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sábado, 30 de junho de 2012

A expansão da cidade - Os bairros que mais recebem imóveis novos em São Paulo

A cidade hoje se expande para bairros mais centrais e não necessariamente ricos em amplos terrenos

São Paulo – Os bairros campeões de lançamentos imobiliários dos primeiros cinco meses de 2012 diferem, em grande parte, daqueles que estavam no topo da lista no mesmo período do ano passado. Enquanto que regiões com grande oferta de terrenos e mesmo de alto padrão se destacavam em 2011 – como Morumbi (foto), Brooklin e Vila Nova Conceição – neste ano são os bairros mais adensados das Zonas Oeste e Sul, bem como os da Zona Leste próxima ao Centro que se destacam.

Levantamento da imobiliária Lopes feito a pedido de EXAME.com mostra os bairros da capital paulista que foram campeões de lançamentos em unidades de janeiro a maio de 2012. Na lista dos seis primeiros lugares - os mais significativos -, há representantes de todas as regiões, com lançamentos tanto da própria Lopes quanto de outras empresas. O levantamento levou em conta o Valor Geral de Vendas (VGV), métrica que considera a receita potencial que os empreendimentos lançados podem gerar. Veja abaixo para onde a cidade se expande:

1. Tatuapé
O bairro paulistano que mais se destaca em lançamentos neste início de ano é o Tatuapé, na Zona Leste, cujo Valor Geral de Vendas (VGV) é de 513 milhões de reais. Esse é quase o mesmo VGV do bairro campeão nos primeiros cinco meses do ano passado, o Morumbi, cujo valor lançado foi de 531 milhões de reais.

“O Morumbi sempre teve grande volume de lançamentos, mais terrenos e áreas menos exploradas. Mas também houve muitos lançamentos no ano passado, e o mercado não absorveu tudo. O Tatuapé, por sua vez, tinha projetos grandes, em terrenos igualmente grandes, que demoraram a ficar prontos, mas foram lançados neste ano”, diz Mirella Parpinelle, diretora de atendimento da Lopes.

Ela cita alguns empreendimentos lançados neste início de ano no Tatuapé: o You Metropolitan, empreendimento misto comercial e residencial, com apartamentos de um ou dois quartos; e o Helbor Boulevard Tatuapé (foto), prédio residencial com apartamentos de três quartos e 100 metros quadrados. Ambos, diz Mirella, são próximos ao metrô Tatuapé e ao shopping de mesmo nome, além de terem sido completamente vendidos no primeiro dia.


2. Perdizes
O segundo lugar ficou com o bairro de Perdizes, na Zona Oeste, com Valor Geral de Vendas de 455 milhões de reais. De janeiro a maio de 2011, o bairro sequer aparecia entre os dez campeões de lançamentos. Apesar de ser um bairro adensado, ainda há espaço para verticalizar. “É uma região de muitas casas de terrenos pequenos. Não há mais uma área mais nobre e uma menos nobre. Já existem prédios de excelente padrão em ruas onde só há casas e já estão sendo transformadas”, diz Mirella Parpinelle.

Segundo ela, o futuro comprador interessado em Perdizes vai também se interessar pela Barra Funda, que foi o nono bairro com mais lançamentos em valor de vendas deste início de ano. Próximo a Perdizes, Pinheiros também se destacou em lançamentos de janeiro a maio, com 241 milhões de reais em VGV, ficando na sétima posição. Mirella Parpinelle destacou a região da Faria Lima entre a Avenida Rebouças e o Largo da Batata, que vem sendo revitalizada. “As ruas paralelas à Faria Lima são ótimas para quem quer morar perto do trabalho, em um eixo maravilhoso, próximo à Avenida Paulista e à Marginal Pinheiros”, diz a diretora da Lopes.

3. Campo Belo
Em segundo lugar de janeiro a maio no ano passado, o bairro do Campo Belo, na Zona Sul, continua campeão em lançamentos, mas desta vez em terceiro lugar, com 375 milhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV). É um pouco menos do que seus 490 milhões de reais de 2011. De acordo com a diretora da Lopes, Mirella Parpinelle, esses lançamentos são reflexos da Operação Água Espraiada, projeto urbanístico e viário que visa a revitalizar a região. “Numa sequência, outro bairro beneficiado com lançamentos será o Brooklin”, observa Mirella.

Um exemplo de lançamento feito na região neste início de ano é o empreendimento de alto padrão Altto Campo Belo (foto), com apartamentos de 485 metros quadrados e cinco suítes, ou duplex de 838 metros quadrados.

4. Vila Mariana
Ainda na Zona Sul, a Vila Mariana vem em quarto lugar, com 328 milhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV). Ausente da lista dos campeões de lançamentos do ano passado, o bairro é rico em infraestrutura, ainda dispõe de bons e amplos terrenos para construção e tem perfil de classe média alta. Um dos exemplos de lançamentos é o d.o.t Ibirapuera Living (foto), parte residencial de um empreendimento misto localizado próximo ao parque homônimo, na altura da estação Ana Rosa do metrô. Os apartamentos são compactos e possuem um ou dois dormitórios.

A opção mais em conta à Vila Mariana, para a classe média de menor poder aquisitivo, é o bairro da Saúde, um pouco mais ao Sul, que agora passa por um período mais intenso de verticalização. No início deste ano, a Saúde foi a oitava colocada em lançamentos, com VGV de 190 milhões de reais.

5. Moóca
Outro representante da Zona Leste – mais para a região central de São Paulo, uma fronteira de expansão imobiliária – a Mooca vem em quinto lugar, com Valor Geral de Vendas (VGV) em 324 milhões de reais. No bairro, que ainda contava com grandes terrenos para venda, foi lançado, por exemplo, o empreendimento de médio padrão SP Mooca Urban Life (foto), com apartamentos de dois, três ou quatro dormitórios, variando de 65 a 117 metros quadrados. Segundo Mirella Parpinelle, bairros próximos que devem apresentar um bom número de lançamentos mais para frente são a Barra Funda e o Bráz.

6. Santana
O representante da Zona Norte na lista é o tradicional bairro de Santana, onde foram lançados 253 milhões de reais em Valor Geral de Vendas (VGV) nos primeiros cinco meses do ano. Segundo Mirella Parpinelle, Santana se assemelha a Perdizes por ser um bairro ainda de muitas casas e terrenos pequenos, o que dificulta um pouco a verticalização. “Santana é um bairro de grande desejo do morador da própria região. O público é bairrista e gosta de manter suas raízes”, observa a diretora da Lopes. Ela cita o lançamento do empreendimento Boreal Santana (foto), com apartamentos de quatro quartos ou três suítes, próximo à Bráz Leme, uma das vias principais do bairro.

Fonte: Exame

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Governo quer mais contratações na faixa 1 do "Minha Casa, Minha Vida"

Governo quer acelerar as contratações de imóveis voltados à faixa da população de renda mais baixa.

Belo Horizonte - O governo federal tem como prioridade, no âmbito do Programa "Minha Casa, Minha Vida", acelerar as contratações de imóveis voltados à faixa da população de renda mais baixa, cujo desempenho desde o lançamento do projeto está abaixo do esperado.

"Há uma obsessão para que as metas da faixa um sejam cumpridas", disse nesta quinta-feira a diretora de Infraestrutura Social do Ministério do Planejamento, Maria Fernanda Caldas, durante Encontro Nacional da Indústria da Construção, em Belo Horizonte.

"Vamos tomar todas as medidas necessárias para que a meta se realize", acrescentou ela, citando, entre as medidas, o incentivo a parcerias público-privadas. "O programa só vai dar resultado com parcerias." Desde que a primeira etapa do programa foi lançada, em 2009, foram contratadas cerca de 1,8 milhão de unidades, sendo quase 800 mil dentro da segunda fase do projeto, que prevê 2,6 milhões de moradias contratadas até 2014.

Deste montante, 60 por cento dos imóveis devem ser destinados a famílias com renda mensal de até três salários mínimos.

No resultado acumulado até agora, entretanto, a maior parcela de contratações ocorreu na faixa 2 -famílias com renda de três a seis salários mínimos-, 835,6 mil unidades, contra 706,5 mil na faixa mais baixa.

"Embora no acumulado (o resultado) esteja abaixo da meta, nossa leitura é favorável", disse Maria Fernanda. "Entre os desafios, acelerar as contratações na faixa 1 é prioridade." Entre os fatores que têm travado o avanço do programa para a população de baixíssima renda, o principal, citado por representantes do setor, é o descolamento dos custos de produção em relação aos valores estipulados pelo governo.

"A questão das cidades e dos valores tem sido o grande obstáculo... as mudanças são urgentes", afirmou o vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte, durante o Enic.

No mês passado, foi aprovado o aumento do valor comercial, de 75 mil para 85 mil reais, de imóveis a serem classificados como populares e, assim, entrarem no Regime Especial de Tributação (RET) da construção civil no âmbito do programa.

Em abril, o governo havia fixado em 25 mil reais o valor do subsídio a cada unidade habitacional em municípios com até 50 mil habitantes.

Segundo Maria Fernanda, a questão de novos ajustes está em debate. O governo pondera, contudo, "a necessidade de controlar o programa em nível nacional".

Ainda conforme ela, o governo irá liberar em um primeiro momento a contratação média de até 50 por cento acima do valor dos imóveis, de acordo com o tamanho do déficit habitacional de cada cidade.

"Será um aumento quase automático de 50 por cento, respeitando o limite da União Federativa, distribuído conforme o déficit das cidades", afirmou.

Também na defesa de mudanças nos termos do programa, o presidente-executivo da MRV Engenharia, Rubens Menin, assinalou a necessidade de não preterir a segunda faixa de renda dentro do projeto.

"Precisamos muito da faixa 2, onde está 60 por cento da população, para não haver desequilíbrio... o programa tem que ser aperfeiçoado na faixa 1, mas temos que prestar atenção na faixa 2", ressaltou.

Fonte: Reuters

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A PDG está sem dono e sem brilho

A PDG, maior incorporadora do país, era comandada por um presidente que queria sair e um sucessor que não queria ficar — e seu valor de mercado caiu 60% em um ano.
São Paulo -Por quase seis anos, a dupla formada pelos cariocas José Antonio Gra­bowsky e Michel Wurman virou o mercado imobiliário brasileiro de pernas para o ar. Fundadores da incorporadora PDG, ambos vindos do mercado financeiro, os executivos imprimiram à empresa um ritmo de tirar o fôlego.

Quatro anos e uma série de aquisições depois, já comandavam a maior incorporadora do país — Gra­bowsky na presidência e Wurman no departamento financeiro. Foi um fenômeno. Entre 2007 e 2011, as ações da PDG na Bovespa valorizaram 124%, o triplo do Índice Bovespa, que reúne as maiores empresas listadas do país.

A PDG faturou 6,8 bilhões de reais no ano passado. Tudo correu às mil maravilhas até que, de repente, a sintonia que regia a dupla foi-se embora. De um ano para cá, o valor de mercado da PDG caiu 60%. Em abril, a empresa anunciou que as obras estavam custando mais caro que o previsto.

No primeiro trimestre, o lucro caiu 79%. E, para completar o enredo, Wurman deixou a empresa de maneira surpreendente em maio. As ações caíram tanto que, no final daquele mês, o fundo de investimentos Vinci anunciou uma oferta para voltar ao controle da PDG (posição ocupada pela Vinci até fevereiro de 2010).

Nas últimas semanas, EXAME ouviu conselheiros, executivos e ex-funcionários da PDG para reconstruir a história de seu espetacular tropeço recente. Não é de surpreender que essa história gire em torno dos dois mandachuvas.

A dupla viveu um período conturbado, e no pior momento possível — foi no último ano, afinal, que os resultados se deterioraram e ficou claro que haveria pela frente um árduo processo de reestruturação. O estopim da crise, que acabaria com a parceria e destruiria anos de amizade, foi a sucessão de poder na maior incorporadora do país.

Em novembro, Grabowsky avisou o conselho de administração da PDG que deixaria a presidência da empresa em 2012, ocuparia um assento no conselho e passaria o bastão a seu braço direito.

O plano estava tão adiantado que Grabowsky acertava os detalhes finais de sua ida para a Vinci, onde participaria da gestão de um fundo imobiliário. Em um semestre, tudo foi por água abaixo. Wurman deixou a empresa e Gra­bowsky teve de adiar sua saída. Hoje, os dois mal se falam.

Por que a sucessão da PDG deu errado? Segundo EXAME apurou, Wurman desistiu do acordo (nas palavras de um conselheiro, “aos 47 minutos do segundo tempo”) ao constatar que a presidência da empresa lhe traria problemas de mais e dinheiro de menos. Se o período de Grabowsky à frente da PDG seria conhecido como a “época de ouro”, a gestão de Wurman seria a do ajuste.

Com custos em alta e lançamentos em baixa, a PDG entra agora, assim como quase todas as construtoras do país, numa fase menos exuberante. Seria necessário, segundo Wurman tem dito a amigos, cortar custos drasticamente — algo que só os executivos sádicos gostam de fazer.

Segundo um conselheiro ouvido por EXAME, o executivo até topava a tarefa — desde que fosse muito bem recompensado e que seu mandato fosse de um ano. Wurman alegou que a PDG passaria por um teste de credibilidade no mercado motivado por aquilo que ele via como um conflito de interesses nascido a partir da relação da Vinci com a PDG.

Mesmo depois de ter vendido sua participação em 2010, o fundo tem dois representantes no conselho de administração — cujo presidente é Gilberto Sayão, fundador da Vinci. A ida de Gra­bowsky da presidência da PDG para o fundo poderia, na visão de Wurman, pegar mal.

Afinal, a Vinci ia querer o melhor para a PDG, onde tem uma participação irrisória, ou para seu próprio fundo imobiliário? Para os defensores da Vinci, o conflito de interesses não existe — o fundo imobiliário seria dedicado à compra e à administração de imóveis comerciais, e a principal atividade da PDG é a incorporação de imóveis residenciais (a PDG deixou o mercado de imóveis comerciais em novembro de 2011).

Como no mercado financeiro tudo tem seu preço, Wurman condicionou sua permanência à aprovação, pelo conselho, de um novo e gordo pacote de remuneração. A proposta não foi bem recebida, já que a empresa estava para anunciar seus maus resultados do primeiro trimestre.

Como a ideia não vingou, Wurman desistiu. No final de março, comunicou ao conselho que deixaria a empresa. Ele tem em mãos uma proposta de trabalho do banco de investimento BTG Pactual — o que gerou, entre seus novos inimigos, a versão de que a saída já estava acertada há tempos.

Sua atitude é descrita por conselheiros como “irresponsável”. Já Gra­bowsky abandonou, pelo menos por enquanto, os planos de voltar ao mercado financeiro. Na conferência de resultados do dia 11 de maio, ele atribuiu a saída de Wurman a uma decisão do conselho da PDG, que entendeu que o executivo não era o nome mais indicado para o cargo.

Na segunda-feira seguinte, as ações caíram 10%. Procurados, Wurman, Grabowsky e os executivos da Vinci não quiseram se pronunciar.

Enquanto era tocada por um presidente que não queria ficar e um substituto doido para sair, a PDG se transformou num estudo de caso dos limites do modelo das “corporations”, empresas sem bloco de controle definido. Apenas sete companhias listadas na Bovespa têm essa estrutura de comando.

Nos Estados Unidos, o comum é que os conselhos de administração sejam compostos por acionistas, que têm muito a perder quando a companhia vai mal. Na PDG, os membros do conselho detêm apenas 0,53% das ações. O dia a dia da companhia acaba, portanto, nas mãos dos principais executivos — que, como se viu, estavam com a cabeça um tanto distante.

Além do bafafá sucessório, a empresa passou por momentos constrangedores. Em março, a PDG divulgou, em um relatório enviado à Comissão de Valores Mobiliários, que três diretores utilizaram derivativos para se proteger de possíveis quedas no valor das ações — em uma dessas operações, o diretor ganhava mais à medida que os papéis desvalorizassem.

“Numa empresa normal, esses executivos teriam sido demitidos”, diz um conselheiro que pediu para não ser identificado. “A manutenção dos três só mostra como ninguém aqui dentro se importa com o que acontece na PDG.” O tipo de operação financeira feita pelos executivos, embora não seja ilegal, foi proibido pelo conselho dois meses depois.

Em maio, com as ações da PDG próximas de seu menor valor desde 2009, a Vinci anunciou sua intenção de voltar ao comando da companhia com um investimento de 800 milhões de reais. Se aprovado, o negócio dará ao fundo uma série de direitos. Na prática, a Vinci terá o controle da empresa.

A manobra, que ameaça diluir os demais acionistas num momento em que as ações já estão deprimidas, não foi bem recebida pelo mercado. Mesmo assim, alguns analistas celebraram a possível volta da figura de um “dono”. Segundo executivos ligados à PDG, o plano da Vinci é aproveitar as sinergias entre as três construtoras compradas nos últimos anos, Goldfarb, CHL e Agre.

Até maio, essas construtoras funcionavam como entidades independentes. Executivos da PDG afirmam que há pelo menos 100 milhões de reais em custos para cortar. O aporte de capital prepararia a empresa para uma eventual deterioração no mercado de crédito em função da crise europeia. Os acionistas da PDG decidirão em julho se querem voltar a ter um controlador para chamar de seu.

Carolina Meyer

Fonte: Exame

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Avessas a IPOs, construtoras menores focam em nichos para crescer

Incorporadoras de menor porte aprenderam que é preciso ter foco de atuação para sobreviver no cenário de concorrência acirrada

SÃO PAULO - A corrida desenfreada de construtoras e incorporadoras rumo à Bovespa em 2006 e 2007 deixou como legado uma nova geração de companhias que aprenderam com os erros das veteranas e assumiram certa aversão à abertura de capital.

Integrantes de um setor bastante fragmentado, formado em grande parte por empresas familiares, construtoras e incorporadoras de menor porte aprenderam que é preciso ter foco de atuação para sobreviver no cenário de concorrência acirrada.

"Quem cresceu demais perdeu a mão... Não acredito em crescimento indeterminado", disse o presidente da Vitacon, construtora e incorporadora com atuação apenas em São Paulo criada há cerca de três anos, Alexandre Lafer Frankel.

Frankel citou PDG Realty e Cyrela Brazil Realty como exemplos de "aprendizado com erros de empresas de capital aberto".

Na onda da euforia vivida pelo mercado imobiliário entre 2008 e 2010, as maiores companhias do setor diversificaram o mix de produtos, ingressaram em novas regiões e começaram a trabalhar com parceiros.

Hoje, após terem seus balanços pressionados por tamanha diversificação, essas mesmas empresas passaram a abandonar regiões com baixa escala, focar a produção em determinado segmento e descartar a terceirização.

"Atuar em determinado nicho é o diferencial, com profissionalização", acrescentou Frankel. "Não adianta querer fazer tudo porque não dá certo."

A especialização, de fato, parece ser a alavanca -e o mantra- das empresas pequenas e médias no setor.

Formada a partir do banco Modal, mas hoje totalmente independente da instituição, a MDL Realty deve fechar este ano com R$ 450 milhões em lançamentos, com operações concentradas em São Paulo e Rio de Janeiro.

"A escala nacional e o aumento do volume (de produção) tiram o brilhantismo do processo", disse o diretor da MDL Realty Ricardo Freitas. "Esse é o problema das empresas grandes, que não estão conseguindo entregar os 'guidances' prometidos, porque os custos aumentaram muito."

O cenário traçado aponta para a tendência de um mercado formado muito mais por grandes empresas regionais do que nacionais.

"Neste setor, para ganhar dinheiro, não é preciso necessariamente crescer muito, mas melhorar a eficiência operacional, com foco no que se sabe fazer... Estar em todas regiões do Brasil faz perder dinheiro e escala", disse o presidente da Mudar, construtora voltada ao segmento econômico em São Paulo e Rio de Janeiro, Augusto Martinez de Almeida.

Ao notarem que o preço de gerenciar custos, parceiros e obras, somado à perda de escala, era alto demais, boa parte das grandes companhias hoje listadas na Bovespa vêm anunciando a saída de determinadas regiões e o fim de parcerias. Esse recuo, entretanto, tem saído caro até que todas as contas sejam ajustadas e as operações colocadas em ordem.

A equipe de análise do Credit Suisse afirmou, em relatório no mês passado, que "as construtoras menores devem ter vantagem competitiva nos próximos trimestres em função de menores complexidades e maior controle", citando como exemplos Tecnisa, Helbor e EZTec, esta última, com operação concentrada apenas em São Paulo.

Aversão ao IPO
Além do aprendizado quanto à especialização, a onda de ofertas públicas iniciais (IPOs, em inglês) de construtoras e incorporadoras, há cerca de seis anos, fez o sinal vermelho acender para as empresas que têm subido um degrau por vez.

Hoje, o setor imobiliário contabiliza cerca de 20 empresas listadas na Bovespa -considerando também as administradoras de shopping centers.

"Fiquei preocupado com aquele 'frenesi' de abertura de capital, em 2006", disse Almeida, da Mudar. "Foi uma decisão acertada não abrir nosso capital... Investidores que compraram esses papéis estão sofrendo e certas empresas tecnicamente estariam quebradas pela dívida que têm."

Frankel, da Vitacon, faz coro: "O modelo das empresas que estão na bolsa se mostrou ineficaz e elas estão desintegrando valor... Hoje a preocupação maior dessas empresas é com o preço da ação."

Com o capital fechado, a Vitacon tem recebido propostas de compra, fusão e investimento, segundo ele.

Menos radical, Freitas, da MDL Realty, não descarta realizar um IPO da companhia, mas assinala que o momento atual não é favorável.

"O IPO é mais uma forma de colocar recursos dentro da empresa. Eztec e Helbor, por exemplo, fizeram bem feito e focaram as operações em poucas regiões", avaliou.
Fonte: Estadão

Setor da construção lança seguro que garante entrega do imóvel

Novo instrumento dará segurança e tranquilidade ao comprador e ao mercado

Um seguro que permitirá ao comprador a garantia de entrega do imóvel adquirido antes e ou durante a construção será lançado nesta quarta-feira no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic).

O Seguro Garantia de Entrega de Obra foi desenvolvido, durante quatro anos, em parceria com uma seguradora e uma resseguradora francesas, afirmou o presidente da Cbic, Paulo Simão. “Ele dá a garantia ao consumidor de que vai receber a unidade que comprou pelo preço e nas especificações assinados no contrato inicial”, disse.

Paulo Simão avaliou que o novo instrumento dará segurança e tranquilidade também ao mercado. “Porque reduz os riscos da obra, tem benefício nas taxas de financiamento,facilita as vendas, o que diminui o custo de lançamento e de comercialização, além de ser uma garantia enorme para o mutuário”, ressaltou.

O presidente da Cbic admitiu que o seguro poderá ser aplicado também para os imóveis do Programa Minha Casa, Minha Vida, “com algumas modificações, porque o programa é coletivo e abrange a construção de muitas unidades”.

A câmara está pensando em adequar o produto nacional ao que já ocorre em outros países, onde o consumidor tem garantia de segurança após a entrega das obras por um período de dez anos em relação à qualidade do imóvel adquirido. “Isso ainda não incorporamos ao processo, mas já estamos estudando para, proximamente, fazer a adequação desse benefício. É um produto de vanguarda, que existe no mundo inteiro, inédito no Brasil”.
Fonte: O Dia OnLine

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Arquitetura e design mais populares chegam à classe C

A feira ‘Morar Mais por Menos’ surgiu em 2004 com a proposta de ampliar o público consumidor do setor.

“Quebramos um paradigma. Arquitetos não devem atender apenas à classe AA”. A frase da empresária Lígia Schuback resume seu sentimento ao procurar, alguns anos atrás, o serviço de profissionais da área de arquitetura e observar vitrines de lojas de decoração em busca de bons móveis para a casa de sua filha, prestes a se casar. O maior problema, lembra, estava nos preços altos a serem pagos, tanto em produtos como em serviços básicos na área de design de interiores.

Em 2004, Lígia transformou as dificuldades em oportunidade e em um novo negócio. A empresária criou a feira de decoração Morar Mais por Menos, no Rio de Janeiro. Seu desejo era poder apresentar ao público móveis e acessórios mais baratos que a média do mercado, mas com a mesma exigência em sofisticação. Diferentemente de outras mostras, todos os produtos seriam negociados e comercializados. “Isso surgiu de uma realidade. Os visitantes não tinham todas as informações sobre os ambientes, por isso buscamos mais transparência e bons preços”.

Os conceitos de sustentabilidade e inclusão social também passaram a ser agregados, a cada nova edição, ao portfólio dos profissionais participantes, ao priorizarem produtos ecologicamente corretos e com colaboração de ONGs e artesãos. Aos poucos, o evento conseguiu atender a uma nova demanda no mercado brasileiro de design, preenchida pelas classes B e C e pelo público jovem. “Nosso público é bem eclético. Vai desde a classe AA até estudantes, que querem simplesmente mudar algo em seu quarto”, ressalta Lígia. Hoje, a marca Morar Mais chega a oito capitais brasileiras.

A próxima edição começa em Brasília, em 1º de agosto. Na capital federal, a expectativa é que o público de 10 mil visitantes registrado em 2011 dobre neste ano. É a sexta edição brasiliense, que contará com 50 ambientes planejados entre salas de estar, quartos e cozinhas, na Casa do Candango. No Rio, à beira da lagoa Rodrigo de Freitas, as exposições serão inauguradas em setembro.

Custo acessível

Segundo William Brandão, curador e licenciado do evento em Brasília, é possível encontrar no mercado nacional design por custo mais acessível. “O importante é ter consciência do investimento, sem repetir tendências de design europeias”.

Outra característica do evento é reservar 20% do espaço da exposição para profissionais iniciantes no mercado. Em média, 25 empresas, entre fornecedores e lojistas, apoiam cada ambiente – somando, aproximadamente, R$ 50 mil em produtos e serviços. A edição carioca, que é a maior, deve faturar R$ 3,5 milhões neste ano, o dobro da receita nos outros estados, e receber até 40 mil pessoas.

O Morar Mais, no entanto, ainda não se firmou no principal mercado do país – seja de luxo ou emergente – para arquitetos, designers e paisagistas. “Não encontramos um licenciado à altura de São Paulo”, conta Lígia. Ela explica os requisitos paulistanos: “o ideal seria um empresário extremamente bem sucedido, com grande capital para investimento e inserção social muito boa”.

Fonte: Brasil Econômico

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Apartamento tem área igual a 50 casas populares e vale R$ 22 mi

Empreendimento em São Paulo tem suíte de 230 metros quadrados e 12 vagas na garagem, mas está com um terço dos imóveis desocupados .

A planta chega a quase dois mil metros quadrados de área útil, o equivalente a cerca de 50 apartamentos do programa habitacional "Minha Casa Minha Vida". No imóvel de laje única de maior metragem da cidade de São Paulo, apenas a suíte principal ocupa 230 metros quadrados, espaço superior a apartamentos de classe média.

São 12 vagas à disposição na garagem, além de um terraço com piscina de 15 metros quadrados. Lançado em 2006, o empreendimento Adolpho Carlos Lindenberg ainda não conseguiu vender quatro de seus doze andares, incluindo o maior deles, avaliado em R$ 22,3 milhões.

Construído para ser um marco da capital paulista, o imóvel coleciona inúmeras extravagâncias. Além do tamanho faraônico, possui tratamento acústico das áreas privativas, sistema central de aspiração de ar e travas biométricas nos elevadores. As seis suítes ainda dividem espaço com uma sala de cinema.

O prédio, contudo, está localizado em uma rua fechada do Morumbi, bairro que teve a menor valorização dentre os cinco mais caros da cidade, segundo levantamento da FipeZap. De janeiro de 2008 a dezembro de 2011, o metro quadrado da região subiu 71%, ante 165% do Jardim Paulistano, por exemplo.

A alta no preço do imóvel também ficou aquém da média do mercado. Em 2006, o metro quadrado era vendido por R$ 5.500, enquanto hoje a média está em R$ 11.240, segundo o banco de dados do site 123i, referência no setor. A construtora Adolpho Lindenberg admite, porém, que as negociações estão girando atualmente em R$ 8 mil. Na Vila Nova Conceição, hoje o bairro mais nobre da capital, apartamentos de alto luxo chegaram a se valorizar 160% no mesmo período.

O público deste tipo de empreendimento está em busca de três coisas fundamentais: localização, objeto de desejo e bom investimento. Este último quesito, portanto, deixou a desejar. Mas essa não é uma constante no mercado de altíssimo padrão. Aliás, pelo contrário. A perspectiva de bons lucros voltou a atrair empresas para esse seleto nicho.

"O setor ficou carente desse tipo de produto nos últimos anos, mas agora há outro movimento. Com o juro em queda e a Bolsa em baixa, o imóvel passa a ter grande importância como fonte de renda e patrimônio", afirma Roberto Coelho da Fonseca, diretor de novos negócios da imobiliária Coelho da Fonseca.

A empresa, que desde 1989 possui um departamento de private brokers, tem bons motivos para estar otimista. No ano passado, vendeu em um único final de semana as 14 unidades do empreendimento Vitra, no Itaim Bibi, por até R$ 15 mil o metro quadrado. O prédio, que deve ser entregue em 2013, é revestido de vidro e leva a assinatura do arquiteto Daniel Libeskind, responsável pela revitalização do Marco Zero, em Nova York.

"Esse é um tipo de negócio para especialistas. Tem que saber exatamente o tamanho do apartamento, a localização e o tipo de público", alerta Marcos Goggi, diretor-presidente da imobiliária Vnc Pronto, responsável por um dos prédios mais caros da cidade de São Paulo. Localizado na Vila Nova Conceição, o L' Essence Vnc tem 726 metros quadrados, vendidos em média por R$ 29.500.

Copa de 2014 pode ampliar PIB em 1,5 ponto porcentual em três anos, diz Itaú

Fonte: Estadão.com

Segundo estudo do Itaú Empresas, geração de 250 mil postos de trabalho em caráter permanente será legado da Copa do Mundo para o Brasil.

A Copa do Mundo de 2014 tem potencial para ampliar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 1,5 ponto porcentual durante três anos - de 2011 a 2014 -, como resultado dos preparativos e legado do evento esportivo. Setores como hotelaria, transporte, comunicação, cultura, lazer e comércio varejista estão entre os destaques.

Uma das consequências desse crescimento econômico será a criação de 250 mil postos de empregos permanentes, com impacto de 1 ponto porcentual na taxa de desemprego do País.

Os dados são do Itaú Empresas, que conduziu um estudo sobre as consequências macroeconômicas da Copa de 2014, liderado pelo economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn.

Além das estimativas, Goldfajn destaca o "efeito marca" que a Copa de 2014 trará ao País, pois vai colocar o Brasil em evidência mundial e atrair novas parcerias comerciais. "Existem estudos que mostram que os países-sede de grandes eventos esportivos aumentaram suas exportações em 30%", diz o economista-chefe.

Turismo

Durante a Copa do Mundo de 2014, a Fifa disponibilizará três milhões de ingressos para os jogos. A expectativa de entidade é de que 500 mil turistas estrangeiros desembarquem no Brasil no período.

Segundo o estudo do Itaú Empresas, até 2014 o incremento será de três milhões de turistas - sendo dois milhões de estrangeiros e um milhão de brasileiros viajando pelo País - que devem movimentar cerca de R$ 5 bilhões.

Na África do Sul - país-sede da Copa de 2010 - o crescimento do setor turístico foi de 25% após o evento.

Cronograma

Segundo o diretor de marketing da Fifa no Brasil, Jay Neuhaus, a entidade está tranquila quanto aos preparativos da Copa de 2014. "Sabemos que alguns projetos ficarão prontos no limite de tempo, mas estarão prontos", diz Neuhaus. Ele destaca o fato da Copa ter duração de apenas seis semanas, com 64 jogos entre nações: "Por esse motivo a palavra 'legado' é tão importante", diz.

Pai leva imóvel se mantiver a guarda do filho

Fonte: Diário de S. Paulo

Câmara aprova mudanças nas regras do ‘Minha Casa, Minha Vida’. Sem crianças, a posse é da mulher.

A Câmara dos Deputados aprovou a MP (Medida Provisória) que transfere a propriedade de imóveis financiados pelo programa “Minha Casa, Minha Vida” para a mulher em caso de separação. A MP seguirá para o Senado e, se não houver alteração, vai para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

Segundo a regra, em caso de separação quando não há filhos, o imóvel fica com a mulher. Quando o casal tiver filhos, a propriedade ficará com o detentor da guarda.

Se o pai tiver a guarda dos filhos, o imóvel é dele. Em todos os casos, a medida é válida somente para os imóveis adquiridos durante o casamento ou a união estável.

As regras haviam sido anunciadas pela presidente Dilma Rousseff em pronunciamento no dia 8 de março, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Até então, não havia determinação sobre quem deveria ser o proprietário em casos de divórcio.

“A mulher é a principal mola de propulsão para vencer a miséria. Sabe por quê? Porque ela é o centro da família. Porque quando uma mulher se ergue, nunca se ergue sozinha, ela levanta junto seu companheiro, ela levanta junto seus filhos, ela fortalece toda a família”, disse a presidente na época.

Na primeira fase do programa “Minha Casa, Minha Vida”, 47% dos contratos foram assinados por mulheres.

A medida é válida para imóveis enquadrados na primeira fase do programa, que beneficia famílias com renda de até R$ 1,6 mil, segundo informou a Caixa Econômica Federal.

Nessa faixa de renda, os apartamentos podem custar até R$ 65 mil e as casas, R$ 63 mil na capital e na região metropolitana de São Paulo. Nas cidades menores, os valores mudam.

O texto aprovado na noite da última terça-feira é o parecer do deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que também permite que mulheres de todas as faixas de renda entrem no “Minha Casa, Minha Vida” sem a necessidade de assinatura dos maridos.

Até a edição da MP, isso era possível para aquelas com renda familiar mensal inferior a
R$ 1.395.

investimento/ Na segunda fase do programa, iniciada em 2010, já foram contratados 929 mil financiamentos de moradias populares.

Segundo o Planalto, no ano passado foram aplicados R$ 10 bilhões no programa “Minha Casa, Minha Vida”.

O objetivo é construir dois milhões de casas para a população de baixa renda até 2014.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Capital paulista precisa de 130 mil casas, diz plano municipal

Fonte: Folha.com

A Câmara de São Paulo aprovou ontem projeto do prefeito Gilberto Kassab (PSD) que cria o Plano Municipal de Habitação, que traça políticas e perspectivas para o setor até 2024.

Baseado em estudo inédito que reuniu dados de todas as favelas, cortiços, loteamentos irregulares e áreas de risco, o plano aponta que 809,4 mil famílias vivem em situação inadequada na capital.

A maioria dos domicílios, porém, precisa apenas de obras e de regularização fundiária. O déficit habitacional real é estimado em 130 mil unidades.

Até 2024, outras 610 mil moradias, no entanto, precisarão ser construídas para suprir o esperado crescimento populacional de famílias com baixa renda.

Segundo a prefeitura, serão necessários R$ 58 bilhões de investimentos e maior participação de outras esferas de governo. Hoje, afirma, 71% dos recursos são do município.

Estado quer verba privada em gargalos habitacionais em SP

Fonte: Folha.com

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer ajuda privada para viabilizar até 80 mil moradias e enfrentar três itens críticos da política habitacional: reocupar o degradado centro da capital, retirar famílias de áreas de risco e amenizar o impacto da expansão demográfica prevista no litoral devido ao pré-sal.

O deficit paulista é estimado em 1,2 milhão de moradias. Nos últimos dez anos, o governo tem entregue, em média, 22 mil casas por ano.

A primeira PPP (parceria público-privada), para revitalizar o centro, atraiu 32 grupos e empresas, que terão 90 dias para apresentar projetos.

Entre elas estão desde pequenos escritórios de arquitetura até grandes empresas do setor, como Odebrecht, Companhia City e Brookfield.

Na região estão distritos, como a Sé, Barra Funda, Brás, Bela Vista e Mooca, com áreas degradadas e imóveis sem uso apesar da boa infraestrutura de serviços públicos.

O Estado identificou a possibilidade de viabilizar 40 mil imóveis, por construção ou reforma, mas mira agora 10 mil, 90% para famílias com renda de até cinco salários mínimos (R$ 3.110).
Os investimentos serão feitos pela iniciativa privada (leia texto ).

O governo ajudará a desapropriar imóveis (sem indenizar) e garantir o pagamento das prestações do mutuário.

Segundo Reinaldo Iapequino, subsecretário de Habitação de São Paulo, o projeto vai revitalizar a região e propiciar a melhor utilização de equipamentos públicos.

Um dos objetivos é reverter a baixa densidade demográfica. Uma das exigências é que o mutuário seja empregado na região central.As PPPs tem sido a maior estratégia de Alckmin para projetos que vão da expansão da rede de metrô à construção de presídios e rodovias.

Para Iapequino, as PPPs são uma alternativa, mas não a única para enfrentar o déficit habitacional. Ele cita as parcerias com o governo federal para fazer 120 mil moradias até 2015. "Dentro de um horizonte de tempo razoável, a gente vai conseguir dar um tombo no déficit."

Ainda este mês, o governo vai lançar PPPs para retirar famílias de áreas de risco nas regiões metropolitanas (20 mil) e para suprir a explosão demográfica no litoral com o pré-sal (mais 20 mil).

Projetos privados em SP podem ter escolas e até shopping centers
As empresas selecionadas receberam estudo com o resumo da infraestrutura e carências no centro, em transportes, educação, saúde, espaços públicos e equipamentos culturais.

A ideia é que os projetos contemplem, além das moradias populares, outros equipamentos necessários, como parques, escolas ou unidades de saúde.

O plano pode ainda incluir moradias para classe média ou um shopping center, para tornar o empreendimento atrativo.

Os projetos subsidiarão a licitação que apontará o vencedor da PPP em cada um dos seis setores da região. Os parceiros privados viabilizarão moradias, selecionarão os moradores, cobrarão as prestações e gerenciarão o condomínio.

O governo bancará uma contrapartida ao empreendedor para subsidiar prestações. Essa contrapartida será definida na licitação.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Prefeitura concede Habite-se ao shopping JK Iguatemi

Fonte: Cristina Moreno de Castro - Folha de São Paulo
A Subprefeitura de Pinheiros liberou o Habite-se para o shopping JK Iguatemi, no Itaim Bibi (zona oeste de São Paulo). A confirmação da emissão do documento, que atesta a conclusão da obra do empreendimento, será publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (21).

Com isso, falta apenas o alvará de funcionamento para que o shopping abra as portas. A expectativa de fontes ligadas ao shopping é de que isso se resolva até amanhã. O shopping diz que vai abrir já no dia seguinte à obtenção desses documentos.

Uma das recomendações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para autorizar a abertura do shopping JK Iguatemi é que ele funcione a partir das 10h30. A recomendação de abertura meia hora depois do horário tradicional dos outros shoppings tem o objetivo de evitar congestionamentos.

A CET não tem autoridade para obrigar o shopping a cumprir a recomendação, feita no último estudo de impacto de trânsito --que embasou a decisão de autorizar a abertura do shopping mesmo sem a construção de um viaduto, previsto inicialmente.

Agora, o viaduto entre a avenida Juscelino Kubitschek e a marginal Pinheiros será exigido apenas para abertura, em 2014, de duas torres de escritórios e de um prédio onde funcionava a Daslu.

ESTACIONAMENTO

O estudo também recomenda que os estacionamentos do shopping só funcionem a partir das 10h30 e que carga e descarga de produtos sejam feitas apenas à noite. O shopping terá 1.624 vagas (todo o complexo terá 7.700).

Não se recomenda um horário de fechamento, porque, diz o estudo, "tradicionalmente" ele já ocorre "bem após as 20h".

O estudo fez simulações do impacto que o shopping causaria no trânsito na região.

O melhor cenário é justamente o da abertura apenas do shopping, deixando as demais torres para serem inauguradas somente após a conclusão do viaduto.

Nesse caso, a velocidade média na marginal Pinheiros cairia dos atuais 41 km/h para 39,5 km/h, no pico da manhã. A análise considera que "a diferença na fluidez [do trânsito] se dá de forma pouco acentuada" nesse cenário.

O shopping de luxo terá 189 lojas e prevê receber 20 mil pessoas por dia.

Construtora Camargo Corrêa adquire 94,8% da portuguesa Cimpor

A construtora Camargo Corrêa adquiriu 94,8% da cimenteira portuguesa Cimpor na oferta pública de ações (OPA) lançada no último dia 30 de março, anunciou nesta quarta-feira (20) a Bolsa de Lisboa.

A Camargo Corrêa, que já possuía um terço das ações, investiu 1,035 bilhão de euros para multiplicar por três seu capital na companhia lusa, uma das dez maiores cimenteiras do mundo que tem instalações em 13 países da Europa, Ásia, América do Sul e África.

Além disso, através de operações de bolsa no mercado secundário, adquiriu outras 84,9 milhões de ações (12,64%), que representam 470 milhões de euros; por isso o investimento total na operação se situa em torno de 1,5 bilhão de euros.

A nova proprietária da Cimpor comprou a maior parte das participações lusas da estatal Caixa Geral de Depósitos (9,6%), Banco Comercial Português (10%) e Manuel Fino (10,7%), além de chegar a um acordo de permuta de ativos com a Votorantim Cimentos, que lhe outorgou outros 21,2%.

Segundo a permuta, a Camargo Corrêa se apoderará dessa percentagem da Votorantim ao transferir-lhe as unidades da Cimpor na China, Espanha, Índia, Marrocos, Tunísia, Turquia e Peru.

A Bolsa de Lisboa já anunciou que excluirá a Cimpor de seu principal índice, o PSI-20, no próximo dia 22 de junho, pois a Camargo Corrêa tem o poder de retirá-la do pregão luso.

Apenas 34,89 milhões de títulos da Cimpor, que representam 5,19% do capital, não foram vendidos na OPA.

Além disso, a percentagem dos direitos de voto controlados pela Camargo Corrêa é de 95,69% devido ao fato de cimenteira lusa tem 6,2 milhões de ações próprias.

O grupo com sede em São Paulo lançou em março uma OPA por todo o capital da Cimpor a um preço de 5,50 euros por ação, que representa um prêmio de 10% sobre a cotação da bolsa de final de março e avaliava a companhia em 3,7 bilhões de euros.

Em 2010, outra empresa brasileira, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), fracassou em uma OPA lançada sobre a própria Cimpor ao não conseguir pelo menos um terço das ações, apesar de ter oferecido 6,18 euros por ação.

A Cimpor, que ganhou no primeiro trimestre do ano 49 milhões de euros no período, 15,4% a menos que no mesmo período de 2011, tem um faturamento superior a 2 bilhões de euros.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Surge uma escadaria para o céu em Nova York

A Mercedes House é um edifício residencial de 30 andares sendo construído em Nova York. Com degraus rumando ao céu, esta é a Stairway to Heaven mais legal que já vimos.

Concebido pela Ten Arquitectos, este edifício tem um formato que leva a luz do dia para todos os seus 865 apartamentos, em uma área de 120.000m² no meio de Manhattan. Com vista para o rio Hudson, jardins no telhado e uma concessionária da Mercedes-Benz no térreo, este deve ser um dos melhores lugares para se morar no mundo.

A Mercedes House deve ser inaugurada até o final do ano, mas se você quiser um pedaço desta escadaria, vai ter que juntar muito dinheiro: o aluguel mais barato nesse prédio (um estúdio) é de US$2.375 mensais.

Ponto comercial interfere no sucesso do negócio

A escolha do lugar certo permite que todos os esforços aplicados na administração correta do negócio surtam efeito. Faz também com que o seu esforço para atrair clientes seja menor. Muitas vezes não basta apenas o "feeling" para encontrar o lugar ideal. Pesquisa e planejamento podem ser grandes aliados para uma expansão geográfica com êxito.

Veja os prós e contras do espaço escolhido

Há diversos modelos de ponto comercial e você deve optar por aquele que tenha sinergia com seu produto ou serviço.

Existem os pontos que estão localizados em áreas externas, como o modelo "stand – alone", que é a loja de rua tradicional. Ela fica sozinha, mas com uma infraestrutura diferenciada. Há o "built to suit", cuja arquitetura é idealizada pensando em servir; o "strip center", que fica em pequenos centros comerciais a céu aberto; e o "in line", que segue a fachada dos prédios.

Caso seu negócio atraia mais clientes se estiver em um espaço fechado, você pode optar por um ponto comercial localizado em uma galeria comercial, que funciona como shoppings de pequeno porte, já possui um número reduzido de lojas.

Os shoppings centers são uma opção para quem prefere ambientes localizados em áreas internas e com um maior número de lojas. Ao optar entre um ponto localizado em um shopping ou na rua, o empreendedor deve ter em mente que esses modelos de pontos comerciais oferecem seus prós e contras.

Por exemplo, em um shopping, a compra é principalmente planejada e o empreendimento oferece segurança e conforto para o consumidor, além de possuir capacidade de polarizar a demanda da região. Em contrapartida, seu custo de ocupação é mais alto comparado à maior parte dos aluguéis de lojas de rua.

Loja de rua tem área de influência menor, mas conta com a conveniência

Já no modelo de ponto comercial localizado em ruas, o consumidor compra principalmente por conveniência. A visibilidade fica mais restrita ao bairro, com uma área de influência menor. Por isso, o fluxo depende muito da habilidade e do relacionamento do lojista.

Em suma, a escolha certeira de um ponto comercial é uma somatória de fatores pré-estudados, como a demografia da região, a demanda do mercado, o público-alvo do seu negócio, a concorrência e fatores urbanos que possam impactar no seu volume de vendas.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Saiba como escolher um bom síndico

O discurso do candidato a síndico do prédio pode ser eloquente e trazer uma lista de boas intenções. Mas, para saber se aquele pode ser, de fato, um bom administrador, vale observar alguns detalhes referentes ao nível de conhecimento que possui sobre o prédio e não apenas o tipo de relação que estabelece com os funcionários e moradores. Vale também checar o quanto o pretendente sabe sobre o exercício do cargo.

Segundo José Roberto Iampolsky, diretor da Paris Condomínios, em São Paulo, os condôminos não só devem participar das eleições de síndico, como devem votar com muita consciência, pois um condomínio mal administrado pode trazer grandes prejuízos financeiros para o proprietário e desvalorizar o imóvel.

“Basicamente, o candidato a síndico deve demonstrar que conhece o condomínio e suas necessidades, que tem tempo e disponibilidade para cumprir suas inúmeras funções e se relacionar com os moradores, alguma familiaridade com rotinas de administração geral e boa vontade em aprender, ouvir, servir e conciliar”, sintetiza Iampolsky.

De acordo com o especialista, caso o candidato esteja concorrendo à reeleição, os condôminos devem avaliar a gestão anterior do mesmo antes de votar, evitando mantê-lo no cargo por conveniência.

“É preciso levar em conta alguns pontos: se o condomínio está ordem, se o orçamento está adequado, se as decisões que foram tomadas nas assembléias foram cumpridas devidamente e se o candidato tem novas e boas propostas”, alerta Iampolsky.

Iampolsky ressalta que normalmente, em condomínios residenciais, o moradores não costumam ser criteriosos na escolha de seus candidatos.

“Com exceções a condomínios comercias (salas ) aonde é adotado um perfil de diretor de empresas (prazos, metas factíveis, assembleias curtas e objetivas), em condomínios residenciais ainda prevalece o critério simpatia, e vizinhança, poucos conseguem separar capacidade de camaradagem”, completa

O bom síndico deve ter metas e um cronograma para realizá-las; ser realista e não criar falsas expectativas; conhecer os condôminos sem invadir sua privacidade, pois sua função é administrativa, não de polícia; manter um “checklist” com todas as datas de vencimentos; estar bem assessorado administrativamente (contratar uma boa administradora) e, principalmente, saber gerir conflitos.

Devido à dificuldade cada vez maior entre os condôminos para eleger um síndico, seja pela falta de candidatos ou porque o candidato não agrada a maioria, há prédios que acabam optando por contratar um profissional. Neste caso, ele pode atuar como autônomo ou pessoa jurídica e não há impedimento geral na contratação de um síndico profissional, segundo o diretor da Paris Condomínios.

“Pode ser uma boa ideia, ou uma catástrofe. É uma analogia similar a de um casamento: uns são felizes, outros acabam em guerras.”

Cobrança de juros de imóvel na planta é liberada

A cobrança de juros em prestações de imóveis comprados na planta antes da entrega das chaves, os chamados juros no pé, foi considerada legal pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois de decisões divergentes das turmas do STJ, a 2ª Seção decidiu a favor da cobrança por seis votos a três na quarta-feira.

Na avaliação da Fundação Procon-SP, a decisão foi considerada um retrocesso e é prejudicial ao consumidor. O caso julgado envolve uma compradora de um imóvel em Recife, que mesmo antes da entrega da unidade, precisou pagar juros de 1% ao mês, além da correção monetária pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).

Em 2010, a 4ª Turma do STJ havia identificado abuso contratual na cobrança. No entanto, a construtora envolvida entrou com recurso ao identificar entendimento diferente da 3ª Turma do STJ. Em novo julgamento, foi mantida a jurisprudência pela legalidade da cobrança.

Para o ministro Antonio Carlos Ferreira, designado relator, “se os juros compensatórios estiverem previstos no compromisso de compra e venda, o incorporador estará assumindo que não os incluiu no custo final da obra. Isso traz maior transparência ao contrato, abrindo inclusive a possibilidade de o Judiciário corrigir eventuais abusos”.

O presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Claudio Bernardes, pontua que a não cobrança dos juros no pé virou modelo em São Paulo e acredita que o cenário não vai mudar. Segundo Bernardes, quem não cobrava embutia o valor no preço cobrado. “A vantagem da decisão é uniformizar o procedimento”, afirma.

Em 2001, a Secretaria de Direito Econômico publicou uma portaria em que considerava como abusiva a incidência de juros antes da entrega das chaves do imóvel. No ano seguinte, as construtoras assinaram termos de ajustamento de conduta (TAC) se comprometendo a não realizar a cobrança.

“Durante um longo período as construtoras já vinham se adequando e deixando de fazer a cobrança. A volta da permissão da cobrança coloca em terra os avanços alcançados”, reclama o diretor-presidente do Procon-SP, Paulo Arthur Góes.

Para o diretor-presidente, a cobrança de juros nesse caso não se justifica. “Os juros podem ser cobrados em caso de inadimplência ou para remunerar um capital emprestado. Não faz sentido cobrar juros antes da entrega do imóvel.”

Góes acredita que, com a decisão, as construtoras passarão a cobrar os juros, mesmo em casos de atrasos de entrega do imóvel. “A situação promove um desequilíbrio no contrato em favor das empresas e desfavorável ao consumidor”, avalia.

sábado, 16 de junho de 2012

Mitos e lendas sobre as regras internas dos condomínios

Nos universo dos condomínios, assim como em qualquer outro, boatos nascem de dúvidas não esclarecidas e se difundem a ponto de parecerem verdades absolutas. São mitos como “síndico não pode ser eleito duas vezes” e “condômino inadimplente tem, sim, direito de participar e votar em assembleia”. A pedido do Morar Bem, os especialistas José Roberto Iampolsky, diretor da Paris Condomínios, de São Paulo, e o advogado Renato Anet esclareceram algumas das dúvidas mais comuns. Confira-as abaixo:

Reeleição de síndico – Muita gente acredita que a reeleição de síndico é proibida. No entanto, não existem na lei limitações para o número de vezes em que o síndico pode se reeleger. A Lei dos Condomínios, no Código Civil, determina que cada mandato do síndico deve ser de, no máximo, dois anos, com direito a reeleição. Segundo Renato Anet, a lei não proíbe a reeleição, mas a convenção pode normatizar sobre o tema. Se a convenção for omissa, porém, o síndico pode ser eleito várias vezes seguidas, indefinidamente.

Animais de estimação – Para a maioria das pessoas, se a convenção não permitir a presença de animais de estimação, o condômino não pode tê-los. Anet explica, no entanto, que a jurisprudência — ou seja, as decisões dos tribunais — entende que, mesmo que a convenção proíba animais no prédio, se o bicho não é violento nem perturba o sossego dos condôminos, pode permanecer.

Inadimplência 1 – Há três grandes mitos envolvendo esta questão. O primeiro é que o condômino, mesmo com o pagamento do condomínio em atraso, pode participar das assembleias, e quem o impedir poderá ser processado por danos morais. Isso não é verdade. O artigo 1.335 do Código Civil diz que o inadimplente não pode votar nem participar das assembleias. Na prática, porém, diz Anet, o presidente da assembleia pode até permitir que o inadimplente assista à reunião, mas sem se manifestar.

Inadimplência 2 – O segundo mito é que o condomínio nada pode fazer contra o inadimplente que possui um único imóvel. A chamada “lei Sarney” (8.009/1990) tornou o único bem da família não penhorável. Porém, ressalta Anet, as exceções, contidas no artigo 3o da própria legislação, determinam que essa proteção não é válida para dívidas de condomínio e IPTU. Trocando em miúdos: o único bem de família pode, sim, ser levado a leilão, a fim de pagar dívidas de condomínio, IPTU e outras que constam da lei.

Inadimplência 3 – A última lenda é de que só se pode entrar com ação judicial contra o condômino inadimplente se ele tiver um atraso de, pelo menos, três meses. Isso é uma balela, diz Anet. Desde que a convenção não proíba, o condomínio pode entrar com ação judicial de cobrança após um único dia de atraso no pagamento do condomínio.

Crimes – Há um mito de que o condomínio pode ser responsabilizado e obrigado a indenizar o morador que for roubado ou furtado em seu interior. A lei é omissa sobre o assunto, mas a segurança é um dever do Estado e, em tese, caberia responsabilidade ao condomínio tão somente se o roubo for praticado por um funcionário, pois a administração é feita sobre as áreas comuns, e não inclui a propriedade exclusiva de cada condômino ou locatário. A jurisprudência entende que a indenização por furto ou roubo dentro de condomínio só deverá ocorrer se a convenção expressamente dispuser sobre isso. No entanto, ressalta Anet, em condomínios onde há empresas de segurança contratadas, o condomínio responderia, sim, por esse tipo de crime.

Votações secretas – Outro equívoco comum, segundo algumas administradoras, é o condomínio promover votações secretas nas assembleias, com o objetivo de evitar brigas. Especialistas, porém, alertam que é proibida a realização de votação secreta nas assembleias. Elas devem ser abertas e, preferencialmente, nominais, o que ajuda a evitar fraudes. Embora a lei seja omissa quanto à questão, Anet diz que os condôminos podem impugnar uma votação secreta, a não ser que a convenção permita essa prática. Em último caso, podem até entrar com ação judicial para impedir a realização desse tipo de pleito.

Caçadores em busca do imóvel perfeito

Eles passam o dia, literalmente, à caça. Batem em muitas portas, fazem amizade com zeladores e porteiros, conversam com os funcionários da padaria ao lado do prédio. Como detetives do mercado imobiliário, os “house hunters” farejam imóveis disponíveis para aluguel. Esta nova modalidade profissional está começando a ganhar espaço em imobiliárias e administradoras de imóveis do Rio e de São Paulo.
O aquecimento do mercado, a dificuldade de achar imóveis para alugar e a competitividade entre as empresas está incentivando a segmentação da oferta desse serviço tão específico: ir atrás, até encontrar, o imóvel dos sonhos de seus clientes. “É um trabalho superpersonalizado, com foco no cliente”, diz Roseli Hernandes, diretora da tradicional Lello Imóveis, de São Paulo, que tem um departamento com 12 house hunters só para locação. “É um trabalho de formiguinha, de investigação. Para isso, treinamos a equipe constantemente”, afirma.

Para estarem exatamente no tom, diz Roseli, eles devem ter curso de técnicas em transações imobiliárias, saber avaliar imóveis, conhecer muito bem a cidade e o mercado, além de ter ótima postura junto aos proprietários, para não assustá-los. “Nós conseguimos captar imóveis basicamente de dois tipos diferentes de proprietários: os investidores, que compram para alugar, e as pessoas que possuem dois imóveis e estão na dúvida sobre o que fazer com o segundo”, conta o house hunter Sérgio Saborido, acrescentando que grande parte dos “achados” estava vazia.

No Rio de Janeiro, a prática também ainda é novidade, mas já existem empresas oferecendo os serviços. Foi a competitividade do mercado que criou a necessidade de profissionais cada vez mais especializados, afirma o diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-RJ), Camilo Abicalil. “As imobiliárias e administradoras precisam dar uma atenção especial ao cliente para mantê-lo. A especialização dos corretores é uma tendência de mercado”, diz.

Cidade do Rio tem cerca de apenas 2.300 imóveis para locação. Não é para menos. De acordo com pesquisa do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio), referente ao ano de 2011, atualmente a cidade tem somente cerca de 2.300 imóveis disponíveis para aluguel, o que, considerando uma população de mais de 6,3 milhões de habitantes, é irrisório. É claro que muitos apartamentos para locação sequer chegam a ser anunciados. Mas, ainda assim, existe muito mais gente procurando apartamento para alugar que imóveis disponíveis para locação.

Só a administradora Renascença recebe cerca de 40 mil pedidos de aluguel por mês, no Rio - cem vezes mais que a quantidade de imóveis ofertados pela empresa.

“A demanda para locação no Brasil sempre foi muito grande, pela dificuldade de se comprar a casa própria. Mesmo com as recentes facilidades de financiamento, a procura é muito grande, e só faz crescer”, analisa Edison Parente, diretor comercial da Renascença, que conta com 16 profissionais só para buscar apartamentos e casas que atendam a todos os requisitos dos clientes “preferenciais”.

É o caso do piloto Ricardo Miguel da Conceição. Recém-casado e já proprietário de um imóvel, no Recreio, ele procurava por um apartamento na Barra, para alugar, que se encaixasse em algumas exigências: fosse de frente para a praia, num andar alto, pegasse sol da manhã, fosse próximo ao quiosque do Pepê e fosse parcialmente mobiliado (ao menos com armários fixos e ar condicionado). Depois de tentar sozinho, por uns meses, sem sucesso, resolveu requisitar à administradora. “Este imóvel atendeu à minha expectativa direitinho: a vista é maravilhosa e fico bem em frente à área de prática do kitesurfe”, diz ele, que pagou o equivalente a um mês de aluguel pelo serviço. “Mantenho meu apartamento próprio alugado, eu e minha mulher preferimos morar neste aqui.”

Minha Casa Minha Vida: política habitacional e a inserção social no Brasil


Política nacional de habitação vem se desenvolvendo de forma crescente no país ao longo dos anos

Além da saúde, da renda e da educação, a habitação é também um elemento básico que constitui um "mínimo social", que habilita os indivíduos e os grupos sociais a fazerem outras escolhas ou a desenvolver suas capacidades. Assim definida, a habitação é um direito básico de cidadania, garantida pela Constituição Brasileira entre os direitos sociais. Estabeleceu-se como um objetivo universal que se assegure "abrigo adequado para todos e que se façam os assentamentos humanos mais seguros, mais saudáveis e mais agradáveis, equitativos, sustentáveis e produtivos". Segundo dados do IBGE o Brasil conta hoje com um déficit habitacional de aproximadamente 8 milhões de moradia, com projeções de chegar a 30 milhões em 2050. Mais de 80% dessa necessidade habitacional concentra-se entre as famílias com renda inferior a três salários mínimos. Conforme dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Brasil juntamente com o México lidera o déficit habitacional na America Latina. O problema habitacional é uma questão histórica em nosso País, apesar disso, nossos governantes nunca elegeram a política habitacional como a principal política pública.

O início da política habitacional no Brasil foi durante o governo militar com a criação do BNH (Banco Nacional de Habitação). Por mais críticas que se possa ter ao BNH e ao sistema por ele preconizado é indiscutível a sua importância, pois foi o único período em que o país teve uma Política Nacional de Habitação. O Sistema Brasileiro de Habitação (SBH) se estruturou com recursos gerados pela criação, em 1967, do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), alimentado pela poupança compulsória de todos os assalariados brasileiros, que veio se somar aos recursos da poupança voluntária, que formou o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Apesar de significativa, a produção habitacional não foi suficiente para sanar as necessidades geradas pelo acelerado processo de urbanização daquele período. O BNH não resistiu ao fim do período militar e, com isso, a Caixa Econômica Federal, tornou-se o agente financeiro do SFH e a regulamentação do crédito habitacional passou para o Conselho Monetário Nacional. Durante o governo FHC foram criados alguns programas de financiamento como o Carta de Crédito individual e associativa, que passou a absorver a maior parte dos recursos do FGTS. No entanto, mais da metade dos recursos destinados à habitação foram utilizados para a aquisição de imóvel usado. Movimentando este mercado, o programa não teve impacto, uma vez que não diminui o déficit habitacional, não gerou empregos, nem se atentou para o segmento de baixa renda.

Em 1999, iniciou-se o Projeto Moradia, base do programa de governo na área da política habitacional e urbana do presidente Lula. Ele partia do pressuposto de que era fundamental a dinamização do mercado habitacional para a classe média – a ser atendida com recursos do SBPE (poupança) e do Sistema Financeiro Imobiliário – de modo que este segmento pudesse deixar de utilizar o FGTS, que seria voltado para as faixas de renda mais baixas. Propunha medidas para ampliar o mercado habitacional privado, buscando gerar condições favoráveis para que ele pudesse atender gradativamente setores médios com renda mais baixa. Desde o Projeto Moradia, o Brasil evolui muito em termos de política habitacional, desde 2003 até 2009, quando foi criado o Minha Casa, Minha Vida, envolvendo pessoas de baixa renda, o aumento do número de habitações existentes até então e novos projetos e planos de políticas habitacional. O Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) veio em reação à crise financeira internacional de 2008, foi uma das medidas anticíclicas para manter o ritmo do crescimento econômico do país, estimulando o setor da construção civil.

O PMCMV é voltado para população de renda mais baixa, concedendo expressivos subsídios, principalmente para a faixa de 0 a 3 salários mínimos. Imóveis antes inacessíveis a esta faixa de renda familiar podem ser adquiridos com subsídios que representam até 88% do valor do imóvel. A meta do governo é promover a construção de 1 milhão de casas. A política habitacional que temos experimentado nos últimos anos tem como premissa a inclusão social. Vemos vários projetos voltados para a população de menor renda, onde se concentra a maior parte do déficit habitacional, quer seja através de taxas menores, ou através de subsídios, ou, ainda, através das construções das Habitações de Interesse Social. Quem sabe um dia teremos uma política habitacional como existe em Brunei ou Ontario.

Fonte: Daniele Akamine é bacharel em Direito, Pós-Graduada em Direito Civil, Direito Penal e Processo Penal

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Shopping Higienópolis é multado em R$ 1,5 mi pela Prefeitura de SP

A Prefeitura de São Paulo anunciou na tarde desta sexta-feira que aplicou uma multa de R$ 1,5 milhão à administração do shopping Pátio Higienópolis, no centro de São Paulo, e deu 15 dias para que o estabelecimento apresente nova documentação referente às vagas de garagem exigidas pela prefeitura.

Na manhã desta sexta-feira, as secretarias de Transportes e de Coordenação das Subprefeituras fizeram uma vistoria no local. A vistoria foi determinada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD) após a Folha revelar que uma ex-diretora diz ter pagado propina para conseguir a liberação da obra de expansão do empreendimento.

Após a vistoria, a prefeitura deu um prazo de até as 16h para que os documentos fossem entregues. O shopping enviou o material necessário, mas a prefeitura julgou que as informações eram insuficientes e resolveu multar o estabelecimento.

Procurado pela reportagem, o shopping ainda não se manifestou sobre a multa. A resposta será acrescentada a este texto assim que o estabelecimento enviar o posicionamento.

Por volta das 16h, o movimento no shopping era normal e, segundo os lojistas, não havia determinação da direção para que as lojas fechassem. Clientes e funcionários temiam que o estabelecimento fosse lacrado pela prefeitura.

VAGAS

Para conseguir autorização para realizar obras de ampliação, a CET exigiu, em 2008, que o shopping tivesse 1.994 vagas de estacionamento. Os quatro andares de garagem, no entanto, comportam 1.524.



Para atender a exigência, o empreendimento apresentou à CET, em agosto daquele ano, um contrato com a empresa Riti (atual Estapar) para a reserva de 470 vagas em duas de suas garagens, nas ruas Itacolomi, a 1 km do shopping, e Maranhão, a 350 metros.

Daniela Gonzalez, ex-diretora da BGE, empresa do grupo Brookfield que administra shoppings, afirma que o contrato é falso e que foi paga propina para que a CET aceitasse o documento.

Na versão de Daniela, a propina, no valor de R$ 133 mil, foi paga a Hussain Aref Saab, ex-diretor do setor de aprovação de prédios, para que ele intermediasse o assunto.

A Estapar --que comprou a Riti Estacionamentos em dezembro de 2010-- negou que o contrato seja falso e afirmou que as vagas estão disponíveis aos clientes.

Mas a BGE, que administrava o shopping, deu uma versão diferente. Informou que as vagas não estão sendo mais usadas porque não são mais necessárias, já que as obras terminaram.

A CET afirma que o shopping precisa, sim, manter essas vagas para atender às exigências legais.

Pelo contrato, as garagens deveriam estar disponíveis de segunda a domingo das 9h às 23h. O estacionamento da rua Itacolomi não funciona nesse horário --aos sábados fecha às 19h e só abre aos domingos para clientes do laboratório Fleury, vizinho.

A Folha esteve nos dois estacionamentos ontem e os funcionários disseram que não há nem nunca houve nenhuma vaga disponibilizada para o shopping. Funcionários dos estacionamentos até estranharam a informação de que haveria convênio com o shopping.

BEST WESTERN - A DIFERENÇA ENTRE DIVULGAR E PRATICAR QUALIDADE

A Best Western é uma rede internacional de hotéis que funciona como uma cooperativa, credenciando estabelecimentos já existentes no país que se enquadre em seu padrão de qualidade. Ao aderir à bandeira, o hotel adquire o selo internacional, que lhe permite competir com outras grandes redes hoteleiras.

Infelizmente o Best Western - Hotel Costa em Aracajú não está comprometido com o “sólido” programa de qualidade. É inadmissível que o box do apartamento apresente dimensões aquém do necessário, cortinas de plástico e ralo entupido, transformando o banho num momento de total desconforto.

Na recepção do hotel está a placa de certificação de qualidade, emitida pela BEST WESTERN em junho de 2012.
A Best Western deveria entender que palavras não produzem qualidade nem induzem as pessoas a praticá-la.
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Prefeitura de SP autoriza abertura do shopping JK Iguatemi

SÃO PAULO, 15 Jun (Reuters) - A Secretaria Municipal de Transportes (SMT) autorizou nesta sexta-feira (15) a emissão do Termo de Recebimento e Aceitação Parcial (Trap), que permite o funcionamento do shopping JK Iguatemi, na capital paulista, abrindo caminho para que o empreendimento seja inaugurado após quase dois meses de atraso.

A liberação do Trap, publicada no Diário Oficial da cidade de São Paulo desta sexta-feira, ocorre após conclusão de estudo realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) sobre o impacto viário do centro de compras na região. Com o documento, o shopping pode ser inaugurado sem que todas as obras exigidas pela Prefeitura no entorno tenham sido concluídas.

Agora, a WTorre, construtora responsável pelo empreendimento juntamente com a administradora Iguatemi, terá de solicitar o "Habite-se" junto à Prefeitura, que terá dez dias úteis para liberá-lo. Só então o empreendimento poderá abrir as portas, o que pode acontecer ainda este mês.

Prevista inicialmente para 19 de abril, a abertura do shopping no cruzamento das avenidas Juscelino Kubitschek e Nações Unidas foi proibida por liminar concedida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, devido à não conclusão das obras exigidas para desafogar o trânsito na região.

Para o shopping abrir as portas, a Prefeitura exigiu a construção de um viaduto, de faixa adicional num trecho da marginal do rio Pinheiros, o prolongamento da ciclovia à beira do rio e uma passarela interligando a ciclovia ao Parque do Povo, que fica próximo do empreendimento.

Estão pendentes a passarela e o viaduto, que devem ficar prontos em outubro, segundo a assessoria de imprensa da Wtorre.

A pedido da Procuradoria Geral do Município de São Paulo, a CET realizou estudo com base na divisão dos empreendimentos do complexo que inclui, além do shopping, duas torres comerciais e o antigo prédio da loja de artigos de luxo Daslu.

Após simulações de funcionamento de cada parte isoladamente, a CET concluiu que o JK Iguatemi é o único empreendimento que poderia funcionar sem causar prejuízos ao trânsito local, considerando as obras solicitadas já realizadas, que incluíram a quarta faixa da Marginal Pinheiros, recém-finalizada.

"As demais etapas de obra do empreendimento... necessitam da conclusão de todas as medidas mitigadoras previstas", afirmou a Secretaria Municipal de Transportes (SMT), em nota.

O shopping JK Iguatemi ganhou destaque por abrigar a chegada de cerca de 30 marcas inéditas no país, como Top Shop, Chanel Beaute, Prada e Dolce & Gabbana Tory Burch.

Em meio à demora por uma solução para a abertura, lojistas e associações do setor vêm elevando o tom, alegando prejuízos sem precedentes em decorrência do atraso para abrir as portas.

Com quatro pisos de lojas e estimativa de público diário de 20 mil pessoas, o shopping JK Iguatemi tem área bruta locável de 35.246 metros quadrados e teve investimentos de R$ 322,3 milhões.

(Por Vivian Pereira)

Banheiro do Itaquerão deve trocar papel higiênico por jatos de água e ar quente

Os banheiros do Itaquerão, futuro estádio corintiano, terão uma alta tecnologia. Os vasos sanitários serão importados de Japão ou Suíça.

No caso do modelo japonês, a higiene acontece sem uso de papel higiênico, pois um dispositivo promove a limpeza com jato de água e secagem por ar quente. Cada vaso, para garantir a vazão, só é aprovado para sair da fábrica após um teste com uma dúzia de bolas de tênis.

O Itaquerão é o local escolhido para abrir a Copa do Mundo de 2014. O estádio está orçado em R$ 820 milhões. A conclusão da arena corintiana está prevista para dezembro de 2013.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Carência de engenheiros no Brasil é a maior em 30 anos

Os cerca de 40 mil engenheiros formados anualmente no Brasil não serão suficientes para atender à demanda de 300 mil profissionais da área necessários para obras e investimentos previstos para os próximos cinco anos, como os da Copa do Mundo, das Olimpíadas, do PAC e do petróleo do pré-sal.

De acordo com levantamento da Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia), publicado no jornal Folha de S. Paulo deste domingo, a categoria tem piso salarial de R$ 5.600 mil e tem grandes perspectivas de crescimento para os próximos anos. Um cenário bastante diferente de 30 anos atrás, como no caso de um engenheiro formado que, por não encontrar emprego, abriu uma barraca de sucos nos anos 80.

A carreira, porém, enfrenta o problema de evasão de alunos durante o curso, que dura no mínimo 5 anos. "Algo entre 40% e 50% dos alunos abandonam o curso, que é longo e difícil", disse, ao jornal, Guilherme Melo, 55, diretor de engenharias, ciências exatas, humanas e sociais do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

A dificuldade não espanta novos interessados, que percebem o aquecimento do mercado: este ano, o curso de engenharia civil da USP São Carlos desbancou o de medicina no primeiro lugar do ranking de cursos mais concorridos da Fuvest, com 52,27 candidatos por vaga. As empresas públicas e privadas não apenas encontram dificuldades para contratar jovens profissionais como também especialistas sênior. Um levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) mostra que dos cerca de 10 mil doutores formados por ano, apenas 10% são da área.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Seguro construção: o futuro proprietário é obrigado a pagar?

Na hora de comprar um imóvel, o consumidor se depara com inúmeras taxas. No entanto, o futuro proprietário não tem a obrigação de pagar muitas delas, pois só beneficiam as construtora ou a corretora.

O seguro construção, por exemplo, é seguro de risco e responsabilidade que apenas beneficia a construtora que irá receber a indenização em casos de problemas inerentes a construção, como incêndios, erros na execução, riscos da natureza entre outros. Este seguro até garante ao consumidor que a obra será entregue, mas não garante que não haverá atrasos.

Segundo o advogado especialista em direito imobiliário, Marcelo Tapai, se o consumidor não estiver de acordo com o seguro ele deve recusar antes de assinar o contrato e tentar negociar com a construtora a isenção da taxa.

“O importante é que o beneficiário seja o próprio consumidor. Neste caso, o ideal é que a própria construtora assuma os custos deste seguro e não o futuro proprietário”, explica o especialista.

Outras taxas que o consumidor não deve pagar

Embora bastante comum nos contratos de promessa de compra e venda de imóveis vendidos na planta ou em construção, a cobrança da comissão de corretagem e taxa Sati (Serviço de Assessoria Técnica Imobiliária) do consumidor tem gerado muita discussão e vem sendo considerada ilegal e abusiva por boa parte dos juízes.

Segundo Tapai, neste tipo de negócio não há o serviço de intermediação imobiliária e corretagem propriamente dita. O que existe é a venda direta, ou seja, a empresa constrói o stand de vendas, promove a publicidade e o consumidor vai até o local por conta própria.

Além disso, no local, o consumidor não escolhe quem o atenderá, normalmente há uma ordem de atendimento definida pela vendedora de quem irá atender o cliente. Mesmo que as vendas tenham sido terceirizadas à outra empresa, o que também é comum, ainda assim não se caracteriza a efetiva prestação do serviço de corretagem, que é aproximação das partes.

Tapai explica que mesmo que a venda seja feita por um corretor, este profissional foi contratado ou pela vendedora ou por uma empresa terceirizada parceira nas vendas. Quem necessariamente precisa pagar pelos serviços é quem os contrata. O que não pode é a vendedora repassar os custos de sua contratação sem o prévio e expresso consentimento do cliente.
Resumindo, na corretagem não há serviços prestados para o consumidor porque o próprio foi atrás do imóvel e negociou direto com a empresa.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Minha Casa pode ter energia gratuita

Fonte: Diário do Nordeste

Placa solar fabricada com fibra de coco custa até R$ 3 mil, incluindo instalação, baterias, lâmpadas e chaves.

Alguns beneficiários do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) poderão em breve adquirir residências auto suficientes em energia elétrica. É que, usando fibra de coco de praia, o engenheiro mecânico cearense Fernando Alves Ximenes desenvolveu a placa PVT - fotovoltaica e térmica, que capta energia solar e a transforma em eletricidade e água quente, substituindo o chuveiro elétrico. Segundo ele, a Caixa Econômica Federal tem interesse em incluir o aparelho no programa do governo federal.

"Já estamos com uma casa piloto no município de Itaitinga, para que a Caixa estude a possibilidade de utilizar a placa PVT no Minha Casa, Minha Vida. Para os beneficiários seria excelente, pois eles não teriam que pagar nada a mais e poderiam evitar os gastos com energia todo mês", afirma Ximenes.

De acordo com o engenheiro, com um eventual aval da Caixa Econômica, a previsão é de que a placa PVT chegue inicialmente a 4 mil casas no município de Itaitinga, além de outras 1,5 mil em Tocantins e mais 6 mil no estado do Maranhão.

Capacidade e custos

Fernando Ximenes afirma ainda que a placa desenvolvida por ele é a prova de que é possível utilizar a energia solar para benefício de famílias de baixa renda.

"Uma vez ouvi um diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) dizer que era completamente inviável colocar uma placa de energia solar em uma residência do Minha Casa, Minha Vinda, pois, segundo ele, o custo ficaria em torno de R$ 26 mil por casa. A placa PVT, porém, como é fabricada com uma matéria-prima abundante em todo o Nordeste, tem um valor abaixo de R$ 3 mil, já incluindo instalação, baterias, lâmpadas e chaves", explica. "A expectativa, aliás, é baixar este preço para menos de R$ 2 mil no prazo de um ano", acrescenta.

A placa PVT tem capacidade de produzir até 120 quilowatt-hora (KW/h) por mês. De acordo com Fernando Ximenes, tal produção é mais do que o suficiente para suprir a demanda de uma família de baixa renda, que, segundo ele, consome em média 50 KW/h por mês. "Acho que em breve até alguns membros da classe média acharão viável o uso da placa", comenta o engenheiro.

Sobra de energia vai elevar conta de luz

São Paulo. A conta de luz dos consumidores de energia atendidos pelas 63 distribuidoras do país --como Eletropaulo e Cemig-- vai ficar mais cara nos próximos anos. Além dos habituais reajustes anuais, há outro fator de pressão sobre os preços: a fuga de grandes consumidores para o mercado livre de energia.

O problema mais imediato dessa debandada é o furo no planejamento de compra de energia pelas distribuidoras. Elas compraram energia para um cliente que foi embora. Essa fuga tem gerado a sobrecontratação das concessionárias. Para reduzir o excesso de energia "encomendada", as distribuidoras devolvem contratos de velhas usinas, que têm preço menor. Sobram os contratos mais elevados, encarecendo a aquisição da energia, com reflexo na conta do consumidor.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Preço do metro quadrado mais caro de SP é três vezes maior que o do mais barato

Com preço 261,3% maior que o do bairro mais barato de São Paulo, a região do Ibirapuera/Vila Nova Conceição, localizada na zona Sul da cidade de São Paulo, tem o metro quadrado mais valorizado do município em maio, segundo revela o índice Fipezap, elaborado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) e pela Zap Imóveis.

De acordo com o levantamento, o preço do metro quadrado de um apartamento no Ibirapuera/Vila Nova Conceição chegou a R$ 10.489, 62,7% mais caro do que o preço médio do metro quadrado apurado na cidade, de R$ 6.448 no quinto mês do ano.

A região do Jardim Paulistano foi a segunda mais valorizada de São Paulo, com o preço de R$ 9.236 o metro quadrado. Raposo Tavares é a área mais em conta - R$ 2.903 o metro quadrado -, conforme é possível observar na tabela a seguir:

Rio de Janeiro


No Rio de Janeiro, a diferença entre o preço médio do metro quadrado apurado no quinto mês do ano (R$ 7.991) e o valor mais caro da cidade (de R$ 17.730, no Leblon) é de 121,87%.

Na capital fluminense, os bairros mais caros, além do Leblon, são Ipanema (R$ 16.890), Lagoa (R$ 13.702), Gávea (R$ 13.541) e Jardim Botânico (R$ 12.634).

Os bairros de Pavuna e Anchieta, por outro lado, estão entre os mais baratos da cidade, com o metro quadrado em R$ 1.362 e R$ 1.287, respectivamente.

Imóveis têm menor valorização mensal desde 2010, diz pesquisa

O preço de venda de apartamentos usados aumentou, em média, 0,9% em maio, ante o mês anterior, revelou o indicador elaborado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) e pela Zap Imóveis, que trata de unidades residenciais anunciadas em seis capitais brasileiras e no Distrito Federal. Trata-se da menor valorização mensal desde setembro de 2010, quando teve início a série histórica.

Conforme mostra a pesquisa, a tendência de desaceleração nos preços se acentuou no quinto mês deste ano. Considerando o período dos últimos 12 meses terminado em maio, a alta acumulada chega a 19,9%, o que denota queda de 1,9 ponto percentual. Nos primeiros cinco meses de 2012, por sua vez, o aumento foi de 6,3%, bem inferior aos 12,0% registrados em igual período do ano passado.

Em maio, conforme o levantamento, os preços subiram mais em Fortaleza, com alta de 2,4%. Na sequência aparece Recife, com aumento de 1,9%. São Paulo apresentou alta de 1,2% e o Rio de Janeiro, de 1,1%. No Distrito Federal houve alta de 0,5% e de 0,4% em Belo Horizonte. Já em Salvador, os preços apresentaram queda de 1,3%.

Nos últimos 12 meses terminados em maio, o Recife acumula alta de 31,8%, o Rio de Janeiro, de 24,1%, São Paulo, de 21,5%, Fortaleza, de 15,8%, Belo Horizonte, de 15,7% e Distrito Federal, de 9,7%. Salvador registrou a alta menos intensa no período, de 4,5%.

Número de dormitórios

O indicador ainda acompanha o preço segundo o número de dormitórios. Em maio, a valorização mais intensa foi a dos imóveis de quatro e dois dormitórios, com alta de 1,3% e 1,1%, respectivamente, seguidos pelos de três dormitórios, com alta de 1,0%. Os imóveis de um dormitório registraram alta de 0,4%.

Em São Paulo, a maior variação foi dos imóveis de três e quatro dormitórios, com alta de 1,3% e 1,4%. Em seguida, aparecem os apartamentos de um e dois dormitórios, com alta de 1,1%, cada.

Preço médio

No geral, o preço médio do metro quadrado foi de R$ 6.594 no mês passado, com destaque para o Distrito Federal, que chegou a R$ 8.254 no período, conforme a tabela a seguir:

Preço médio anunciado do metro quadrado

Local

Distrito Federal.......R$ 8.254
Rio de Janeiro........R$ 7.991
São Paulo...............R$ 6.448
Recife.....................R$ 5.288
Belo Horizonte........R$ 4.872
Fortaleza................R$ 4.518
Salvador.................R$ 3.618

Fonte: Fipe/Zap Imóveis