Um condomínio de luxo de São Paulo e um prédio de escritórios vizinho jogam fora, todos os dias, a água retirada de um lençol freático que fica sob os empreendimentos.
O filete de água sai quase continuamente de tubulações dos prédios e escorre pela sarjeta até chegar a uma boca de lobo. Os imóveis ficam na rua Frei Caneca (região central).
O problema ocorre porque, ao erguer a garagem subterrânea, a construção atingiu o lençol freático -um fenômeno comum na cidade, dizem especialistas, e que gera um desperdício não calculado de água.
O que mina do subsolo das edificações está sendo canalizado para a rua. Segundo a Toledo Ferrari, construtora responsável pelo condomínio e pelo prédio de escritórios, o ideal seria jogar essa água em uma galeria pluvial, mas não havia nenhuma ali. A solução foi levá-la até a sarjeta.
A prática não é ilegal, porém: não há lei que impeça o construtor de descartar a água.
Aproveitá-la exige autorização do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão estadual que decide sobre a retirada de água subterrânea.
Outro empecilho, segundo especialistas, é o custo, que encareceria o empreendimento.
Como a água é limpa, seria possível reaproveitá-la para descarga, para regar jardins ou limpar o quintal, diz.
Essa prática é cada vez mais comum, por exemplo, em prédios comerciais.
"É um absurdo esse desperdício. Nunca vi coisa igual", afirma a aposentada Neusa Viana, 73, moradora do condomínio Paulista Home Resort, entregue em 2011, com três torres de 28 andares.
Diretora de outorga de recursos hídricos do Daee, Leila de Carvalho Gomes afirma que "jogar fora" é impreciso, uma vez que a água vai parar no rio e, assim, cumprir seu ciclo hidrológico.
O que falta, diz, é conscientização para reaproveitar essa água de maneira correta.
No caso da Grande São Paulo, porém, toda a água que vai parar nas ruas é levada, por meio das bocas de lobo, até o rio Tietê, que é poluído -com isso, seu uso é inviabilizado
No Estado de São Paulo, quase 75% dos municípios são abastecidos, pelo menos em parte, por águas retiradas de seu subsolo. Isso representa o abastecimento de uma população de aproximadamente 5,5 milhões de pessoas.
Em todo o Brasil, 2.153 cidades (39% do total de municípios) estão nessa mesma situação, de acordo com ANA (Agência Nacional de Águas), órgão vinculado ao governo federal para gestão dos recursos hídricos brasileiros.
O filete de água sai quase continuamente de tubulações dos prédios e escorre pela sarjeta até chegar a uma boca de lobo. Os imóveis ficam na rua Frei Caneca (região central).
O problema ocorre porque, ao erguer a garagem subterrânea, a construção atingiu o lençol freático -um fenômeno comum na cidade, dizem especialistas, e que gera um desperdício não calculado de água.
O que mina do subsolo das edificações está sendo canalizado para a rua. Segundo a Toledo Ferrari, construtora responsável pelo condomínio e pelo prédio de escritórios, o ideal seria jogar essa água em uma galeria pluvial, mas não havia nenhuma ali. A solução foi levá-la até a sarjeta.
A prática não é ilegal, porém: não há lei que impeça o construtor de descartar a água.
Aproveitá-la exige autorização do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão estadual que decide sobre a retirada de água subterrânea.
Outro empecilho, segundo especialistas, é o custo, que encareceria o empreendimento.
Como a água é limpa, seria possível reaproveitá-la para descarga, para regar jardins ou limpar o quintal, diz.
Essa prática é cada vez mais comum, por exemplo, em prédios comerciais.
"É um absurdo esse desperdício. Nunca vi coisa igual", afirma a aposentada Neusa Viana, 73, moradora do condomínio Paulista Home Resort, entregue em 2011, com três torres de 28 andares.
Diretora de outorga de recursos hídricos do Daee, Leila de Carvalho Gomes afirma que "jogar fora" é impreciso, uma vez que a água vai parar no rio e, assim, cumprir seu ciclo hidrológico.
O que falta, diz, é conscientização para reaproveitar essa água de maneira correta.
No caso da Grande São Paulo, porém, toda a água que vai parar nas ruas é levada, por meio das bocas de lobo, até o rio Tietê, que é poluído -com isso, seu uso é inviabilizado
No Estado de São Paulo, quase 75% dos municípios são abastecidos, pelo menos em parte, por águas retiradas de seu subsolo. Isso representa o abastecimento de uma população de aproximadamente 5,5 milhões de pessoas.
Em todo o Brasil, 2.153 cidades (39% do total de municípios) estão nessa mesma situação, de acordo com ANA (Agência Nacional de Águas), órgão vinculado ao governo federal para gestão dos recursos hídricos brasileiros.
Fonte: Folha de São Paulo - Ricardo Gallo e Eduardo Geraque
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