Apartamentos para um público jovem, solteiro e "descolado" que abre mão de
espaço para viver em uma região bem localizada.
É com esses argumentos que as incorporadoras buscam garantir compradores para
os imóveis de um dormitório, cada vez mais comuns e menores em São Paulo.
A estratégia tem dado certo, já que as vendas crescem. O "público jovem",
porém, deverá entrar no imóvel como inquilino em boa parte dos casos, não como
comprador.
Nos apartamentos que ficam em áreas nobres, centros financeiros e que têm
metro quadrado mais caro --acima de R$ 10 mil--, a presença de investidores
chega a 80% do total, mesmo que haja limite de venda de imóveis por comprador
para diluir o risco de inadimplência.
Antônio Guedes, vice-presidente de incorporação da PDG, diz que um dos
produtos da empresa, no Brooklin (zona sul), teve esse percentual de unidades de
um quarto vendidas a investidores.
No caso de um empreendimento da Stan, na mesma região, a "grande maioria" foi
parar na mão de investidores, afirma André Neuding, sócio-diretor da empresa. O
objetivo deles é ter renda mensal de pelo menos 0,6% do valor do imóvel com
aluguel.
Com os juros em um dos níveis mais baixos da história, pequenos imóveis e
antes salas comerciais viraram nicho de investidores, porque têm preço final
menor para venda e são locados mais facilmente que os maiores.
Para Eduardo Muszkat, diretor-executivo da incorporadora You, solteiros e
quem vem de outra cidade estudar e trabalhar são um público-alvo desse tipo de
imóvel. "Há médicos que vêm fazer residência e pessoas que moram com os pais e
que querem viver sozinhas", diz.
Com a demanda grande, a incorporadora Marques decidiu entrar no segmento.
"Tinha investidor querendo cinco unidades de uma vez, mas limitamos a venda a
duas", conta Vitor Marques, gerente da empresa.
Segundo ele, sem a limitação, praticamente as 76 unidades do prédio seriam
compradas por investidores, índice que ultrapassou os 70%.
Fonte: Daniel Vasques, Folha de São Paulo
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