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domingo, 19 de agosto de 2018

Vale a pena investir em imóvel agora? Depende do próximo presidente

Se você está pensando em comprar um imóvel agora, tenha muita cautela. Principalmente se a sua ideia é adquirir um apartamento ou uma casa neste momento para revender depois.

Segundo analistas ouvidos pelo UOL , a velha máxima de comprar barato para vender mais caro pode sair pela culatra, com a economia ainda debilitada devido à baixa taxa de investimento e o endividamento das famílias, além da falta de uma direção clara da política econômica do próximo governo.

"É um momento muito arriscado", afirmou o consultor financeiro e diretor da BlueQuanty Educação, André Massaro. Para ele, as eleições presidenciais deste ano trazem muita instabilidade aos preços de todos os investimentos no mercado. "Inclusive o dos imóveis, que têm um valor muito alto e baixa liquidez, isto é, demoram bastante para serem vendidos".

Ele recomenda a compra de um imóvel para embolsar o lucro no curto prazo, apenas se o investidor tiver um perfil mais arrojado e decidir "comprar o risco" das eleições "mais tensas da redemocratização do Brasil". Caso contrário, é melhor evitar seguir por esse caminho.

"Agora, se ele tiver uma informação segura sobre as eleições, aí vale a pena", afirmou Massaro, pois "o valor de mercado dos imóveis pode dar uma impulsionada, e o investidor pode sair ganhando com esse jogo de expectativas".

Preços de imóveis estão quase estáveis
E, se a opção for realmente investir na compra, a diretora-executiva comercial da Lopes, Mirella Raquel Parpinelle, afirmou que esse é um bom momento, já que o preço dos imóveis pouco se alteraram.

O Índice FipeZap, que monitora o comportamento do preço de venda de imóveis residenciais em 20 cidades, encerrou próximo da estabilidade em julho, com uma leve queda de 0,07% em relação ao mês passado. De janeiro até agora, o preço médio de venda teve uma queda real de 3,05%.

A localização é a principal característica a que o cliente deve prestar atenção, segundo a diretora-executiva da Lopes. "Estar perto de metrô, vias de acesso rápido e áreas de lazer podem fazer com que o imóvel se valorize ainda mais."

Comprar para alugar pode valer a pena
Se a ideia não é especular com o preço dos imóveis, a análise muda de contexto. Fazer a compra para ganhar com o aluguel é uma boa opção, considerando a queda da taxa básica de juros, a Selic, que caiu de 14,25% para 6,5% ao ano.

Mesmo com o risco de vacância (o tempo em que o apartamento ou a casa fica sem inquilino), o consultor Massaro disse que essa modalidade deve ser pelo menos "considerada" pelo investidor.

Para isso, basta avaliar o custo de oportunidade, comparando o valor pago por uma aplicação de renda fixa tradicional com o preço do aluguel.

Para se ter uma ideia, o preço do aluguel médio hoje chega a 0,5% do valor de um imóvel na cidade de São Paulo, o que, no caso de um apartamento de R$ 300 mil, daria uma remuneração de R$ 1.500 por mês ou R$ 18 mil por ano ao investidor (valor que não sofre desconto pela Receita Federal no Imposto de Renda).

Um título Tesouro Selic vendido pela plataforma Tesouro Direto, por exemplo, remunera a uma taxa de 6,5% ao ano. Nesse caso, existe eventualmente a incidência da taxa de corretagem, do Imposto de Renda na hora do resgate da aplicação e da taxa de custódia do título, que é cobrada pela B3 (antiga BM&FBovespa).

Em uma simulação no próprio site do Tesouro Direto, se o investidor decidir aplicar R$ 300 mil nesse título e a taxa básica de juros mantiver-se no mesmo patamar, ele irá receber cerca de R$ 15 mil de rendimento líquido em um ano, descontadas as cobranças acima.

Logo, com o aluguel, o investidor tem um ganho de R$ 3.000 a mais em comparação ao Tesouro Selic.

Fundos imobiliários em vez de comprar uma casa
Se você não tem dinheiro para comprar uma casa ou um apartamento sem financiamento em um banco ou uma cooperativa de crédito, há uma modalidade mais barata, mas mais arriscada. Trata-se dos fundos imobiliários.

Já há uma centena deles no mercado e, para investir, basta comprar uma cota, que é vendida a partir de R$ 500. "É preciso, no entanto, analisar bem cada um deles", declarou Fabio Macedo, diretor comercial da corretora Easynvest.

Isso porque eles são subdivididos em três tipos: o de papel, que é mais conservador, e investe basicamente em LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários); o de shopping centers e galpões, que investe na compra desses imóveis para locação; e o de empreendimentos, o mais arriscado de todos, pois absorve o risco desde a compra do terreno, a construção do imóvel e a venda dele.

Quem compra uma cota no fundo recebe uma parte dos aluguéis, tornando-se indiretamente um dos donos dos imóveis. O fundo é administrado por um gestor, que cuida de toda a parte burocrática.

Além disso, os fundos imobiliários são mais arriscados que a renda fixa e, consequentemente, podem oferecer retorno maior, mas não são tão instáveis quanto ações. Em média, de acordo com a B3, o número de investidores cresceu 39% em 2017 nesse tipo de fundo, cuja valorização teve uma média de 18% nos últimos 12 meses.

Fonte: Diogo Max para o UOL

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