SÃO PAULO - Falta cimento no mercado. É o que dizem os construtores, os varejistas e os consumidores, embora os fabricantes do produto neguem. Todos estão de acordo, no entanto, que desde 2006 a demanda pelo material tem crescido gradativamente, puxada pelo aquecimento do mercado imobiliário e pelo aumento da renda da população - que tem se animado a construir ou encarar reformas para ampliar a casa.Com o produto escasso e a procura alta, vale a lei de que os preços sobem. No acumulado de 12 meses até agosto, segundo dados da Associação Nacional dos Comerciantes de Materiais de Construção (Anamaco), o consumo do produto cresceu 12% no volume físico, em relação a 2007. O preço, por sua vez, aumentou 28,7% no mesmo período, de acordo com levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP). "Num país que diz que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é de 6%, estamos com produtos básicos subindo acima de 25%. É uma brutalidade esse aumento de preços na construção, num momento de aquecimento do setor. E é claro que aumentos desse nível vão trazer inúmeros problemas", disse Sérgio Watanabe, presidente do Sinduscon-SP.Há cerca de três semanas, duas fábricas da Votorantim Cimentos - uma em Itaú de Minas (MG) e outra em Santa Helena (SP) - tiveram a produção parcialmente paralisada para manutenção de equipamentos. Na segunda-feira passada (dia 22), as fábricas voltaram a funcionar normalmente, segundo a empresa. Mas a redução no ritmo de fabricação do produto ao longo de quase duas semanas preocupou o mercado e pressionou ainda mais os preços.
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo
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