Apesar do certo ar de interior na maioria delas, é preciso distinguir as casas de vila de acordo com o padrão, segundo a urbanista Lucila Lacreta, diretora do movimento Defenda São Paulo.
"Há algumas chiquérrimas e mais novas nos Jardins, outras mais antigas e de classe média no Cambuci, Ipiranga, Pinheiros e Lapa, e algumas mais simples na periferia."
De acordo com Lacreta, em geral, as casas de vila são mais valorizadas que residências que ficam no entorno. O motivo é que propiciam maior qualidade de vida, por serem mais isoladas do barulho da rua, terem garagens coletivas e permitirem que as crianças brinquem mais à vontade.
Não é qualquer rua que pode ser fechada e se tornar uma vila, porém. Segundo a urbanista, é preciso que a via não tenha saída, o que pressupõe que apenas os moradores precisarão utilizar o local.
Em 2008, Cristiano Verardo, 38, criou, com a mulher, Milena, 33, o site Casas de Vila (www.casasdevila.com.br), para funcionar como uma imobiliária virtual com foco nesse segmento.
Para entrar nesse nicho, Verardo mapeou as vilas da cidade. Até agora, ele diz ter encontrado cerca de 900.
"Eu ia de bicicleta, saía a pé ou de carro e ia mapeando todas as vilas de São Paulo, na mão. Então, comecei a mandar mala-direta e a me apresentar", conta.
Segundo Verardo, muita gente que procura esse tipo de imóvel, hoje, tem a intenção de reformá-lo ou "colocá-lo abaixo". Esse público, que muda a cara do imóvel, é formado por casais jovens sem filhos. Ou casais que já esvaziaram seu ninho e querem voltar a morar em uma casa. Na locação, destacam-se os solteiros.
Ainda assim, a maior parte das casas é ocupada por quem tem mais de 70 anos.
Segundo Verardo, as casas de vila custam até 30% mais que uma similar na rua.
"Damos um valor para o bem, mas quem decide o preço final é o vendedor."
Segundo o empresário, a documentação para a venda costuma ser um ponto crítico, que chega a interromper alguns negócios: "Todo mundo se encanta pela casa, mas a parte da documentação é muito chata."
Fonte: Marina Gurgel Prado para Folha de São Paulo
Fonte: Marina Gurgel Prado para Folha de São Paulo
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