Não é só no campo filosófico que o aforismo de Sócrates
‘Conhece-te a ti mesmo’ se aplica. Para escolher um imóvel, por exemplo,
precisa conhecer as suas necessidades antes de partir à busca. De acordo com
Luiz Fernando Moura, diretor da Associação Brasileira de Incorporadoras
Imobiliárias (Abrainc), o interessado pela aquisição do imóvel deve mapear a
moradia ideal para ele respondendo a algumas questões. Como exemplo, ele
destaca analisar se o lugar escolhido vai suprir as suas necessidades a médio e
longo prazos.
Para ajudar o comprador nesta busca, a Abrainc selecionou
dez caminhos que o ajudarão a chegar à moradia perfeita.
1) Quer pagar quanto? Limitar o valor da aquisição do imóvel
é o ponto de partida. Analise sua renda com a do cônjuge (se houver) e liste os
gastos atuais. Se há alguma economia guardada, ela poderá ser utilizada como
entrada no imóvel. Quanto maior for a entrada, menores serão as prestações.
Lembre-se: o valor tem de estar dentro dos padrões da família para não haver
apertos ou riscos de inadimplência. O ideal é que as prestações não ultrapassem
30% da renda familiar.
2) Localização – Pense na sua rotina e reveja quais
caminhos, acessos e meios de transportes públicos você mais utiliza para ir ao
trabalho, por exemplo. Escolher um imóvel próximo a diversas rodovias, grandes
avenidas, ou terminais de ônibus e estações de metrô ou trem podem ajudá-lo em
seu deslocamento e a economizar com transporte ou combustível.
3) 1, 2 ou mais? Escolher o imóvel pela quantidade de
quartos é essencial, principalmente se a compra da casa estiver planejada para
moradia de longo prazo. É importante saber que o imóvel tem de atender as
necessidades de todos os moradores, incluindo um possível aumento da família,
com o nascimento de filhos, ou para receber visitas em casa.
4) De carro ou moto – Se você possui veículo próprio,
verifique se há vaga na garagem e se há como alugar uma nova vaga, caso você
possua mais de um automóvel. Algumas construtoras têm lançado empreendimentos
em que o morador divide o uso de carros, motos e bicicletas.
5) Vai ter churrasco? Se você é do tipo que adora promover
encontros e festas a familiares e amigos em um ambiente reservado, hoje, há
moradias com varandas gourmets, churrasqueiras e salões de festas.
6) Lazer – Normalmente, casais com crianças ou que planejam
ter filhos num futuro próximo optam por espaços onde a brincadeira é certa.
Analise se a sua nova moradia precisa ter quintal, brinquedoteca, salão de
jogos, playground, quadra para esportes ou piscina.
7) E o meu bicho de estimação? Chamados de pet care, alguns
condomínios de casa ou apartamento têm investido em espaços pets para que seus
moradores tenham mais tranquilidade no cuidado com os bichinhos de estimação.
8) Comércio e serviços – Verificar o comércio e a rede de
serviços no entorno da nova residência é outro ponto essencial. Pesquise quais
escolas, hospitais, farmácias, mercados, padarias e feiras livres há próximo ao
local que pretende morar.
9) Em forma – Primor pela saúde e pelo bem-estar são
essenciais para a tão almejada qualidade de vida, que esbarra na prática de
exercícios físicos. Além do custo-benefício, escolher morar em um local onde há
academia, é um incentivo para quem não gosta desse ambiente e busca por conforto
e segurança na realização das atividades físicas.
10) Pesquisa de satisfação – Antes de fechar o negócio,
converse com alguns vizinhos do bairro, moradores do local e clientes das
incorporadoras. Peça para eles elegerem pontos positivos e negativos do empreendimento
e da localidade, como barulho, movimentação e segurança.
Casa de um dono só
Não se desespere caso queira comprar um imóvel para morar
sozinho. Principalmente nas regiões centrais das cidades, as incorporadoras
imobiliárias têm investido em empreendimentos menores destinados a pessoas que
preferem apostar em um imóvel próximo ao local de trabalho para evitar longas
horas de trânsito e abraçar a qualidade de vida. Em São Paulo, por exemplo,
meio milhão de residências têm apenas um morador, o que representa 14,10% do
total de moradia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), de 2010. Um crescimento de 59% desde o Censo em 2000.
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