimentos sociais com foco nas famílias com renda bruta de até R$ 1.600,00, mas abrangendo também aquelas cuja renda vai até R$ 5 mil.

A depender da faixa familiar de renda, os beneficiários recebem ajuda do governo para financiar a casa própria a longo prazo em parcelas que tem o valor diminuído com o passar do tempo. Podem ainda ter redução dos custos do seguro e acesso ao Fundo Garantidor da Habitação, que refinancia a dívida em caso de desemprego.

BB e governo de SP lançam 'Minha Casa' paulista

Fonte: Folha.com

O Banco do Brasil e o governo de São Paulo lançam convênio para aquisição da casa própria pelos servidores públicos estaduais.

O Casa Paulista é alinhado ao Minha Casa, Minha Vida da administração federal.

O benefício dado pelo programa paulista pode chegar até a 150% do valor dos descontos ou subvenções oferecidos pelo programa federal, segundo o novo diretor do BB em SP, Walter Malieni.

"Ele integra o subsídio do programa do governo federal ao do governo paulista, podendo ser de cerca de R$ 60 mil", afirma. Os recursos virão do governo estadual, de acordo com o diretor.

O Casa Paulista estará disponível para servidores ativos e inativos da administração direta, fundacional e autárquica dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Para solicitar o subsídio complementar da Casa Paulista, o servidor deve atender às condições exigidas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, pelo FGTS e pelo banco, e ter renda familiar bruta mensal de até R$ 3.100.

O imóvel deve ser novo e localizado em área urbana de qualquer município do Estado de São Paulo.

A expectativa é de 20 mil operações em quatro anos - 8.000 ainda em 2012.

Os juros são de 5% a 6% ao ano e o prazo, de 360 meses.

"O programa ampliará a participação do banco no mercado imobiliário", diz.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Secovi-SP divulga Balanço do Mercado Imobiliário 2011

Estudos e pesquisas se assemelham às condições dos seres vivos. Assim como nada no mundo é estático e tudo sofre, constantemente, a influência do meio, as análises de comportamento de mercado vão se alterando conforme o dinamismo e a evolução das economias local e global. Essas interferências produzem consequências para as atividades, e o mercado imobiliário não fica de fora desta dinâmica.

A velocidade de disseminação da informação e de elaboração do conhecimento na indústria imobiliária criou a necessidade de se pensar na ampliação dos indicadores que nos ajudam a compreender os caminhos e as tendências desse setor.

Para atingir esse fim, o Secovi-SP (Sindicato da Habitação) apresentará nesta edição do balanço um novo indicador, que poderá se tornar parte integrante dos índices atuais.

Ao analisarmos as edições anteriores dos relatórios da Pesquisa Sobre o Mercado Imobiliário, percebemos que o mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo em 2011 pode ser classificado como o ano dos ajustes.

Todavia, o volume de lançamentos manteve-se nos patamares observados em 2010, com reposição de oferta.

Em síntese, 2011 foi um bom ano, com o ritmo de vendas de imóveis novos superior à média histórica, justamente em um momento de ligeira instabilidade econômica, reflexo das crises nos Estados Unidos e na Europa.

•Valor comercializado em 2011: R$ 13,3 bilhões diante dos R$ 13,2 bilhões da média dos anos de 2004 a 2011, com variação de 0,7%;
•Índice de Velocidade de Vendas Anual de 57,2%, próximo à média histórica de 60,2% calculada de 2004 a 2011;
•Oferta final de dezembro de 19,7 mil unidades, diante das 16,5 mil de dezembro de 2010.
Velocidade de Vendas
Propomos analisar o mercado imobiliário da cidade de São Paulo a partir do Índice de Velocidade de Vendas Anual, ou seja, de 12 meses.

O conceito parte do VSO mensal, mas é calculado com base em um período maior, composto pelo mês de referência, no caso dezembro, somado aos índices dos 11 meses anteriores.

Ou seja, a venda acumulada no ano é dividida pela soma do total de lançamentos realizados durante o ano mais o estoque observado no primeiro dia desse ano. Por exemplo, se a velocidade de vendas anual for de 50%, isso significa que se vendeu metade das unidades da soma do estoque remanescente e dos lançamentos no ano.

Dessa forma, de janeiro a dezembro de 2011, a Velocidade de Vendas Anual foi de 57,2%. Obtém-se esse resultado somando a oferta inicial do ano de 11,8 mil unidades com o total lançado de 37,65 mil unidades, comparado com o total de vendas de 2011, que foi de 28,31 mil unidades.

Cenário Econômico e Demanda

O ano de 2011 foi marcado pelos desdobramentos da turbulência econômica dos Estados Unidos e a desconfiança da solvência de sua economia interna, e e pelas dificuldades dos países europeus. Para agravar a situação, o Japão sofreu uma tragédia natural que abalou sua economia, já enfraquecida pela longa recessão.

Porém, no cenário nacional, houve alternância entre boas notícias e fortes momentos de indefinição e preocupação.

Vivemos um período de pleno emprego, com taxa de desemprego de 4,7%, e apesar de se encontrar em um patamar superior à meta governamental, a inflação está controlada. Vale lembrar que no primeiro semestre de 2011 foi registrada uma forte tendência de alta, contida com a adoção, pelo governo, de medidas macroprudenciais.

A desaceleração da economia reduziu a estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do País para algo em torno de 3%.

Lembremos, também, que houve transição no governo federal, e tradicionalmente as eleições presidenciais geram questionamentos sobre os rumos da política econômica.

Para 2012, as projeções são as seguintes:

Países europeus ficarão com o PIB estabilizado, com variação de 0,2% a 0,4% em relação a 2011.

Os Estados Unidos iniciarão a retomada de crescimento com PIB aproximado de 2%. Países emergentes, principalmente Brasil, Rússia, Índia e China, poderão crescer em torno de 6,3% - com a China chegando a 8,5%, apesar da desaceleração em relação ao crescimento dos anos anteriores. A expectativa é de o Brasil crescer em torno dos 3,3% a 3,5%.

O governo aposta na aproximação do índice de inflação com as metas estabelecidas, e com a redução da taxa básica de juros, a Selic, nos próximos meses. Para tanto, o governo conta com o prolongamento da estagnação da economia mundial, principalmente a europeia, e com a queda dos preços dos bens cotados internacionalmente.

O consumo das famílias continuará em expansão, mas a taxas moderadas. Esse comportamento em um país de proporções continentais e com grande contingente populacional representa um trunfo para proteger o Brasil da crise internacional.

A demanda tem papel relevante para a indústria imobiliária, principalmente no sentido de se traçar tendências e planejar os rumos da atividade.

Conforme consta no livro Administração de Marketing, do professor Philip Kotler, o fator cultural exerce maior influência na aquisição de imóvel, com destaque para os valores de comportamento das famílias. Tal tese pode ser confirmada por meio da observação da nação brasileira, que possui forte componente de cultura mediterrânea no tocante à valorização do bem imóvel.

Uma reflexão menos acadêmica pode ser feita a partir de estudo conjunto do Plano CDE, Planilhar e Serasa, demonstrando que a compra ou renovação da moradia é o principal item de consumo de todas as classes sociais, desde A até a DE.

Outros fatores demográficos demonstram aspectos altamente favoráveis à aquisição de imóveis no País.

A mobilidade social ampliará a classe C de 66 milhões de pessoas, em 2003, para algo em torno de 113 milhões, em 2014. Ou seja, um crescimento de 71% no período de 11 anos.

Estudo da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgado no Construbusiness prevê que, de 2010 a 2022, serão necessárias 23,5 milhões de novas moradias, das quais 6,2 milhões para suprir o deficit habitacional e 17,3 milhões para atender ao crescimento vegetativo. Esse contingente de novas famílias vai precisar de habitação, independentemente da situação econômica.

E quando se fala em necessidade de habitação, isso inclui imóveis para locação. Atualmente, há escassez de oferta de casas e apartamentos para alugar e a solução para o retorno do investidor para esse tipo de imóvel pode passar pela concessão de incentivos sobre a renda em aluguéis.

Mercado Imobiliário em 2011 e Perspectivas para 2012
A evolução dos recursos para o crédito habitacional é importante, ainda que a análise corresponda aos dados do mercado imobiliário da cidade de São Paulo.

Em 2011, os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com captação em cadernetas de poupança, proporcionaram crédito de R$ 79,9 bilhões, com crescimento de 42% sobre 2010 (R$ 56,2 bilhões). O montante equivale a 493 mil unidades financiadas em 2011, um aumento de 17% sobre o volume de 2010 (421 mil unidades).

Em termos de recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), houve crédito de R$ 34,2 bilhões, com aumento superior a 22% sobre 2010 (R$ 27,9 bilhões). Ou seja, foram 550 mil contratos em 2011 diante dos 450 mil do ano anterior, um crescimento de 22%.

O crédito imobiliário atingiu R$ 114,1 bilhões em recursos, com a soma das fontes SBPE e FGTS. Foram mais de um milhão de moradias (1,04 milhão) em um ano.

Nesse cenário, a carteira de crédito apresenta-se extremamente saudável. De acordo com a Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), o índice de inadimplência foi o mais baixo dos últimos oito anos, chegando a 2,0% em 2011. Considerando a garantia por alienação fiduciária, a taxa de inadimplência cai para 1,4% no ano.

Outro fator que garante a saúde das operações de crédito imobiliário no Brasil é a relação de endividamento diante do valor do imóvel.

O financiamento habitacional em 2011 representou aproximadamente 63% do valor do imóvel, ou seja, o comprador investiu em recursos próprios 37% do total.

Mercado de Imóveis na Cidade de São Paulo em 2011

O mercado de imóveis novos residenciais na cidade de São Paulo refletiu a movimentação da economia e dos recursos disponíveis.

Em síntese, além dos dados citados anteriormente, o mercado em 2011 registrou 47% das vendas no segmento de 2 dormitórios (13.298 unidades acumuladas no ano) e 30% no nicho de 3 dormitórios (8.483 unidades).

Vale destacar a participação das unidades de 1 dormitório, caracterizadas por imóveis diferenciados (flats, lofts, estúdios, dentre outros), na região central da cidade, provavelmente como reflexo do processo de revitalização.

Ao longo do ano, imóveis de 2 dormitórios marcaram presença constante e marcante em bairros periféricos, principalmente na zona Leste da Capital, como Guaianazes, São Miguel, Cangaíba e Vila Carrão.

Também foi registrada a diversificação do produto em bairros mais tradicionais da atividade imobiliária, como Mooca, Vila Prudente, Morumbi, Itaim Bibi, Vila Olímpia e Vila Mariana.

Outros Mercados

A incorporação de escritórios cresceu 25,9% em 2011, com o lançamento de 7,3 mil conjuntos na cidade de São Paulo, diante das 5,8 mil unidades de 2010.

Já o mercado de locação residencial sofreu forte influência da escassez de oferta e os valores de contratos novos realizados na cidade tiveram aumento médio de 18,48% no ano passado.

A dificuldade de se encontrar imóveis para alugar pode ter sido um dos fatores responsáveis pela forte redução no volume de ações locatícias. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo registrou 18,6 mil casos em 2011, contra 20,1 mil no ano anterior. Foi o menor volume de ações protocoladas desde o início do acompanhamento dos dados, em 1993.

Perspectivas para 2012

A economia europeia deve continuar a “andar de lado”, ao contrário da norte-americana, que já esboça recuperação.

O cenário econômico nacional conta com boas notícias e as perspectivas para este ano são muito melhores em comparação com as de 2011: a produção expressa pelo PIB deve girar em torno dos 3,5%, o momento é de pleno emprego, com taxa de desocupação baixa e crescimento da massa salarial.

Somado a esses aspectos, o Brasil possui elevado potencial de consumo interno e há a previsão de crescimento do crédito habitacional com recursos da poupança da ordem de 30%, o que completa o cenário de expectativas favoráveis para o setor em 2012.
(Fonte:Divulgação SECOVI-SP)

Conheça a suíte de Hotel mais cara do Mundo

A Suite Royal Penthouse ocupa todo o oitavo andar do Hotel, em Genebra, numa área total de 1680m². Tem 12 quartos, outras tantas casas de banho, uma sala com 250 metros quadrados, um piano de cauda Steinway e um terraço privado. E muito mais...

O Hotel President Wilson, em Genebra, na Suíça, orgulha-se de anunciar ter a suite mais cara do planeta, mas o título costuma oscilar com frequência. Uma coisa é certa, entre o interior suntuoso e o cenário exterior, com o lago Genebra e o monte Branco como fundo, este quarto não é para todos.

Podíamos dizer que é um apartamento de luxo – daqueles difíceis de imaginar, tal é o nível das mordomias. Mas não. É apenas uma suite de um hotel europeu, que vale uma viagem até à Suíça para uma estadia de conto de fadas – com que provavelmente nunca sonhou.

A Suite Royal Penthouse ocupa todo o oitavo andar do Hotel, em Genebra, numa área total de 1680 metros quadrados. Tem 12 quartos, outras tantas casas de banho, uma sala com 250 metros quadrados, um piano de cauda Steinway e um terraço privado. Ah, claro, e uma área de fitness, um jacuzzi com vista sobre o monte Branco, área de bilhar e um elevador particular.

A vista da suíte é outro deslumbramento, já que o hotel se situa nas margens do lago Genebra e ele pode ser visto facilmente, bem como da famosa fonte Jet d’Eau.

Depois de ter sido recentemente renovado – “uma transformação multimilonária”, nas palavras do proprietário, Charles Tamman – o Hotel President Wilson tornou-se ainda mais exclusivo e luxuoso e a Suite Royal é o auge dessa exclusividade.

O hotel ainda providencia um sistema de vídeo e audio exclusivo e tem um dos maiores televisores caseiros do mundo, com 103 polegadas. O preço destes luxos? Apenas 58 mil euros por noite. Sem extras! Um valor que talvez justifique uma experiência única para fazer uma vez na vida. Ou por uma noite.

terça-feira, 6 de março de 2012

Comissões da Fifa e do COL vistoriam a Arena de São Paulo

No dia em que a Odebrecht, construtora responsável pelas obras da Arena de São Paulo, anunciou que quase 30% dos trabalhos estão concluídos, o estádio do Corinthians foi vistoriado por comitivas do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, da Fifa e do Comitê Paulista.Comandado por Púlvio Danilas, diretor do escritório da Fifa no Brasil, e por Ricardo Prade, diretor executivo de operações do COL, a comitiva, que contou com cerca de 40 pessoas, fez uma vistoria técnica de rotina.

Após a vistoria, haverá uma coletiva de imprensa. No entanto, os jornalistas já foram informados de que a conferência abordará somente os detalhes técnicos e não entrará na polêmica entre Jérôme Valcke e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo. A justificativa é que os membros da Fifa na vistoria não estão capacitadas a responder pelo secretário-geral da entidade.
O estádio receberá seis jogos da Copa do Mundo, entre eles a abertura da competição e um confronto das semifinais. No entanto, a Arena de São Paulo não terá partidas da Copa das Confederações, uma vez que a previsão é de que a arena fica pronta somente em dezembro de 2013.

Os próximos dias serão de mais vistorias. Após São Paulo, a comitiva visita o Beira-Rio nesta quarta, a Arena da Baixada, em Curitiba, na quinta. No sábado será a vez da Arena da Amazônia, em Manaus. A agenda fecha na segunda com uma vistoria à Arena das Dunas, em Natal. Pelo atraso nas obras, o estádio vem recebendo monitoramento especial da Fifa.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Apartamentos compactos conquistam o mercado imobiliário

Nos últimos seis anos, o mercado imobiliário e a economia do País viveram uma união perfeita. Ao mesmo tempo em que havia facilidade para a compra da casa própria, com o crédito fácil e taxas de juros sedutoras, a construção civil trabalhava a todo vapor, concretizando os anseios dos consumidores e investidores. Nos anos de 2007 e 2008, a procura maior foi por apartamentos de quatro dormitórios. Agora, os imóveis da vez são os compactos de alto padrão localizados em bairros nobres, com destaque especial para os empreendimentos mixed-use, uma espécie de flat rejuvenescido.

De acordo com Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), cerca de 7 mil unidades de um dormitório foram lançadas somente no ano passado. “Foi o ano de maior número de lançamentos deste segmento na história do setor”, revela. As justificativas para este fenômeno são muitas, entre elas a redução do tamanho da família brasileira, o maior número de solteiros convictos, viúvos, casais com filhos adultos que venderam o imóvel grande e se mudaram para um menor, e a articipação do público homossexual. “As construtoras que pensarem em produtos voltados para este público terão muita ascensão nos próximos anos”, diz Pompéia.

Araújo, superintendente de Vendas da Helbor, concorda com a opinião do diretor da Embraesp, e também garante que “os apartamentos amplos estão saindo de cena para dar espaço a empreendimentos mixed-use que reúnem apartamentos, salas comerciais, hotéis, flats e centro comercial”. “Recentemente, o antigo Ca’d’oro dos anos 1950, localizado na região central de São Paulo, ganhou duas torres, uma residencial e outra comercial, que também abriga uma nova versão do hotel. Este modelo foi um sucesso de vendas e promete conquistar terras até 2013”, conta Araújo.
A Esser também tem diversos produtos de grande aceitação neste segmento. Os imóveis compactos das construtoras estão preferencialmente em bairros atendidos pelo metrô e regiões ricas ou em ascensão. “Lançamos produtos em áreas nobres de São Paulo, como Vila Madalena, Cerqueira César, Alphaville e no município de Santo André. Estamos estudando ingressar nas regiões de Vila Prudente e Largo 13 de Maio, Santo Amaro”, comenta Nick Dagan, diretor de incorporação da Esser.

Por outro lado, os empreendimentos econômicos vão continuar impulsionando o mercado imobiliário. Para o diretor da construtora MBigucci, Marcos Bigucci, “a demanda continuará intensa, pois há muitos brasileiros querendo abandonar o aluguel para realizar o sonho da casa própria”. Segundo a Câmara Brasileira da Construção Civil (CBIC), em 2012 os brasileiros devem ter R$ 160 bilhões em crédito imobiliário para adquirir seu imóvel.

sábado, 3 de março de 2012

Financiamento Imobiliario: Dicas para evitar problemas na contratação

Descubra maneiras de se organizar para que tudo corra bem durante a compra de um imóvel
Para evitar problemas, o melhor a fazer é estar bem informado

São Paulo - O sonho da casa própria leva milhões de pessoas todos os anos a buscar financiamento, mas a realização deste sonho pode trazer muitas dores de cabeça. Cobranças de taxas inadequadas, taxa de abertura de crédito perdida se o crédito não for aprovado, vendas casadas e outros inúmeros problemas levam a muitas reclamações durante o ano todo. Para evitá-los, o melhor a fazer é estar bem informado. Então confira as dicas e financie o seu imóvel sem problemas:

1- Escolha a modalidade de financiamento mais adequada para o seu perfil: financiamento bancário, consórcio, financiamento direto com a construtora;

2- Simule e analise o valor das primeiras às últimas prestações do financiamento em diversas instituições;

3- Faça as contas: analise qual é a sua reserva financeira, proveniente de FGTS ou outros investimentos, que possam servir para dar como entrada no imóvel; coloque em uma planilha todas as suas despesas principais e veja com o quanto você pode se comprometer para pagar as parcelas;

4- Esteja ciente das exigências para obter crédito junto ao banco: a pessoa não pode apresentar restrições cadastrais em seu nome, e o valor da prestação mensal não pode ultrapassar 30% sobre o valor do salário líquido disponível, ou seja, após descontadas outras despesas fixas e/ou empréstimos. O ideal é aprovar o crédito antes de assinar o contrato de compra do imóvel;

5- Analise com um consultor de confiança os termos que desconhece no contrato;

6- Esteja atento à documentação necessária, tanto do imóvel, quanto do comprador e do vendedor;

7- Programe-se financeiramente para pagar as taxas extras: as despesas com cartório para escritura e registro, giram em torno de 2% a 3% do valor do imóvel. Além disso, há o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI), que gira em torno de 2% sob o valor total, dependendo do município;

8- Esteja ciente e seguro de que tem condições financeiras para assumir as prestações no prazo determinado. A inadimplência pode levar à perda do bem e de todo o valor investido nele;

9- Lembre-se: quanto maior é o prazo para quitar o financiamento, maior será a incidência de juros e o valor final pago pelo imóvel, portanto, utilize o FGTS ou outras reservas financeiras para abater a dívida ao longo dos anos;

10- Prepare-se para imprevistos: pense na estabilidade do emprego e verifique se, em caso da perda da ocupação, terá auxílio desemprego ou outra fonte de renda para quitar as parcelas.(Imovelweb / Exame)

sexta-feira, 2 de março de 2012

USP lança pós-graduação com enfoque em construção sustentável

A Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), ligada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), abriu as inscrições para a pós-graduação lato sensu em construção sustentável, através do programa Poli Integra. De acordo com a FDTE, “o mercado está necessitando de profissionais especialistas com visão sistêmica e domínio na aplicação de soluções sustentáveis, as quais dependem das condições locais, dos aspectos sociais, culturais e econômicos dos agentes envolvidos”

O objetivo do curso, destinado a arquitetos, engenheiros e profissionais da construção é “não apenas capacitar o profissional para planejar, projetar, executar e gerenciar empreendimentos da construção civil, novos e em operação, empregando tecnologias, materiais sustentáveis e ferramentas para a gestão de insumos como água e energia, como também habilitar o profissional de modo sistêmico para a aplicação de conceitos de sustentabilidade ambiental, social e econômica em edifícios e entorno, cidades e zonas rurais”

As inscrições para o processo seletivo podem ser feitas pelo site do curso. As primeiras turmas serão iniciadas ainda no primeiro semestre de 2012. O processo de seleção será feito com base no currículo profissional e escolar do candidato, além de entrevista pessoal.

As aulas serão realizadas no período da noite, no Campus Cidade Universitária da USP, em São Paulo. Mais informações No site do curso, pelos telefones (11) 3814-1988 e (11) 3031-7000 ou pelo e-mail educacao@fdte.org.br.