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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Itaquerão celebra aniversário com 38% das obras concluídas

Os operários da Odebrecht têm muitos motivos para comemorar, nesta quarta-feira, o aniversário de um ano da obra do Itaquerão, que chega a 38% do previsto na planilha de engenharia, montada em 2011. A festa será entre os 1.800 operários, que se dividem em três turnos para manter o trabalho em dia. Mas, fora do canteiro das vigas, o momento é de expectativa quanto a uma ação civil que pede o pagamento de R$ 42 milhões de imposto sobre serviços, supostamente devidos pela construtora.

A ação civil patrocinada pelo MP pede também multa a todos os envolvidos, no valor de R$ 1,74 bi.

O dinheiro a ser gasto na construção deve passar de R$ 1 bilhão, porque as obras temporárias da Fifa (restaurantes, elevadores, assentos móveis etc) não constam no orçamento fixo de R$ 820 milhões. Há ainda o problema das contrapartidas sociais do Corinthians, fechadas em R$ 12 milhões, com correção monetária. Dois promotores do Estado e um procurador da República investigam o processo todo.

Na véspera da festa, o gerente da obra, Frederico Barbosa, falou sobre a importância da obra em sua rotina:

“Jamais imaginei participar de um empreendimento tão significativo, com presença constante da imprensa, dos torcedores, dos órgãos públicos, enfim, de toda a comunidade envolvida, o que constitui mais um desafio”, disse o engenheiro, sem entrar no mérito da captação dos recursos para o projeto.

Até porque, dinheiro não é assunto do canteiro de obras do Itaquerão. Nos dois últimos dias, por exemplo, os temas que rechearam as conversas dos técnicos eram outros: o rigoroso trabalho para cumprir as metas do cronograma e o tamanho dos três bolos de aniversário, que serão cortados no início de cada turno de trabalho.

O projeto do bolo deve encantar os trabalhadores: em miniatura, a obra culinária tem as mesmas proporções do gramado do futuro estádio de abertura da Copa 2014.

“O campo mede 105m x 68m. O bolo mede 1,05m x 0,68cm”, informou a assessoria da Odebrecht. “Haverá três bolos com desenho do gramado, um para cada turno, e o primeiro será cortado às 7h da manhã.”

Ciência no gramado e na iluminação

Sobre o gramado real que ocupará o campo, duas pessoas são as mais entusiasmadas: o vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosenberg, e o arquiteto Aníbal Coutinho, autor do projeto da arena.

“Não teremos o melhor estádio do mundo porque o melhor custa entre R$ 2 bi e R$ 3 bi. O nosso será um dos melhores, com um gramado de nível internacional e uma iluminação que deixará a noite com luz do dia”, anuncia Coutinho, em conversa por telefone.

Rosenberg tem mais detalhes do gramado, que chamou de "estado de arte de um campo de futebol":

“A grama já está sendo desenvolvida. Técnicos de uma empresa irlandesa, que serve de consultora da Fifa, pesquisam a reação de várias mudas. O gramado vai nos custar cerca de R$ 9 milhões, e temos apenas R$ 5 milhões no orçamento. Vamos atrás do dinheiro que falta, cortaremos custos de outros pontos do projeto” detalha Rosenberg.

O foco da emoção do arquiteto e do vice-presidente do Corinthians é o sistema de manutenção do gramado, baseado em sensores de última geração que identificam qual raiz de grama está seca, quente ou úmida.

“Temos um viveiro com gramados do Alasca (EUA), Rússia, Brasil, uma mostra mundial. Essas mudas já estão em Itaquera. O estudo é para identificarmos qual delas terá uma melhor adaptação ao solo local”, justifica Rosenberg.

E a fixação das raízes?

“Parece um interlace de cabelos”, continua Rosenberg. “Há uma costura que impede a ruptura da raiz no momento de um carrinho ou lance mais brusco dos jogadores”.

Drenagem aspirada

O estado de arte atinge a tubulação de drenagem que aspira a água por baixo da terra. Os tubos serão instalados no sentido das traves a cada cinco ou seis metros. “Os sensores térmicos identificam qual parte da grama está seca ou aquecida”, revela Rosenberg, sem demonstrar muita preocupação com o orçamento.

“Haverá estouro no orçamento, sim”, afirma o vice-presidente corintiano. “ As obras provisórias da Fifa não estão no contrato, mas temos que viabilizar esses ajustes no decorrer do projeto. O Corinthians merece o seu monumento. Vivemos 100 anos sem casa. Chegou a nossa hora”, define o dirigente do clube.

“Gastaremos R$ 27 milhões com ar condicionado”, comenta Coutinho. “Ar condicionado diminui o vandalismo em todos lugares públicos, de metrô a banheiros de shoppings. Então, para diminuir o custo de manutenção, usaremos ar condicionado até nos banheiros”.

Nesta quarta-feira, a juíza da 2ª. Vara da Fazenda Pública em São Paulo negou a liminar que pedia o pagamento imediato dos R$ 42 milhões, referentes a imposto sobre serviços, supostamente devidos pela construtora Odebrecht.

LINHA DO TEMPO DA OBRA

Obra em Itaquera vai da terraplanagem à montagem das arquibancadas em 12 meses


O INÍCIO - 30 de maio de 2011
Tem início a terraplanagem no terreno de Itaquera. Nos meses seguintes, com 115 trabalhadores mobilizados e aproximadamente 60 equipamentos, os trabalhos de terraplanagem foram executados junto com a construção do muro de fechamento em torno do canteiro. Também foram realizados levantamentos topográficos da área de implantação do estádio.






FINCADA A PRIMEIRA ESTACA - Julho e agosto de 2011
Engenheiros cravam da primeira à 100ª estaca da fundação da arena. Com 330 trabalhadores, as principais frentes de trabalho são as de terraplenagem e de execução das fundações, com a utilização de 105 equipamentos.

AS PRIMEIRAS PILASTRAS - Setembro de 2011
Instalação das primeiras colunas da estrutura da arquibancada do estádio, que fazem parte do edifício leste. São mobilizados cerca de 400 trabalhadores e 100 equipamentos no canteiro. São abertas as inscrições para um programa da Odebrecht de qualificação de profissionais para o trabalho na construção civil.




CAMPO DEMARCADO - Outubro de 2011

É demarcada a área do futuro gramado da arena. Além de prosseguirem com os serviços de terraplanagem, são realizadas a drenagem e montagem da fábrica de pré-moldados na área do futuro estacionamento leste.

TURNO NOTURNO - Janeiro de 2012
A construtora Odebrecht inicia a jornada de terceiro turno de trabalho na obra, com uma nova equipe que trabalha das 20h às 5h30. A obra, que contava com 119 equipamentos e mais de 1.000 trabalhadores, avança quase 23%. É iniciada a instalação de pilares no edifício oeste.


MONTAGEM DAS ARQUIBANCADAS - Março de 2012
Um simulador de direção é instalado no canteiro de obras do estádio do Corinthians para aprimoramento na condução dos veículos da obra (mais de 50 caminhões e guindastes). Executados mais de 569 blocos de concreto, erguidos 140 pilares, assentados 388 degraus e instaladas 96 vigas jacaré. A obra conta com 145 equipamentos e avança quase 30%.

TRANSPOSIÇÃO DOS DUTOS DA TRANSPETRO - Abril de 2012
São finalizados os trabalhos de relocação dos dutos da Transpetro, subsidiária da Petrobras, que passam pelo terreno onde a arena é erguid. Também são retiradas as tubulações antigas, o que permite à construtora executar serviços na faixa de terreno em que estavam instaladas as tubulações. De acordo com a Odebrecht, os trabalhos de relocação e de retirada das linhas antigas não afetaram o cronograma da obra.


CRAVADA A ÚLTIMA ESTACA - Maio de 2012
É cravada a última estaca, além de executados outros serviços, como um muro de contenção entre o edifício oeste e um dos estacionamentos a céu aberto, a instalação de pilares, das vigas jacaré, das lajes e dos degraus (nas arquibancadas sul e leste). Estão em fase final as obras dos dois túneis que servirão de saídas de emergência no dias de jogos e shows, bem como da galeria subterrânea de serviço. O avanço da obra registra 38% de avanço, com arquibancada inferior do setor leste concluída e a superior em fase de conclusão. Também está avançando as obras do edifício oeste com a colocação das lajes no quarto pavimento dos 11 que serão instalados.

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