O Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de
Consumo (Ibedec) elaborou uma guia com dicas para quem pretende comprar imóveis
em feirões, como o que a Caixa Econômica Federal realiza de sexta (2) até 25 de
maio em 13 cidades.
A primeira dica é pesquisar o preço. É preciso avaliar
outros imóveis à venda no mesmo prédio ou conjunto habitacional para saber o
valor de mercado. Também vale pesquisar em imobiliárias e com corretores o
preço médio do metro quadrado na região.
Outra orientação é pesquisar juros e fazer simulações em
todos bancos para encontrar a melhor taxa. O Ibedec lembra que a taxa de juros
varia conforme a renda, o valor do imóvel e o do financiamento. É importante
também ter atenção com o Custo Efetivo Total (CET), percentual que mostra
quanto o financiamento vai custar, incluindo todas as taxas administrativas e
os tributos cobrados pelo banco. “Nem sempre a menor taxa de juros é o melhor
negócio. Para ajudar na pesquisa, a internet é uma grande ferramenta, pois todos
os bancos tem simuladores online”, destaca o presidente do Ibedec, José Geraldo
Tardin, no guia com orientações para a compra da casa própria.
Segundo o Ibedec, quanto maior o prazo do contrato de
financiamento, maior será o pagamento de juros. Ao financiar um imóvel em 30
anos, será pago 4,5 vezes o valor de mercado do imóvel, entre juros, capital e
correção monetária. Ao financiar em 20 anos, será pago 3,5 vezes o valor de
mercado. Por isso, é recomendável financiar pelo menor prazo, de acordo com a
capacidade de pagamento.
Outra dica é evitar começar a pagar o financiamento meses
depois do fechamento do contrato. Isso porque serão cobrados juros por esse
período de carência.
O Ibedec destaca ainda que não é possível a nenhum vendedor
prometer a aprovação de financiamento, porque isso dependerá do preço do
imóvel, da renda, do valor da entrada e da situação cadastral do cliente. Se o
consumidor depender de financiamento para comprar o imóvel, a orientação é não
assinar nenhum documento antes de verificar se o crédito está aprovado.
Caso o vendedor insista em fazer um “pedido de reserva de
imóvel” ou peça para deixar um cheque caução, com a promessa de que se o
financiamento não for aprovado o negócio será desfeito sem qualquer custo, é
importante exigir esse compromisso por escrito.
O Ibedec orienta os consumidores a não comprar imóveis
ocupados, principalmente se, ao visitar o local, for identificado que o
ocupante não pretende sair. Segundo o Ibedec, o processo de retirada judicial é
demorado e pode até não acontecer. Além disso, haverá custas judiciais e
honorários de advogados caso seja preciso entrar na Justiça.
Também é importante fazer vistoria detalhada do imóvel antes
de fechar o negócio. O instituto também orienta a guardar todos os panfletos,
anúncios e textos feitos pelos vendedores, também para o caso de ter que provar
algum fato na Justiça, posteriormente. E tudo que for objeto da negociação deve
constar na proposta de compra, inclusive prazos, taxas de juros, metragem do
imóvel e outras despesas.
Se o imóvel a ser comprado já estiver pronto, verifique se não há dívidas pendentes, como
condomínio e Imposto Predial e
Territorial Urbano (IPTU). O instituto lembra ainda que há despesas extras ao
comprar um imóvel: escritura e Imposto de Transmissão de Bens Imóveis
Inter-Vivos (ITBI). Esses custos podem chegar a 3% do valor de mercado atual do
imóvel, segundo o Idebec.
O instituto também lembra que a contratação de despachante
imobiliário não é obrigatória. O próprio comprador pode fazer todos os
procedimentos burocráticos, o que toma tempo, mas a economia varia de R$ 500 a
R$ 1 mil.
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