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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pequenas lojas usam espaço, segurança e movimento das grandes para lucrar

Elas contam com o movimento das grandes lojas, estacionamento e segurança. Mas são pequenas. Muitas, apenas um box. Ter uma empresa instalada dentro de outra muito maior, como hipermercados e megalojas, pode ser uma estratégia para se aproximar do público.

Para Alexsandra Barreto, dona da Hiper Ótica, o movimento é a principal vantagem de estar no espaço de um supermercado. "É muito mais fácil fidelizar o cliente, porque as pessoas não mudam de supermercado todo dia. A empresa está na galeria do supermercado Walmart na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, desde 1999.

No entanto, não basta apenas contar com o movimento alto. É preciso atender bem. "Se você pisar na bola com alguém, o boca a boca também pode destruir sua reputação com o público, que é sempre o mesmo."

Segurança e acesso ao estacionamento são os pontos fortes para Stéfano Choi, dono do box que abriga a Marina Bijoux, que fica no primeiro andar do supermercado Sonda no bairro Água Branca, na zona oeste de São Paulo.

"É o nosso diferencial. A pessoa pode deixar o carro no estacionamento e fazer as compras tranquilamente. Na rua, é perigoso tanto para o cliente quanto para o lojista", afirma.

Contratos podem prever condições e obrigações difíceis de cumprir

Essas facilidades têm um custo que pode ir além de valores financeiros e criar obrigações. O empreendedor deve estar atento às condições das grandes lojas para aceitar um estabelecimento no seu espaço. Os contratos podem, por exemplo, obrigar a empresa a abrir as portas em horários determinados, além de cumprir outras regras.

João Manuel Teves e a esposa Ana Maria, por exemplo, têm um box no primeiro andar do supermercado Sonda do bairro Água Branca e reclamam das obrigações que precisam cumprir.

"Minha família vive separada, porque a lojinha tem de estar sempre aberta e se formos contratar alguém não sobra nada. O horário é estendido, de 9h às 21h e, como o supermercado abre sábado, domingo e feriados, abrimos também."

Movimento alto não é o que garante sucesso

Há seis anos, Cristina Barrera abriu um quiosque de 12 metros quadrados para vender bolsas dentro do supermercado Sonda do bairro Água Branca, na zona oeste de São Paulo. O sucesso foi imediato.

Em pouco tempo, faturava R$ 24 mil, o equivalente à receita total dos outros oito boxes que mantinha em outros supermercados das redes Extra e Carrefour. Animada, fechou as oito lojinhas e, com o faturamento do quiosque na Água Branca, pagou R$ 74 mil de luvas em uma loja de 30 metros quadrados dentro de outra unidade do Sonda, no bairro Perdizes, em frente ao Shopping Bourbon, na mesma região.

No entanto, a receita do quiosque na Água Branca, que tem custo fixo de R$ 2.500 -- sem contar com pró-labore de Cristina e do marido e as compras de reposição -- começou a cair em 2009 e só parou em meados de 2011.

De R$ 24 mil mensais, estacionou em R$ 8 mil. E a loja no Sonda de Perdizes, cujo custo fixo gira em torno de R$ 4 mil, sem a remuneração dos donos e a recomposição do estoque, fatura R$ 12 mil por mês.

"Estamos passando o ponto da loja no Sonda em Perdizes. Lá nunca atingimos o faturamento dos áureos tempos da Água Branca", afirma a comerciante que diz sobrar pouco mais de R$ 2.500 para ela e o marido, mensalmente, como resultado das duas operações.

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