Morar em um apartamento de um quarto, em geral, com sala, cozinha e tudo o
mais conjugado, exige compatibilidade de estilos e decisões firmes para evitar
desperdício de espaço.
O arquiteto José Ricardo Basiches destaca o perfil "descolado" desse tipo de
unidade. "A linguagem é jovem e alia sofisticação e modernidade", diz Basiches,
do escritório responsável pelo interior de um edifício da construtora Vitacon
com unidades de até 52 m².
"O público que procura um imóvel assim é mais arrojado, porque sabe que terá
o quarto grudado em uma sala, que é quase dentro da cozinha, e encara isso bem",
acrescenta a arquiteta Claudia Albertini.
Para o executivo Airton Lozano, foi uma questão de adaptação. Em junho deste
ano, ele saiu de um apartamento de 160 m² e foi para outro de 40 m², de um
quarto.
"Precisei voltar a ser solteiro e em um local menor", conta ele, que se mudou
para o imóvel na região da Vila Nova Conceição (zona sul) seis meses após a
compra.
Grande parte deste tempo foi para a reforma do espaço, que ganhou ar "clean",
com mescla de tons e o cuidado de não entulhar os cômodos preparando-os para
receber as filhas de Lozano.
"Um móvel cria uma divisão entre o quarto e a área para closet, com espaço
para a filha. Assim, cada um pode manter sua intimidade", diz Andrea Parreira,
arquiteta responsável pelo projeto.
RACIONALIDADE
Com o metro quadrado tão valioso, é fundamental ser racional e criativo ao
planejar um apartamento compacto.
Recorrer à marcenaria é uma alternativa para "fazer tudo se encaixar". "O
interior é personalizado, cada canto é aproveitado para deixar a circulação
livre", diz a arquiteta Albertini.
O truque dos móveis transformáveis e multifuncionais ajuda a liberar espaço e
criar áreas de armazenamento.
Nessa linha, o arquiteto Robert Robl aconselha recorrer a um sofá de até 90
cm de profundidade. Quando não der para ter um, a cama pode ser "maquiada" com
capas e almofadas, ganhando cara de assento.
Na área da cozinha, a tecnologia ajuda. Segundo Albertini, há fornos com
função micro-ondas e depuradores de ar que se retraem quando não usados.
A integração entre os ambientes também é essencial nesta configuração. "Não
existe mais isso de compartimentar", diz José Ricardo Basiches.
Por isso, o piso deve ser de um único modelo para todo o apartamento e,
preferencialmente, em cores claras, porque elas aumentam a sensação de
amplitude.
Paredes e estofados em tons neutros também ajudam a ampliar o espaço. "Mas é
preciso tomar cuidado para não ficar tudo muito branco e perder o aconchego",
alerta Basiches.
A dica é mesclar tons claros e introduzir cores mais fortes, que "aquecem o
ambiente". Para ter esse resultado de forma bem dosada, acessórios como
almofadas e luminárias e estantes são opção.
Fonte: Janais Fernandes com colaboração de Daniel Vasques / Folha de São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário