O Brasil registrou a segunda maior alta no preço de imóveis residenciais no ano passado, em uma lista de 23 países monitorados pela revista “The Economist''.
As moradias ficaram 12,8% mais caras em 2013, um aumento que só fica atrás ao dos Estados Unidos (13,6%).
Os preços no Brasil subiram mais do que, por exemplo, em Hong Kong e na China, onde, segundo a revista, há risco de bolha por causa dos baixos níveis de ocupação registrados recentemente.
Apesar de terem a segunda maior alta entre os países listados, os preços de residências no Brasil estão aumentando menos do que em anos anteriores.
Uma da Fipe-Zap constatou que houve um reajuste médio de 12,7% no preço do metro quadrado em sete capitais no ano passado – mais brando, portanto, do que em 2012.
Diferentemente do que ocorre no Brasil, nos EUA, o primeiro país da lista na pesquisa da “Economist'', a alta de 2013 veio após uma forte queda verificada em anos anteriores.
Em 2012, por exemplo, o preço da moradia nos EUA caiu 5,9%. Com isso, o país acumula um aumento de apenas 11,3% desde 2010. No mesmo período, o Brasil registrou um reajuste de 67% – o mais alto entre os países listados. Hong Kong ficou em segundo (56,5%), muito à frente do terceiro, a Alemanha, com 19,7%.
Com exceção da Alemanha, nos países ricos os preços acumularam queda no período, ou uma alta muito pequena. Desde 2010, os imóveis residenciais caíram na Irlanda (-21,6%), Espanha (-19,5%), Holanda (-15%), Itália e Japão (-7,2% cada), entre outros. Tiveram leve alta no Reino Unido (3,9%) e na França (2,9%).
Metodologia
A pesquisa da revista The Economist deve ser vista com cautela porque ela não converte os preços para uma mesma moeda nem desconta a inflação de cada país. No Brasil, houve queda do real em 2013, de modo que a variação dos preços em dólar foi certamente menor, ou mesmo negativa.
Desse modo, a pesquisa não serve, por exemplo, para investidores internacionais que estão em dúvida se compram imóvel no Brasil ou em outro país.
Por não descontar a inflação, também não dá conta de explicar quanto, em cada local analisado, os imóveis subiram em comparação com o preço de outros bens.
Ainda assim, serve para dar uma ideia da diferença de tendência de preço de imóveis em vários países, do ponto de vista da população local. Por exemplo, os italianos estão hoje pagando menos pelos imóveis do que há um ano, enquanto os brasileiros e americanos estão pagando mais.
Alguns leitores disseram, ainda, que este texto comparou dados da FipeZap com índices de outros países. Não. Conforme está claro no gráfico, a fonte dos dados citados na comparação internacional é uma só: a revista The Economist, que monitora os preços de imóveis desses países.
A Fipe-Zap é uma outra pesquisa, separada, sem comparação internacional, que citei neste texto como informação complementar porque foi divulgada hoje (6) e aponta uma desaceleração nos preços.
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