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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Mercado Imobiliário lança “Condomínios-Clube”

Há empreendimentos com até 80 itens de lazer, e os imóveis estão disponíveis a clientes de todas as faixas salariais.

Examinando maquetes elaboradas, os consumidores buscam um detalhe ou outro que pode fazer diferença na hora da compra. Agora não basta mais ter piscina, salão de festas e quadras esportivas; um lançamento em São Paulo, por exemplo, tenta pegar o consumidor pelo apetite: oferece forno de pizza e espaço gourmet para receber os amigos para jantar. Mas as maquetes não revelam tudo. Debaixo dos telhados de áreas de lazer imensas, vão funcionar lan houses, pet shops e até estúdios musicais. “Com o trânsito e uma qualidade de vida duvidosa na cidade, as pessoas têm vontade de ficar perto da sua casa. Esta característica gera a necessidade de ter lazer dentro do próprio prédio”, justifica João Crestana, presidente do sindicato da Habitação em São Paulo.

Morar em um lugar assim com muito verde, pertinho da natureza, não é mais privilégio de quem tem muito dinheiro. Com o mercado aquecido, as construtoras têm investido em imóveis para a classe média com essas características. Em São Paulo, por exemplo, dá para encontrar apartamentos em condomínios que mais parecem um clube a partir de R$ 80 mil.

Condomínio

As parcelas cabem no bolso – há opções a partir de R$ 147 por mês – , mas tantas facilidades praticamente dentro de casa trazem outra preocupação: o valor do condomínio.

Para economizar nesse quesito, as construtoras procuraram soluções que aproveitam recursos do meio ambiente: Usar água da chuva nas descargas e instalar torneiras e lâmpadas mais econômicas nas áreas comuns são algumas das idéias. “Também a reciclagem de lixo ajuda, porque os moradores podem vender materiais recicláveis e transformar isso em renda para o condomínio”, acrescenta Marcelo Abud, gerente de marketing de um empreendimento em exposição.

Fonte: G1 - Globo

Setor imobiliário é o grande financiador dos vereadores de SP

As empresas do setor imobiliário, um dos principais setores que financiaram a campanha de candidatos a vereador em 2004, tiveram várias propostas discutidas e votados nos quatro anos da atual legislatura, informa reportagem de Ranier Bragon, publicada na edição deste domingo na Folha de São Paulo.

Segundo a reportagem, seis da sete empresas que mais doaram às campanhas dos 55 vereadores eleitos em 2004 pertencem ao setor imobiliário: construção, incorporação, venda, administração e locação de imóveis. Os doadores desta campanha só serão conhecidos após a eleição.

Entre os projetos do interesse do setor que foi aprovado pela Câmara Municipal foi o que excluiu da área reservada às garagens do cálculo que define o limite de metros quadrados a ser construído em um terreno. Em agosto de 2005, os vereadores aprovaram a matéria.

A reportagem tentou ouvir as empresas que mais doaram aos vereadores paulistanos, que não se manifestaram. Os vereadores negaram que o dinheiro os tenha influenciado a votar ou agir conforme os interesses do setor.

Propostas param na viabilidade orçamentária

Na briga pela Prefeitura de São Paulo, os candidatos fazem promessas para a área dos transportes que não sabem se poderão cumprir, se eleitos. Marta promete 47 quilômetros de metrô - o que, no ritmo de investimentos e obras até hoje, de 1,5 quilômetro por ano, em média, levaria 31 anos e não uma gestão para acontecer. Iniciado na década de 1970, o Metrô de São Paulo tem só 61 quilômetros.
Para cumprir sua promessa, a candidata precisará de R$ 8,6 bilhões em quatro anos só para o Metrô. "Isso significa quase três anos do orçamento da Prefeitura para investimentos em todas as áreas", diz o economista Odilon Guedes. E isso considerando-se R$ 180 milhões por quilômetro de linhas, média usada por especialistas, mas que muitos acreditam ser subestimada. Os 4,3 quilômetros de expansão da Linha 2-Verde, entre o Alto do Ipiranga e Vila Prudente, por exemplo, estão orçados em R$ 2 bilhões, segundo o BNDES, que financia 80% da obra. Ou seja, R$ 465 milhões por quilômetro. A candidata promete, ainda, fazer 228 km de corredores de ônibus, para os quais seria necessário outro R$ 1,1 bilhão.
Marta pretende cumprir tal façanha com a ajuda do governo federal, mas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não há verba prevista para o Metrô de São Paulo. A alternativa seria o BNDES. "Marta aposta na proximidade com Lula, mas não tem como garantir que o dinheiro virá", diz o economista Cícero Yagi, do grupo de orçamento da ONG Movimento Nossa São Paulo, que criou o projeto de lei, aprovado na Câmara em 2007, obrigando os prefeitos a apresentarem um plano de governo em 90 dias.
O valor prometido por Kassab para o Metrô, de R$ 1 bilhão, é "mais plausível", segundo Yagi. Mas, ainda assim, representa mais do que o dobro do orçamento municipal para a área de transportes neste ano, de R$ 485 milhões. "Além disso, fatores como desapropriações atrasam e encarecem as obras, o que dificulta o cumprimento de promessas como esta", diz. Do R$ 1 bilhão anunciado por Kassab neste ano no Metrô, só 30% foram liquidados até o fim de agosto. O atual prefeito quer, ainda, investir no Rodoanel, fazer "dezenas de obras para facilitar o trânsito", modernizar a Companhia de Engenharia de Tráfego, ter novos ônibus e terminais. Sem mudar a tarifa de R$ 2,30, o que não lhe dá alternativa senão aumentar subsídios. Mas, assim como os demais candidatos, ele não diz de onde virão os recursos. "Em 2008, um dos melhores em arrecadação, a Prefeitura teve só R$ 3,2 bilhões para investir. Em tudo: creches, escolas, postos de saúde, hospitais, habitação", diz Yagi. "A conta não fecha." A proposta de Alckmin é similar à dos concorrentes, mas mais "vaga", assim como as de Soninha e Ivan Valente.

Os especialistas rechaçaram a freeway sobre as Marginais (ilustração), proposta de Maluf. "Nenhuma cidade melhorou a circulação com obras viárias", diz Jaime Waisman, do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP.


Fonte: Matéria: http://www.estadao.com.br

Prefeitura de SP limita lançamento de projetos imobiliários em distritos

De um lado, incorporadores que querem construir num mercado imobiliário aquecido. De outro, terrenos disponíveis para novos lançamentos. Esse casamento não é perfeito porque em certas regiões da cidade, como Liberdade, Jaguaré e Vila Leopoldina, novos projetos tornam-se pouco viáveis sem a possibilidade de construir acima dos limites do Plano Diretor de 2002. Quem edifica reclama da paralisação em regiões com potencial de crescimento. Guilherme Bueno Netto, diretor da construtora Bueno Netto, cita o exemplo da Vila Leopoldina. "Com terrenos ociosos e ótima infra-estrutura, é um eixo natural de crescimento", diz.
Embora o Plano Diretor tenha reduzido, em média, o potencial construtivo dos terrenos -quantidade máxima de metros quadrados construídos, que passou de quatro vezes a área do lote a uma ou duas vezes-, ele gerou mecanismos para aumentar esse potencial. Um desses instrumentos é a outorga onerosa: o incorporador paga à prefeitura para construir mais metros quadrados do que o previsto pelo zoneamento em uma certa região.

A prefeitura estabeleceu, para cada distrito, estoques de metros quadrados que podem ser vendidos a incorporadores. Mas, em algumas regiões mais aquecidas nos últimos anos, esse estoque foi esgotado --e, só com o potencial construtivo básico, a conta do incorporador não fecha. Isso acontece porque a construção de um número pequeno de unidades residenciais elevaria muito o preço de venda de cada uma delas, a fim de cobrir os custos da incorporação e gerar uma margem de lucro.

Prefeitura
Incorporadores como Bueno Netto pedem à prefeitura que amplie o diálogo com a iniciativa privada para "repensar o futuro das áreas sem estoque". Segundo Nilza Antenor, diretora do Departamento de Urbanismo da Sempla (Secretaria Municipal de Planejamento), os estoques de área construída são limitados pela capacidade do sistema de circulação e da infra-estrutura dos distritos.

Charles Cambur, dono da construtora que leva seu nome, pondera que o mais importante é refletir sobre a real capacidade de adensamento das regiões. "O cronograma de crescimento da cidade não acompanha seu aumento real. As áreas já teriam que contar com total infra-estrutura e só depois receber mais gente", reflete.

Outro mecanismo usado pelo incorporador para construir mais é o Cepac (Certificado de Potencial Adicional de Construção), título comprado para ser trocado por potencial adicional de edificação.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

14 milhões de brasileiros ascenderam socialmente

Quase 14 milhões de brasileiros ascenderam socialmente no País entre 2001 e 2007, de acordo com um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado na segunda-feira (22). De acordo com a pesquisa "Pobreza e mudança social", 10,2 milhões de brasileiros passaram de estrato social de renda mais baixa (até R$ 545,66) para a faixa de renda média (de R$ 545,66 a R$ 1.350,82), e 3,6 milhões saltaram da renda média para estrato mais alto (acima de R$ 1.350,82). A pesquisa foi feita com base nos dados da Pnad (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No período, o PIB (Produto Interno Bruto) aumentou 23,8% e a renda familiar per capita 15,6%. "As pessoas caminharam socialmente superando a inflação e o crescimento médio do País entre 2001 e 2007", disse o economista do Ipea, Ricardo Amorim. "Foi uma mobilidade social importante no País que não se via há muito tempo, desde os anos 80", acrescentou ele, creditando essa ascensão aos programas de transferência de renda (Bolsa Família), à política de aumento real do salário mínimo e ao crescimento mais forte da economia. O Ipea traçou também um perfil do brasileiro que avançou socialmente. "Para os estratos mais baixos há influência mais forte do salário mínimo e transferêncais de renda e para a renda maior há um claro impacto do mercado de trabalho melhor", disse Amorim.

Fonte:DIAP – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar

Imóveis e ações - grande futuro, muito a aprender

Por: João Crestana e Romeu Chap Chap

A instabilidade caracteriza o mercado de ações. Para investir nele é preciso sangue-frio. Sem isso, a qualquer oscilação (o que tem sido recorrente, em especial após a crise do subprime norte-americano) o investidor corre o risco de prejuízos. Aliás, isso também pode ocorrer em momentos de euforia: vai-se no estouro da manada e depois se descobre que, houvesse um pouco mais de cuidado e observação, seria possível fazer um negócio melhor.

Quando, em 2006, empresas do setor imobiliário tiveram sua estréia no mercado de ações - os IPOs no Novo Mercado da Bovespa -, a sensação era extremamente positiva. Graças à estabilidade monetária e às medidas governamentais que resultaram num novo marco regulatório (que ampliou as garantias a compradores e agentes financiadores), o mercado de imóveis renasceu. O crédito imobiliário voltou a ser oferecido e a demanda reprimida começou a ser atendida. Para se ter uma idéia da proporção desse "renascimento", na década de 90 e no início da atual, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) - que reúne bancos que concedem empréstimos com recursos da poupança - financiava 50 mil unidades/ano. Em 2006 o total foi de 114 mil unidades; em 2007, 192 mil (um crescimento de 72%); e para este ano a previsão é de pelo menos 280 mil imóveis.

Ao lado desse incremento, cresce o número de famílias aptas a adquirir a casa própria. Temos a nova classe média brasileira ansiosa por comprar e, agora, com linhas de crédito mais acessíveis. E uma população de menor renda também se capacitando, graças à atuação das empresas, cada vez mais focadas nos empreendimentos chamados econômicos, e ao aumento dos recursos do FGTS para esse fim, embora a burocracia se constitua em dificuldade adicional, retardando os trâmites da Caixa Econômica Federal. Tudo converge para se acreditar que investir em ações imobiliárias é risco aceitável. É verdade na maioria das situações. Será certo em 100% dos casos?

O que queremos dizer com essas frases, talvez conflitantes? Que estamos em meio a um processo que levará à consolidação do setor imobiliário em bolsa de valores. Na verdade, o aprendizado está sendo célere.

De um lado, empresas imobiliárias - em boa parte familiares - estão aprendendo com as boas práticas da governança corporativa. Faz parte desse aprendizado o cenário de reposicionamento de várias empresas. A alta especialização e a solidez exigidas pelas companhias de capital aberto vêm mudando a cara do mercado, que tende a uma atuação nacional. Isso explica as fusões e aquisições a que temos assistido - algo que consideraríamos natural se estivéssemos no exterior, onde a prática já cuidou de moldar a tradição. Por outro lado, também o mercado de capitais está aprendendo como funciona a indústria imobiliária, um setor de longo prazo, em que ansiedade e precipitação não têm lugar. Os analistas estão-se familiarizando com as particularidades.

Enquanto um mercado aprende com o outro, como fica o investidor? Com serenidade não haverá perdas. Para começar, suas ações estão, de certa forma, lastreadas em ativos reais. São terrenos, imóveis. O novo arcabouço institucional da indústria imobiliária, com a alienação fiduciária e o patrimônio de afetação, emprestou adicional segurança ao setor. Graças ao novo marco regulatório, em vigor desde 2005, há salvaguardas muito modernas. E no que se refere a imóveis prontos, o lastro é sólido e a liquidez, cada vez mais consolidada, por conta da titularização por meio de fundos de investimentos e participações, recebíveis imobiliários, etc.

Imóvel não é papel ao vento. É bem de raiz e sua análise não se pode basear nas aflições geradas pela volatilidade do mercado de capitais. Como ilustração, o balanço - que analisa a atratividade de uma empresa - não reflete fielmente a carteira de recebíveis dos empreendimentos de longo prazo. Isto mostra que a "preocupação excessiva" que se instalou no mercado em relação às empresas imobiliárias poderia ter sido evitada com um olhar mais especializado sobre a condição de uma ou outra incorporadora. A generalização que se criou não beneficia ninguém.

É importante também considerar que a rentabilidade dos IPOs imobiliários no País está sendo injustamente contaminada pela instabilidade do ambiente internacional. Cerca de 70% dos investidores nos papéis de incorporadoras e construtoras nacionais são do exterior. São grandes grupos que acreditam no potencial do mercado de imóveis brasileiro, em seus bons projetos e realizações. Naturalmente, em turbulências como a atual, esses investidores fazem de tudo para reduzir as violentas perdas geradas no mundo pelo subprime norte-americano. Buscam, então, zerar posições internacionais líquidas - tais como nossas ações -, para minimizar prejuízos em seus respectivos países. Mas isso nada tem que ver com o desempenho das empresas brasileiras, que é forte e promissor.

A parceria mercado de capitais-mercado imobiliário, no Brasil, está apenas começando. Os novos parceiros ainda não conhecem plenamente as características um do outro, suas especificidades. Aos poucos, a convivência vai nivelando a relação e as dúvidas são dissipadas. O que dizer ao investidor? Que invista, com a mesma cautela e a serenidade que devem caracterizar quem opta pelo mercado acionário, porém sabendo que está colocando seu capital num setor de mais longo prazo de maturação (no mínimo, 24 meses). Não é overnight.

Adicione-se que medidas para segurança ainda maior nas ações imobiliárias serão cada vez mais incrementadas, como é o caso da padronização dos balanços das incorporadoras, já em estudo pela Comissão de Valores Imobiliários.Bem, mas e os 100% garantidos? Isso não é comum no mundo das bolsas de valores. Perfeição não existe, mas a busca por ela, sim. E isso certamente os mercados de capitais e imobiliário estão fazendo.

João Crestana e Romeu Chap Chap são, respectivamente, presidentes do Secovi-SP e do Conselho Consultivo do Sindicato da Habitação

Fonte: http://www.estadão.com.br/

Consumidores reclamam de falta de cimento

SÃO PAULO - Falta cimento no mercado. É o que dizem os construtores, os varejistas e os consumidores, embora os fabricantes do produto neguem. Todos estão de acordo, no entanto, que desde 2006 a demanda pelo material tem crescido gradativamente, puxada pelo aquecimento do mercado imobiliário e pelo aumento da renda da população - que tem se animado a construir ou encarar reformas para ampliar a casa.Com o produto escasso e a procura alta, vale a lei de que os preços sobem. No acumulado de 12 meses até agosto, segundo dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), o consumo do produto cresceu 12% no volume físico, em relação a 2007. O preço, por sua vez, aumentou 28,7% no mesmo período, de acordo com levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP). "Num país que diz que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é de 6%, estamos com produtos básicos subindo acima de 25%. É uma brutalidade esse aumento de preços na construção, num momento de aquecimento do setor. E é claro que aumentos desse nível vão trazer inúmeros problemas", disse Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP.Há cerca de três semanas, duas fábricas da Votorantim Cimentos - uma em Itaú de Minas (MG) e outra em Santa Helena (SP) - tiveram a produção parcialmente paralisada para manutenção de equipamentos. Na segunda-feira passada (dia 22), as fábricas voltaram a funcionar normalmente, segundo a empresa. Mas a redução no ritmo de fabricação do produto ao longo de quase duas semanas preocupou o mercado e pressionou ainda mais os preços.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

Caixa prevê financiar 180 mil casas até fim do ano

A Caixa Econômica Federal contratou R$ 5,9 bilhões este ano, com recursos da poupança, em financiamentos habitacionais, e dispõe de mais R$ 4 bilhões do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para imóveis destinados às classes média e alta. A informação é do vice-presidente de Governo da Caixa, Jorge Hereda.
Segundo ele, “não faltarão recursos para apoiar o setor de habitação”. Hereda disse que o interessado pode financiar até 80% do valor de avaliação do imóvel, e mesmo que já possua outra casa ou apartamento no município escolhido para a contratação, terá como usufruir da linha de crédito. A expectativa da Caixa é financiar pelo menos 180 mil moradias até o final do ano. No ano passado, foram financiadas 81 mil casas e, em 2006, 51 mil.
Esse salto, conforme explicou Hereda, tornou-se possível porque a instituição obteve este ano a maior captação de poupança da sua história. Só em agosto, a captação líquida chegou a R$ 1,2 bilhão, de sorte que a Caixa é, no momento, responsável por 51% de todos os imóveis financiados com dinheiro da poupança no país. Quem optar por financiar 80% do valor de avaliação pode parcelar o pagamento em até 240 meses. Para contratos de 360 meses, a entrada deve ser de pelo menos 30% do valor de avaliação do imóvel. No caso de moradias com valor de avaliação até R$ 350 mil, e se o interessado tiver saldo no FGTS e não tenha outro imóvel na mesma cidade ou em município limítrofe, o dinheiro do fundo poderá ser utilizado na entrada e, posteriormente, para abater o saldo devedor ou as prestações.
Fonte: FNE – Federação Nacional dos Engenheiros - http://www.fne.org.br

domingo, 28 de setembro de 2008

SP - Polos de rua voltam à mira do varejo

O aumento do poder de consumo da classe C, somado a uma leva de famílias que ascenderam da classe D, tem trazido de volta ao radar das redes varejistas o mais tradicional local de comércio: a rua. Paralelamente à expansão do setor de shoppings, vários pólos de comércio de rua resurgem como opção para redes que querem diversificar os negócios, reduzir custos e fugir da acirrada competição por bons espaços em shoppings.

Dados do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas (GVCev), apontam que em São Paulo, maior centro consumidor do País, 32 shoppings disputam com 100 pólos de ruas comerciais a atenção dos varejistas e também dos consumidores. Disputam porque o modelo de shoppings só para a classe alta e o modelo de lojas de rua para classe baixa também está mudando. Ainda é fato que os principais centros comerciais pesquisados encontram-se em áreas de maior poder aquisitivo. "Várias regiões de periferia têm nichos de consumo de maior poder aquisitivo", afirma Juracy Parente, professor da FGV, no evento "Pólos comerciais de rua: sua importância para o varejo e sociedade", que aconteceu no início de setembro em São Paulo. No entanto, ele afirma que o perfil da cidade é de consumo predominantemente de baixa renda. "70% da população têm renda inferior a R$ 2,5 mil e representam 35% do consumo", explica, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ajustados para 2007.

Para alguns segmentos, a importância desse público é muito maior. "No varejo de alimentos, 55,7% do potencial de consumo está entre os consumidores com renda familiar até R$ 2,5 mil", afirma Parente. Outros segmentos também têm destaque no consumo dessas famílias: Gás doméstico (71,8%), eletrodomésticos (52,8%), remédios (53,9%) e vestuário (50%).

No segmento de franquias, a migração de empresas de food service para a rua já poderá ser observada nos próximos anos de acordo com Enzo Donna, diretor da ECD - Consultoria Especializada em Food Service. Estudo realizado pela empresa mostra que por conta de custos de ocupação de shopping centers as redes devem priorizar a abertura de lojas de ruas. Em 2006, segundo dados da pesquisa, 56,8% das lojas do segmento estavam localizadas em shopping centers e 33,4%, em ruas. No ano passado, os números passaram para 51,8% e 39%, respectivamente. A tendência, segundo o estudo, é de inversão até que em 2010, 39% das lojas franqueadas estejam localizadas em shopping centers e 55,6% em ruas. "E aí poderemos observar o desenvolvimento de corredores gastronômicos", prevê Donna.

Segundo o executivo, já é possível observar esse movimento em países como Chile, por exemplo, e seria a saída das franquias localizadas no Brasil para fugir dos custos de ocupação. "Os custos de shoppings são mais altos, o que pode iniciar a ida das redes aos empreendimentos", diz o diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo. De acordo com o estudo da consultoria, enquanto o gasto médio com ocupação em shopping é de 7,54% sobre o faturamento, em ruas o custo cai para 7,13%.

Algumas franquias como Giraffas e Habibs, por exemplo, já dão preferência às lojas de rua. Primeiro por conta dos tamanhos das lojas, em geral maiores que a média de uma unidade de shopping center, e, conseqüentemente, por conta de custos. Luvas, 13.º aluguel, fundo de promoção acabam elevando os custos de ocupação em shopping centers, segundo empresários. Por outro lado, na rua é preciso investir em segurança, nada muito elevado, mas um gasto que deve ser colocado na conta, segundo o gerente de operações e expansão da rede Bon Grillê, George Alexandre. A franquia de grelhados, que possui 53 lojas, inaugurou no mês passado sua primeira unidade de rua. "Estávamos buscando alternativas aos shoppings por falta de espaço", diz.

Esse potencial atraiu também a franquia de vestuários Hering. Tradicionalmente voltada para a classe A/B, a rede está investindo para alavancar as vendas na classe C, com foco na abertura de lojas de rua. A estratégia é fruto de um forte processo de reposicionamento da marca, iniciado em 2007. Marcelo Tavares D''Amaral, diretor da Hering, explica que as mudanças atingiram também os produtos que passaram a ter uma apelo de moda - , o projeto arquitetônico das lojas e as ações de marketing da empresa. Mas foi o reposicionamento de preço que favoreceu a expansão na rua. "Já temos 10 mil clientes de lojas multimarcas, 99% em pólos de rua como a (Rua) ''25 de Março'' em São Paulo", afirma. Do total de 47 franquias da marca, 21 são lojas de rua. "Nossa expansão até 2011 é 35% baseada na abertura de pontos em ruas comerciais", diz.

Para a Hering, as principais vantagens são o custo de operação mais baixo, o menor custo da mão-de-obra e o investimento reduzido para aquisição de pontos comerciais. D''Amaral destaca, porém, que essas lojas tem performance de vendas mais tímidas que alguns pontos em shoppings, por sofrerem influências climáticas e também de problemas de segurança. "Nossos franqueados de rua têm que ter, inclusive, seguro de estoque e contratar uma empresa de monitoria", diz o executivo. Apesar disso, a rede está satisfeita com o negócio de rua. "Só não vamos abrir mais nas ruas porque temos um forte crescimento no setor de shoppings", afirma.

O País tem hoje, segundo dados da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), 367 shoppings. Neste ano, mais 16 estão em construção, mesmo número previsto para serem abertos em 2009. Essa movimentação fez com que empresas tradicionalmente voltadas para o comércio de rua, começassem sua expansão em shoppings, como a rede de vestuário Lojas Marisa.

Aberta em 1948, na época para a comercialização de bolsas, a rede inaugurou sua primeira unidade em shoppings em 1991, no Shopping Continental em Osasco. Mas foi com a estratégia de rejuvenescimento da marca, traçada em 2001, que a empresa acelerou sua expansão em centros de compras. "Nesta época, descobrimos que o público da empresa eram mulheres de aproximadamente 45 anos das classes D e E. Nosso plano foi rejuvenescer a marca para um público entre 20 e 30 anos, expandindo nossa atuação para a classe C", afirma o diretor de vendas da empresa, José Luiz da Silva Cunha. A entrada em shoppings ajudou neste processo. Hoje, a empresa conta com 111 lojas de rua e 97 em shoppings.

Cunha explica que os custos de operação são muito semelhantes. No caso da Marisa, o shopping leva ligeira vantagem em valor de aluguel, por exemplo. "Isso porque na rua ainda estamos sujeitos a vontade dos donos dos imóveis", afirma o executivo. Já nos shoppings, a loja é considerada âncora, o que garante vantagens de negociação à rede. As lojas de rua também são mais onerosas no quesito perdas por furtos, principalmente. "Mas nos shoppings temos uma perda maior em crédito, já que a maioria das lojas ainda são recente e temos que conquistar os clientes." Apesar de o tíquete médio de vendas também ser maior em shoppings, a venda por metro quadrado é maior nas lojas de rua. Por isso, afirma Cunha, "ninguém verá Lojas Marisa no MorumbiShopping (SP), Shopping Barra (RJ) ou Shopping Iguatemi (SP), o nosso foco é o cliente classe C."

Outro exemplo da força dos shoppings é a expansão da rede norte-americana Burger King. Tradicionalmente uma rede de loja de rua nos Estados Unidos, desde sua entrada no Brasil, em novembro de 2004, foi flexível em aceitar que no País prevaleçam as unidades em shoppings centers. Das 56 unidades da rede no Brasil, 50 estão em shoppings e seis são restaurantes de rua.

Fonte: Gazeta Mercantil - Regiane de Oliveira e Valéria Serpa Leite

Pnad 2007: Mais brasileiros estão realizando o sonho de ter a casa própria

Mais brasileiros estão conseguindo realizar o sonho da casa própria, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Além do número de domicílios particulares permanentes, ter alcançado 56.344 mil unidades em 2007, 1 734 mil unidades a mais que no ano anterior, o estudo observa que a quantidade de domicílios próprios aumentou sua participação em 0,7 ponto percentual, destacando-se o percentual de imóveis quitados, cuja participação representou 69,8% do total.


Em todas as regiões, houve crescimento de domicílios próprios quitados, sendo a Região Sudeste a que apresentou o maior aumento do total de unidades (664 mil), e a Região Norte a que apresentou o maior crescimento da participação desta condição de ocupação, um aumento de 2,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior. É, também, a Região Norte, a que apresenta a maior parcela de domicílios próprios já quitados (77,9%).

Está diminuindo o número de pessoas que moram juntas em uma mesma família, o que aumenta a quantidade de domicílios. Também houve aumento da quantidade de imóveis próprios, em especial dos quitados, o que pode ser um reflexo da melhora da renda - avalia o pesquisador do IBGE William Kratochwill.

Já os domicílios em aquisição, cedidos ou classificados em outra forma de ocupação reduziram suas participações em 0,2, 1,0 e 0,1 pontos percentuais, respectivamente. Estes últimos apresentaram reduções não só em participação no total, mas também em termos do número absoluto de unidades.

No Brasil, de forma geral, caiu o número de domicílios com quatro ou mais moradores. Somente a Região Norte do País não seguiu essa tendência, mantendo o percentual de domicílios com seis moradores e elevando o de domicílios com cinco pessoas e também o daqueles com sete, alcançando 14,7% e 4,3% do total, respectivamente.

Por outro lado, as Regiões Sul e Centro-Oeste mostraram que, apesar da concentração na existência de domicílios com dois, três e com quatro moradores, os domicílios com apenas um morador registraram crescimento de 1,0 ponto percentual, alcançando 1 094 mil domicílios, na primeira; e de 1,7 ponto percentual, alcançando 540 mil domicílios na segunda.