Pesquisar este blog

sábado, 8 de setembro de 2018

Accor prevê chegar a 500 hotéis no Brasil em 2022

A Accor Hotels, maior operadora de hotéis no país, planeja chegar a 500 empreendimentos no Brasil em 2022. Hoje, são 296 unidades. Em toda a América do Sul, a meta é passar dos atuais 344 hotéis para 650.
"Além dos 296 hotéis em funcionamento, temos mais 120 projetos em desenvolvimento, em construção ou contratos já assinados para execução. Então, batemos nossa meta do ciclo 2018-2020, que era o de atingir 400 hotéis no Brasil", disse em entrevista ao Valor o presidente da AccorHotels para América do Sul, Patrick Mendes. As novas metas de expansão compreendem o ciclo de 2020 a 2022.
Segundo ele, a companhia abre quatro novos hotéis no mercado brasileiro nas próximas duas semanas, inaugurando o empreendimento de número 300, da bandeira Novotel, em 9 de setembro em Curitiba.
A expansão da AccorHotels no país continua sendo liderada por projetos de conversão ou franquia, disse Mendes. "Esses modelos serão os mais usados em hotéis Ibis [hotel econômico] e midscale [de padrão médio], com foco nas cidades secundárias", disse.
Na conversão, a AccorHotels assume um hotel que era administrado por uma rede concorrente nacional ou estrangeira. Nesse caso, o grupo francês assume toda gestão do empreendimento, incluindo pessoal, alimentos e bebidas, pagando uma taxa de remuneração aos donos do imóvel.
Já na franquia, o dono do hotel é quem administra o empreendimento, pagando ao grupo AccorHotels taxas pelo uso de marcas, de plataforma de vendas e outros sistemas de gestão.
Segundo Mendes, cerca de 50% dos hotéis que a AccorHotels tem no Brasil - de marcas como Ibis, Mercure, Novotel, Adagio, Pullman e Sofitel - são contratos de gestão; 30% são franquias; e 20% são empreendimentos próprios.
Já nas grandes cidades, a AccorHotels quer aumentar a participação dos hotéis de alto padrão - das categorias upscale, life style e luxo. "Nos últimos meses, o grupo AccorHotels assumiu diversas bandeiras nesse segmento, que tem espaço para crescer no Brasil", disse Mendes, referindo-se a bandeiras como Fairmont, Raffles e Swissôtel.
Segundo o executivo, esses hotéis de luxo devem surgir com novos empreendimentos em vez de conversões. "As linhas de financiamento estão voltando", disse o executivo, citando o interesse de fundo de investimento e investidores institucionais.
Mendes admitiu que o ciclo de expansão da AccorHotels no Brasil até 2022 tem maior cobrança de investidores por melhor rentabilidade.
Segundo ele, desde 2015 que a maior parte dos hotéis está trabalhando com margens de lucro próximas de zero. "Sofremos com a recessão econômica, o excesso de oferta de hotéis e com a inflação. Esse ciclo negativo está acabando, a economia está voltando. Por causa da crise, o ritmo de abertura de novos hotéis, que foi forte até 2014 por causa da Copa, diminuiu. E isso está trazendo mais equilíbrio entre oferta e demanda", disse o executivo da AccorHotels.
A taxa de ocupação média nos hotéis brasileiros caiu de 65,9% em 2013 para 56,5% em 2017. Enquanto isso, a diária média cedeu de R$ 259,00 para R$ 227,70, segundo dados de pesquisa realizada pela JLL Hotels & Hospitality em parceria com o Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (Fohb) e a Associação Brasileira de Resorts (ABR).
"O primeiro passo da recuperação do setor começou ano passado com uma melhora da taxa de ocupação. Agora precisamos recuperar valores de diária média", disse Mendes.
A AccorHotels não divulga dados por país, mas por regiões. No balanço do primeiro semestre de 2018, o mais recente do grupo, a companhia reportou crescimento de 8% na receita líquida, que atingiu ? 1,205 bilhão com serviços hoteleiros.
Na América do Sul, o grupo informou incremento de 9% na receita com serviços de gestão e franquias, graças ao incremento de 11,5% na receita média por apartamento (RevPar). A taxa de ocupação do grupo na América do Sul entre janeiro e junho foi de 54,7%, 4,2 pontos percentuais acima de um ano antes, enquanto a diária média, em euros, subiu 3,1%, para ? 55.
O executivo disse que parte da busca por rentabilidade na região passa pelo novo desenho de diretorias. Em vez de um diretor por cada segmento de hotéis - econômico, midscale e luxo - em toda a região, a empresa terá agora uma diretoria para Brasil, outra para mercados de língua hispânica e um terceiro executivo para hotéis de luxo.
Olivier Hick, vai ocupar a diretoria para hotéis midscale e econômico no Brasil, tendo como par Franck Pruvost, que vai ocupar a mesma área para países hispânicos, baseado em Santiago. E Philippe Trapp vai ser o responsável por hotéis upscale e luxo em toda a América do Sul.
Fonte: Ana Paula Paiva, Valor Online

Nenhum comentário: