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domingo, 22 de janeiro de 2012

Cidades turísticas da Bahia optam por abrigar sede da prefeitura em hotéis e pousadas

Há poucos dias, o prefeito da cidade de Prado, no extremo sul da Bahia, Jonga Amaral (PCdoB), se viu às voltas com uma polêmica que tinha como pano de fundo o prédio que abriga a prefeitura municipal. Trata-se de um antigo hotel, composto por dois pavimentos e 36 apartamentos que foram transformados em salas, a um custo de R$ 10 mil mensais. Entretanto, a opção por esse tipo de local não parece ser exclusividade da administração de Prado.

Pelo menos outras duas cidades da região também escolheram, não hotéis, mas pousadas para ancorar a prefeitura. A justificativa, repetida pelos demais gestores, foi apresentada pelo próprio Amaral.

“Se nós fossemos um município com aptidão para a agricultura, teríamos a oportunidade de alugar galpões. Mas nossa vocação é turística, então o que temos à disposição no mercado para atender a uma estrutura maior, com nove secretarias, como a nossa, é esse tipo de imóvel, mais voltado à atividade turística”, explica.

De fato, Prado embora não seja um município rico, é um dos principais pólos turísticos da Bahia, localizado na Costa das Baleias. Possui belas praias, hotéis e pousadas, que convidam ao lazer.

Segundo ele, a prefeitura não tem condições financeiras para construir uma sede própria. Aliás, antes de se transferir para o hotel, o município já tinha parte da sua estrutura funcionando em uma pousada, como acontece nas cidades vizinhas de Nova Viçosa e Mucuri.

Américo Grisso Júnior, chefe de gabinete da Prefeitura de Nova Viçosa, diz que ao iniciar o mandato, há sete anos, o prefeito Paulo Alexandre Matos (PDT) encontrou o gabinete estabelecido em outra pousada, porém, pequena e afastada do centro. Decidiu então mudar de endereço, optando por outra maior, mas bem centralizada, que comportasse todas as secretarias.

O mesmo ocorreu em Mucuri, como informa o também chefe de gabinete Renato Lopes Lage. Lá, porém, segundo ele, o prefeito Carlos Robson Rodrigues busca na Justiça a posse de um terreno, onde deverá ser erguida sede oficial da prefeitura.

A celeuma criada em Prado, e que Jonga Amaral atribui à intriga da oposição em ano eleitoral, deveu-se ao valor do aluguel, e ao fato de o proprietário do hotel ter optado por fechar o empreendimento para alugar o prédio.

“Não tenho nenhuma relação com o proprietário. Firmamos um acordo comercial, muito mais vantajoso para o município, que gastava mais com vários aluguéis, contas de água, luz, transporte de servidores, entre outras despesas. Agora temos tudo em um único espaço. Até a máquina copiadora é única e atende a todas as secretarias”, destaca, acrescentando que o munícipe, ao dirigir-se à prefeitura, pode falar não só com o prefeito, mas com todos os secretários e resolver todas as suas pendências num mesmo lugar.

Sobre a grande piscina, com 555m2, abastecida com 327 mil litros de água, que já serviu de fonte de lazer para antigos hóspedes, hoje, assegura o prefeito, é utilizada apenas por jovens e idosos atendidos por programas médicos e sociais da prefeitura.

As suítes abrigam as secretarias e, em uma das primeiras salas, próximo ao local onde funcionava a recepção do hotel, fica o gabinete de Jonga Amaral.

No início, há cerca de três anos, quando da mudança de endereço, admitem alguns servidores, havia muito questionamento por parte da população. Um exemplo é dona Cleonice Dias da Silva, ela entende que a prefeitura poderia procurar uma local mais barato e reverter parte do dinheiro do aluguel atual em benefício da cidade.

Por outro lado, o funcionário da Embasa (Companhia de Águas e Esgoto da Bahia), Flávio Santos aprova a comodidade. “Para mim está ótimo. Fica perto de minha casa e do trabalho. Quando quero resolver algo, faço tudo lá mesmo e rápido”, afirma.

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