Uma tela temporária cobre desde esta quarta-feira (4) o
arranha-céu de Londres que nos últimos dias provocou danos em veículos e
comércios pelos raios solares que refletem em suas vidraças.
O particular desenho côncavo da fachada do edifício de 37
andares, na fase final de sua construção, faz com que a luz se concentre em
alguns pontos de ruas divisórias e provocou um pequeno incêndio em uma
barbearia, além de derreter o espelho retrovisor de um Jaguar que estava
estacionado próximo ao local, entre outros problemas.
A construtora Land Securities, que constrói o arranha-céu
apelidado de "Walkie Talkie", se comprometeu a ressarcir os consertos
necessários, assim como a avaliar de novo seu projeto arquitetônico para evitar
que continue ocorrendo esses problemas.
"Entramos em
contato com os comerciantes da zona para informar sobre as medidas que serão
tomadas e contamos com seus comentários para decidir o curso de ação
necessária", assinalou um porta-voz da companhia.
A empresa disse que
falou com Martin Lindsay, o motorista de um Jaguar que afirmou que os reflexos
do arranha-céu danificaram seu automóvel, e afirmou que "como gesto de boa
vontade" cobrirá "os custos da reparação".
Como medida
provisória, além disso, a Land Securities construiu uma grande tela temporária
para evitar que os raios do sol continuem refletindo nas vidraças do
arranha-céu.
Como foi que um arranha-céus 'derreteu' um carro?
É como atear fogo com um refletor parabólico.
"É uma questão de reflexo. Se um prédio é curvilíneo e
tem várias janelas planas, que funcionam como espelhos, os reflexos se
convergem em um ponto, focando e concentrando a luz," diz Chris Shepherd,
do Instituto de Física de Londres.
O edifício de 37 andares, ainda em construção, é de fato um
prédio curvilíneo. Seu design, que já foi comparado à um copo de cerveja cheio,
já provocou controvérsias antes.
O carro, um Jaguar, estava estacionado em uma rua próxima ao
prédio, exatamente no ponto atingido por um foco de luzes refletidas.
O carro não foi o único que sofreu estrago. Houve também
relatos de um banco de bicicleta derretido, de tecido queimado e de uma pintura
empolada.
A empresa Land Securities, responsável pela construção do
arranha-céus em parceria com o Canary Wharf Group, diz que está procurando uma
solução para o problema, e que tomou a medida de emergência de fechar os
estacionamentos localizados onde a luz é refletida.
Eles disseram que o problema é um fenômeno causado pela
posição atual do sol. Acredita-se que o sol permaneça nessa posição por duas
horas por dia e que possa causar problemas pelas próximas duas ou três semanas.
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