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quinta-feira, 12 de abril de 2018

Qual o futuro do mercado imobiliário?

O mundo mudou, bem como a forma como nos relacionamos e fazemos negócios. E olhando para um futuro bem próximo, são as startups que vão transformar ainda mais este cenário. Para se ter uma ideia, São Paulo está entre as 10 cidades do planeta com o maior número de startups em atividade. É, sem dúvida, uma das metrópoles mais inovadoras na atualidade. 

Mas como o mercado imobiliário vem se comportando diante desse novo contexto? Como será a atuação das imobiliárias neste cenário de maior dinamismo e totalmente dominado pela tecnologia?

O setor imobiliário é, tradicionalmente, bastante resistente às transformações, que, geralmente, acabam acontecendo de forma mais lenta. Apesar de poucas novidades implementadas no segmento, nos últimos 20 anos algumas ocorreram, e são muito relevantes, como o surgimento e a consolidação dos portais imobiliários, como o Imovelweb, um dos mais importantes do Brasil, por exemplo. Com eles, a troca de informações com o consumidor ficou mais ágil, os sistemas de busca bem mais avançados e as imagens em alta resolução passaram a ser fatores importantes para a tomada de decisão. 

Tenho mapeadas, hoje, mais de 200 startups imobiliárias, que estão recebendo investimentos e começando a trazer contribuições importantes para o setor. Portanto, mesmo em um universo pouco afeito a inovações, é preciso estar atento e aberto para as novas tendências. Sempre ouvimos dizer que é o mais forte quem sobrevive. Esta interpretação é, notadamente, equivocada. Quem sobrevive é quem se adapta melhor e mais rápido! 

Novo perfil do cliente

Antigamente, o cliente potencial passava em uma rua, se interessava por um imóvel e entrava em contato com o corretor responsável pela negociação. Tenho certeza que as imobiliárias, especialmente na capital paulista, quase não fecham mais negócios desta forma. 

Isso se dá porque o perfil do consumidor muda a cada nova geração que surge. Nesse sentido, há pouco tempo, falava-se muito da geração Millenium, que hoje está locando ou comprando o primeiro imóvel. Diferentemente de seus precursores, os Milleniuns estudaram mais, não largam seus smartphones, são muito conectados, mudam de cidade ou de país para trabalhar e desejam uma atenção diferenciada, ou seja, não querem mais ser atendidos pessoalmente ou falar ao telefone quando pretendem comprar algo. Se os Milleniuns já são diferentes, o que dizer da geração Z, que na próxima década estará procurando o primeiro imóvel? 

Os representantes da geração Z já nasceram, praticamente, com tablets nas mãos. São muito desapegados, embora exibam um grau de maturidade respeitável. Eles, geralmente, não possuem uma conta de e-mail e são heavy users das redes sociais. São autônomos, mudam de emprego com frequência e preferem experiências a acumular coisas. Inclusive, já existem pesquisas que apontam que estes jovens não almejam um imóvel próprio. 

E se a nova geração não sonha com a casa própria, quem serão os nossos clientes nas futuras operações de compra? Os investidores. Ou seja, venderemos para o investidor e alugaremos para o morador. Isso é uma tendência. 

Novas tecnologias

Muitas novas tecnologias já surgiram ao redor do mundo e em breve chegarão ao Brasil, assim como muitas outras irão nascer em um curto espaço de tempo. É importante sermos capazes de nos adaptar a essas tecnologias. Um exemplo que gosto de dar vem do mercado financeiro. 

O sistema financeiro está mudando drasticamente com o aparecimento das criptomoedas, e isso, certamente, vai impactar no mercado imobiliário, tanto no que se refere às formas de pagamento como em relação aos contratos. Atualmente, os contratos mais seguros são realizados em Blockchains, pois não são passíveis de fraudes. Em breve, esta metodologia poderá ser utilizada no mercado imobiliário brasileiro. 

Além disso, já contamos com a inteligência artificial em todos os setores da economia. Já existe modelo de avaliação de imóvel que utiliza a ferramenta, como algoritmos estatísticos. Sem falar em impressão 3D e em realidade virtual e aumentada, que também impactarão o mercado imobiliário, certamente. 

Também não é mais possível atender os clientes como fazíamos até pouco tempo atrás. É preciso personalizar o atendimento. E as novas tecnologias, como o chatbot, que já utiliza inteligência artificial, estão aí para ajudar neste processo.

Enfim, com toda essa evolução, temos que estar atentos e trazer essas mudanças para o setor, principalmente para dentro das imobiliárias. Nesse sentido, algumas medidas serão imprescindíveis:

1. Especializar-se - quanto mais especialista for no negócio, menor o risco de ser substituído. Especialização é saudável para negócio durar;

2. Atender com qualidade – diferencie-se pelo atendimento, pois a automação vai acabar com o atendimento massificado;

3. Usar tecnologia - escolha bem a tecnologia e empregue-a. Mantenha-se atualizado e preste atenção em quem é seu cliente e o que eles utilizam no dia a dia; 

4. Por fim, mude a forma de trabalhar. 

Você pode e deve inovar! 

Fonte: Guilherme Ribeiro - Professor, consultor e ministra treinamentos para o mercado imobiliário. 

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